Epílogo - parte 1

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8 anos depois...

Acordo lentamente com a suave luz do sol que entra pelas frestas da janela e iluminam o rosto e os cabelos dela, agora em um tom ruivo muito bonito. Ela se parece muito com um anjo.
Roço meu polegar pelo seu rosto sereno e esfrego os olhos com a mão livre para olhar para olhá-la. Observo seus traços enquanto ela dorme. Ela parece leve e feliz, tanto quanto estava no dia do nosso casamento. Também acreditava que ela não poderia ficar tão bonita quando no grande dia, mas com o passar do tempo descobri que estava errado, pois ela fica mais bonita a cada dia que passa. Em situações assim, tenho medo de que só o meu toque possa fazê-la desaparecer, como se ela fosse apenas fumaça.

Inclino-me, e dou um beijo em sua testa. Seus cabelos parecem rastros de fogo espalhados pelo travesseiro e o contraste com sua pele branca e seu corpo também envolto em lençóis brancos me faz ter a certeza de que ela poderia ser confundida com algum ser angelical facilmente. Ela resmunga palavras incoerentes enquanto se acorda, e eu a observo atentamente.

- O que você está olhando? - Amelie resmunga.

- Você. - dou risada - fazendo sua performance hilária quando acorda.

Ela me dá um tapa no braço e ri.

- Temos muito o que fazer hoje..

- Não tenho planos de sair da cama, muito menos de deixar você sair.

- Lembro de você dizer que faria qualquer coisa por mim, e que iria para qualquer lugar que eu fosse.

- E quando eu disse isso? - provoco.

- Quando se casou comigo.

- Nós somos loucos... - Amelie diz, apoiada no cotovelo e me dando um dos seus mais lindos sorrisos.

- Mas somos loucos felizes. - afirmo - Sabe... as vezes eu ainda me culpo por...

- Ei...- Ela toca minha boca com o polegar e sorri - já passou, nós estamos aqui, estamos bem e juntos. Nathan e Maia são tudo o que temos, precisamos esquecer o passado. Por eles.

- Falando neles, acho que está mais do que na hora de acordá-los, o que acha? 

Como se soubessem que seriam chamados, nossos filhos entram no quarto e se acomodam entre nós. É incrível a semelhança entre eles, gêmeos idênticos. Mas, de iguais os dois só tem a aparência. Nathan, a quem chamamos carionhosamente de Nate é mais calmo e caseiro. Já Maia é mais aventureira, e seu esporte favorito mesmo aos oito anos é tentar causar um infarto em Amelie, já que vive se machucando, sempre fraturando o braço ou a perna. Eles são o meu melhor presente. E a única certeza que tenho é que só comecei a viver de verdade no dia dezesseis de novembro, quando meus pequenos milagres nasceram. Nathan e Maia Mills eram minha vida.

Todos os anos reunimos a nossa pequena família e comemoramos o aniversário do casal de irmãos. Era um dia muito feliz. E, quando eu olhava para os três, para as três pessoas que faziam cada minuto do meu dia mais feliz, eu só pensava em fazer aquilo tudo ser para sempre.

Ou enquanto durasse.

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