Capítulo 3

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Antes mesmo de eu olhar, já sabia quem era. Minhas mãos suavam tanto que dava para encher um balde. Respirei fundo e olhei pra ele.
Chris: Oi. – ele sorriu. Não respondi nada e o abracei. Foi difícil conter o choro e então ele me abraçou forte. – Não chora. – cada vez mais eu apertava ele, quase que seus órgãos estavam saindo por aí, e ele passava seus dedos gentilmente em meu cabelo. – Obrigado. Sério mesmo. – aos poucos fui me acalmando e parei de chorar, mas não consegui largar ele. – Como é seu nome?
Eu: Pode me chamar de Candy.
Chris: Oxi, por quê?
Eu: Porque eu quero, porque eu prefiro, porque sei lá. – ele ri.
Chris: Mas como é seu nome mesmo?
Eu: Não quero falar, eu não gosto dele.
Chris: Fala logo mulher.
Eu: Pandora.
Chris: Sério que você não gosta?
Eu: Sério.
Chris: É um nome lindo. – revirei os olhos e o soltei. – Você não tem jeito de ser paulista.
Eu: Não sou mesmo, infelizmente.
Chris: É de onde?
Eu: Sou do Estado que tu nasceu.
Chris: Santa Catarina?
Eu: É né.
Chris: Oxi, e o que tá fazendo perdida aqui?
Eu: Não tô perdida. Tô indo pra Salvador. – ele me olha sem entender nada.
Chris: Vamos pra outro lugar... Ou prefere ficar aqui em pé?
Eu: Não.
Chris: Vamos lá então.
Eu: Pra onde tu vai me levar senhor Figueiredo de Caldas?
Chris: Relaxa. – rimos e fomos andando até uma praça, não era tão longe. Sentamos na grama e ficamos observando um lago. – Então, me explica essa história direito. – respirei fundo. É meio estranho contar isso pra ele, e eu ainda estou um pouco tímida.
Eu: Ah... Eu peguei o voo lá em Floripa pra Salvador, porém ele para aqui em SP, e às 15h eu pego esse voo aí que vai pra lá. Entendeu?
Chris: Sim. E onde eu entro nessa?
Eu: Queria te conhecer. Quando tu foi pra lá eu não pude ir. Então eu descobri teu endereço e aproveitei pra dar um pulo aqui e cá estou. – ele suspira e sorri.
Chris: Obrigado. De novo.
Eu: Eu que te agradeço, por tudo. – ficamos em silêncio por alguns segundos. – É estranho.
Chris: O que?
Eu: Estar aqui contigo... Eu simplesmente saí do aeroporto escondida e vim te encontrar. Não sabia se tu ia tá em casa ou se tu ia me receber.
Chris: Claro que receberia. Sempre recebo todos.
Eu: É Chris, eu sei. Tu é incrível.
Chris: Você também parece ser. – deitei com a cabeça no ombro dele.
Eu: Daqui a pouco tenho que voltar para o aeroporto.
Chris: Tudo bem. Depois vou com você.
Eu: Parece um sonho sabia?
Chris: É... Eu imagino.
Eu: Não quero te largar. E agora? – ele ri.
Chris: Não tem muito o que fazer. Só tem que aprender. Pode começar me largando aos poucos.
Eu: Tá bom. – fiz uma carinha triste.
Chris: Não fica assim... Você gosta de mais algum youtuber?
Eu: Claro. Vários. Principalmente o Dani e o Lu. – ele fica em silêncio e eu me afasto dele o olhando. Ele mexe no celular.
Chris: Pronto.
Eu: O que?
Chris: Você ainda tem um tempo né?
Eu: Creio que sim. – olhei na tela do celular e são 13h45.
Chris: Temos companhias para conhecer um pouco de SP.
Eu: Chris... Eu... Tu tá falando sério?
Chris: Sim. Vamos antes que não dê tempo. Eles vão nos encontrar lá. – cacete. Esse com certeza é o momento mais feliz da minha vida. 

All for you - Christian FigueiredoOnde histórias criam vida. Descubra agora