Connection • Justin Bieber

C A P Í T U L O UM

- Ponto de Vista Lily

"Conte-me sua história" essa era a frase que eu sempre escutava das poucas pessoas que me rodeavam e que tinham coragem de falar comigo. Assim pedido, me chamo Lily Collins e sou mais uma nova-iorquina como milhares de outras.

Para explicar o porquê do "poucas pessoas que tinham coragem de falar comigo" precisarei contar sobre o meu aniversário de onze anos.

Tinha acabado de entrar em casa, após a festinha de comemoração que meus amigos haviam feito na escola. Estava entusiasmada pois meu papai passou semanas preparando algo o qual eu não sabia o que era.

Assim que fecho a porta solto um grito desesperado ao ver meu pai no chão da sala enquanto uma poça de sangue e pedaços de vidro estão em sua volta.

Naquela noite eu gritei, gritei como nunca havia gritado antes e meu irmão, Luke Collins, veio até mim. Estava embriagado e com bafo de bebida e após ter me dado tapas na cara me disse para ficar em silêncio.

Meu irmão tinha problema com bebida, sempre que bebia ficava violento. Ele sempre descontou em mim mas naquele dia, o papai foi o alvo.

Mandamos Luke para um reformatório onde ele teria acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

A partir daquele dia eu nunca fui a mesma.

É claro que eu me divertia, que ia à festas e que gostava de socializar. Mas ninguém quer ser amigo da garota o qual o irmão é um assassino.

Então eu me acostumei a viver assim, não costumo abrir muito o caminho para pessoas me conhecerem. Sim, eu sou medrosa. Prefiro me fechar na minha própria bolha do que ter ela estourada por mais alguém.

[ FEVEREIRO de 2016]

Chego asbaforida e suada por ter corrido da minha casa até o novo colégio. Droga, atrasada em meu primeiro dia.

Paro no gramado de frente para o prédio enorme em minha frente e concluo que esse colégio é bem maior do que eu pensava.

Vou em direção às salas com meu cronograma na mão, se já estava atrasada agora estou mais ainda. Finalmente acho minha sala, dou duas batidinhas leves na porta e sinto minhas bochechas corarem ao entrar na sala.

- Com licença, desculpe o atraso.

O professor interrompeu a aula com uma feição nada agradável, abaixou levemente sua cabeça me olhando por cima de seus óculos e falou:

- Que seja a primeira e última vez.

Sinto meu rosto arder e tenho certeza que ele está muito mais vermelho do que antes. Procuro desesperadamente um lugar para sentar e avisto um único vazio ao final da sala.

É claro que estavam me olhando. E é claro que eu estava mais vermelha.

Quando atravesso toda a sala e consigo me sentar, me viro para pendurar a mochila nas costas da cadeira e sinto alguém cutucar de leve meus ombros.

- Novatos nunca sentam atrás, nerdzinha.

Um garoto da minha frente havia sussurrado em minha direção. Eu não vou ficar calada.Eu nem sequer fiz nada e já fui insultada?

- Mas eu não te perguntei nada, playboyzinho.

Pelo pouco que pude ver quando virou sua cabeça foi que ele 1) era um típico macho emocionado e 2) não tinha ficado nada contente com o que eu disse.

Luto durante toda a aula para manter minha concentração enquanto o garoto na minha frente falava o tempo todo e ficava passando papelzinho pras garotas do meu lado.