Capítulo 2: O Grande Templo

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— Kuzou.

Yan foi pego de surpresa pelo forasteiro. Andavam lado a lado, ajudando o dobrador de água a transportar o gigante.

— Meu nome é Kuzou. Você parecia querer saber naquela hora — disse, terminando de formar um leito de rocha para o grande homem, enquanto o dobrador de água formava uma pista de gelo para o leito deslizar.

— Ah... sim, sim... — Yan nem lembrava mais o que havia acontecido, o ataque até aquele momento parecia irreal. Porém, nada como um ataque surpresa para criar laços. Yan riu desse pensamento. O forasteiro entrou no clima.

— Então... dobrador de ar, é? O que um faz tão longe de seu templo, se me permite perguntar?

— Ahn... — mediu as palavras, se segurando para não falar demais novamente. — Estou... bem, meio que em uma peregrinação.

— Quer dizer o rito de passagem dos nômades? — perguntou Kuzou, maroto.

— E... exato. — Ele realmente não dava para sutileza. — Ah, pro inferno. Estou no meu rito de passagem pelo templo do ar do leste. Faz alguns... faz um tempo já.

Kuzou parecia intrigado, mas foi interrompido pelo dobrador d'água.

— Muito bem, tudo pronto. Se importam de me acompanhar? Provavelmente precisarei de ajuda com... isto — disse ele, apontando para o gigante.

Eles concordaram e começaram a andar. Kuzou mantinha o leito com o gigante em movimento e estável, enquanto o franzino ia aumentando a dianteira da pista e recolhendo a traseira conforme andavam.

— Você mais cedo... mencionou o Avatar e não explicou mais. — comentou Yan, curioso.

— Ah sim. Vocês fizeram um grande serviço ao Avatar hoje. Talvez ao mundo todo. Não se preocupem que vocês serão muito bem recompensados quando chegarmos ao Templo do Avatar.

— Mas por q... — começou e interrompeu-se, absorvendo a informação. — Templo do Avatar? Estamos indo para lá?! — exclamou Yan, entusiasmando, esquecendo completamente a pergunta que ia fazer.

— Claro. No entanto, sinto informar que o Avatar não estará presente, pois está em visita a Ba Sing Se no momento.

— Ah, sim! Eu soube das rebeliões. Suponho que o Avatar tenha ido tentar acalmar os ânimos entre os rebeldes e o "rei" Quan. — Yan tinha ouvido dos problemas em uma taverna perto do porto em que havia chegado ao Reino da Terra. Parecia que a cidade estava mais frágil que nunca. — Esperemos que desta vez tudo se resolva.

— Todos esperamos, mas sabemos melhor. Um problema que dura meio século não mais será resolvido com diplomacia. Mas não custa tentar. Esse mundo já viu guerras demais. — disse o dobrador de água.

— Realmente. Bem, voltando ao templo, como é... — começou Yan, com brilhos nos olhos.

— Enfim — interrompeu Kuzou. Yan parecia congelado na pergunta que nunca terminou. —quem devemos o prazer desse papo político? E a tudo isso? — disse, gesticulando para o grande ser no leito de rocha, ainda inconsciente.

— Ah, sim. Me chamo Yikki. Sou o assistente pessoal e representante do Avatar. Também sou o curador do Museu do Equilíbrio, que se encontra dentro do templo...

— Você é o curador do Museu YinYang?! — cortou Yan, estupefato. — Eu não acredito! Temos tanto para conver...

— E quem é o homem que nos atacou? — interrompeu Kuzou novamente. Yan novamente se encontrava petrificado na pergunta nunca dita, mas pequenos espasmos musculares nos dedos e na testa revelavam sua irritação.

A Lenda da Abominação - Livro Um: AmizadeOnde histórias criam vida. Descubra agora