Legião [EM REVISÃO]

Nova Perspectiva 4#

- Irmão, já estou indo. - Disse Lucy antes de depositar um beijo estalado na bochecha do irmão deixando uma marca do batom vermelho que usava. O batom era do tipo fosco, o que daria muito trabalho para o ninja retirar a marca.

Kile estava sentado na poltrona verde feita de retalhos da sala. Ele lia um dos livros de seu sósia, era Percy Jackson, o primeiro livro da série. Já estava no quinto capítulo, as aventuras do filho de Poseidon despertou a sua curiosidade.

O aroma do perfume de Lucy se espalhava por todo o apartamento dos irmãos. Era doce porém envolvente. Para Kile lembrava Alice, a irmã de sua namorada, já que ela gostava de perfumes desse tipo.

- Está bonita, onde vai? - Kile havia fechado o livro bem na parte aonde havia parado.

Lucy abriu um largo sorriso para seu irmão. Talvez pelo batom forte, seus dentes pareciam muito mais brancos. A morena tinha em uma de suas mãos um par de sapatos scarpins pretos que combinava perfeitamente com seu vestido preto que Kile achava extremamente curto.

- Vou sair com meu amigo, seu nome é Deren. - Kile cerrou os olhos e colocou seu livro na mesa de centro. - Vamos ao Lê Délice. - Sorriu suspirando por um breve momento. Lucy se abaixou para colocar seus saltos, o que deixou Kile desconfortável pelo tamanho do decote de sua irmãzinha.

Por fim, a morena depositou mais um beijo no rosto de Kile, o que deixaria mais uma marca impossível de se retirar, juntamente a uma piscadela.

Lucy não deixou de reparar em como seu irmão estava de fato mais nervoso, mais rígido e muito mais quieto. Seu Kile já estaria saltitando pela casa querendo saber do novo amigo.

- Tome cuidado, não beba nada que ele te oferecer e quero você em casa antes das dez. - Impôs ríspido se levantando.

Lucy revirou os olhos claramente entediada com Kile. Ainda mais quando ela era a mais velha entre os irmãos assim como na terra original da Legião.

- Maninho, não me espere. - Sorriu zombeteira mordiscando o lábio inferior. - Aproveite para sair com Theo. E me lembre de questioná-lo sobre esses músculos sinistros.

Logo a porta se fechou. Kile esperou exatos sete minutos apenas ecarando seu relógio no seu pulso. O relógio havia sido um presente de sua irmã em seu aniversário.

Após os sete minutos acirrados, Kile foi até o quarto de seu sósia. Era um típico quarto de um cara de sua idade. Cuecas para todos os lados, um como de água esquecido perto da cama e a típica bagunça de lençóis da cama.

Debaixo da cama de seu sósia estava seu baú. Nele haviam duas katanas, pistolas e algumas munições. Kile se armou rapidamente com uma das espadas e uma pistola carregada.
O caminho até o restaurante havia sido breve. A noite estava gelada, porém o céu estrelado denunciava que o dia seguinte seria quente.

Ao parar no sinal de trânsito, Kile reparou na praça que havia ali perto. Era cheia de pequenas árvores que desafiava crianças a subí-las. Também tinha uma iluminação exemplar. Alguns garotos ouviam hip hop alto na quadra enquanto faziam seu melhor no basquete.

Só então percebeu que nunca havia jogado basquete.

Seus olhos se voltaram até o sinal. Ainda vermelho.

Logo voltou a observar a praça. Famílias sorriam enquanto dividiam um lanche gorduroso. Namorados se beijavam em momentos e as crianças brincavam felizes nos brinquedos da praça.

Kile não deixou de pensar em sua pequena Marrie. Não se lembrava de ter levado sua filha para uma noite como aquela. Marrie merecia se divertir em uma praça com vários brinquedos e depois comer um lanche gorduroso.