Capítulo 7.1

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O dia que mudaria o curso da minha vida começou como todos os outros. Ao se passarem dois dias da nossa chegada, Jordan interferiu. Me disse que eu não poderia me esconder para sempre. Um dia eles me encontrariam e iriam querer me questionar, e seria eu a fazer isso com eles. Insisti para que Jordan me desse mais tempo, mas ele estava irredutível. Então, simplesmente aceitei o fato de ter que me preparar para isso, querendo ou não.

Jordan bateu na porta do meu quarto logo pela manhã e estava terminando de me arrumar.

- JÁ VAI - grito, enquanto dou os últimos retoques em meu rímel. Quando abro a porta, ele está lá e parecia prestes a bater. Seus olhos se arregalam e ele abre a boca em total sinal de surpresa.

- Bom dia - Digo, e espero ele desfazer a cara de surpresa, o que não acontece. - Jordan?

- B-bom dia.

- O que você tem?

- Nada... Você está diferente, só isso - Ele diz e começa a ficar vermelho

- Obrigada, eu acho - Dou risada do seu embaraço

- Você está linda, foi isso que eu quis dizer - Ele fica ainda mais vermelho, o que acho bonitinho. - Podemos ir logo?

Peguei um casaco, por conta do tempo e fomos embora.

- Como está se sentindo?

- Estou bem, quantas vezes mais você vai perguntar isso?

- Eu só quero ter certeza de que você vai conseguir encarar a situação, Amelie. Sem se destabilizar, entende?

- Acho que sim, eu estou bem. Qualquer coisa, aviso a você.

- Tudo bem, então. A conversa se encerra e Love me like you do da Ellie Goulding começa.

Uma hora e meia depois, paramos em frente à uma casa tão elegante quanto a que fiquei com Jordan essas dias. Ao entrarmos, dou de cara com uma ampla e iluminada sala. Não tenho tempo de observar muito bem o local; pouco tempo depois, a figura grande de um homem alto entrou na sala. Ele tinha os cabelos aparados, o maxilar quadrado, uma caranca feia e não era tão forte como deveria ser, já que presta serviços ao exército. O pai de Jordan. Os seus olhos verdes se encontram com os meus e tenho certeza de que me analisou o suficiente para formar uma opinião a meu respeito, desvio o olhar, querendo que a situação constrangedora acabe. Sinto Jordan apertar minha mão e, ao olhá-lo, vejo o medo escondido nas profundezas de seus também olhos verdes.

- Jordan - Ele diz e o olha de cima para baixo - É bom revê-lo

- Olá, pai - Ele diz, e se aproxima com o intuito de abraçar o pai, que recua e estende a mão - O que eu já disse sobre abraços? Homens fortes como nós não nos permitimos a isso.

- Desculpa - Ele sussura e aperta a mão do pai - E quem é esta senhorita? - Os dois voltam a atenção para mim e me sinto meio coagida.

- Bem, esta é Amelie Bea... Charmont. Amelie Charmont. Ela é filha do Maurice, pai. Viveu em um orfanato e como descobriu a pouco quem eles são, resolveu vir atrás deles. Por conveniência, nos encontramos por acaso e como eu os conhecia, disse que a ajudaria.

- E vocês tem algum tipo de envolvimento amoroso? - Ao ouvir a pergunta, Jordan e eu ficamos completamente sem graça.

- Não... Ela é só uma amiga, pai

- Ah sim, claro. Muito prazer, senhorita.

- Pode me chamar de Amelie mesmo, senhor.

- E você pode me chamar de Charles.

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