Desculpe se houver erros.
- Não vai falar nada? - Ela continua me encarando com o mesmo olhar. Não vou conseguir falar nada, vê-la assim, tão fraca, tão desprotegida e cheia expectativa nos olhos mexeu comigo. Eu sou um covarde, meu Deus eu amo essa garota, talvez nunca consiga ter coragem o suficiente pra contar tudo e vê-la ir embora. Preciso dela comigo. Preciso dela como nunca precisei de nada na vida, ela não pode me deixar. - É um livro que tenho lido, sobre duas pessoas que se amam, mas ele nunca disse a ela que a amava o suficiente, ele era oprimido pelo pai e acabou fazendo muita confusão, não se impôs e acabou perdendo a garota que amava.
- Entendi.. - Ela diz, não parece estar convencida, mas muda de assunto.
Uma mulher de meia-idade, com óculos enormes na cor preta, cabelos loiros e aparência cansada entra no quarto. Ela nos analisa e olha para sua prancheta e então para Amelie de novo.
- Quantos anos você tem? - A médica olha diretamente para Amelie.
- Tenho 19 anos - Ela responde. E de repente, me pego lembrando do dia da sua festa de aniversário. Parece ter sido a uma vida atrás. Tudo era tão fácil ali, só existiam os nossos sentimentos confusos, e mesmo assim intensos. Agora eu estava a ponto de perdê-la e só tinha pouco tempo. Conversei com meu pai a alguns dias atrás e ele falou mais um plano sórdido, eu seria obrigado a fazer aquilo.... Eu só tinha cinco dias. Cinco dias antes de perder tudo de bom que havia conquistado.
A médica, que por sinal se chama Mariana, assente e anota mais informações em sua folha. Por fim, ela suspira e nos encara.
- Vocês já podem ir. Sou responsável pelo seu quadro clínico também, sr. Mills. Você também teve muita sorte, meu rapaz. Vocês, aliás.
- Obrigada - Eu e Amelie dissemos em uníssono e ela sai da sala.
- Pronta? - Pergunto.
- Ainda estou conectada a vários fios e máquinas, se nos liberaram, por que ainda não resolveram isso? - Ela resmunga, irritada.
- Vou chamar outro médico pra resolver isso, espera ai - Dou um beijo casto em seus lábios e saio do quarto. Encontro a mesma médica parada um pouco longe, ela está conversando com um homem, e quando ela termina, vai em direção à outro corredor. Vou atrás dela e falo sobre Amelie, e ela manda outro médico comigo ao quarto. Depois de um tempo, finalmente ela é liberada e nós vamos para casa.
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Amelie é recebida por todos com muita preocupação e carinho. Adeline, como está em tratamento contra a doença é a mais emotiva de todos nós e chora.
Nós queremos que Amelie descanse mais algum tempo, mas ela insiste em voltar ao orfanato e protesta dizendo que precisa arrumar suas coisas para a viagem. Meu pai também está aqui e age normalmente, como se não estivesse fazendo todo o jogo sujo de manipulação comigo. Cretino. Ele se aproxima de Amelie com um sorriso nos lábios. Diria que é um sorriso de segundas intenções, ele sabe o que está por vir, e vai aproveitar cada segundo disso.- Minha jovem, dentro de 5 dias darei uma festa em sua homenagem, e também sua despedida. Sei que ainda falta um tempo até que vá para Nova York, mas esse senhor aqui está cada vez mais indisposto e atarefado. Deixe-me estimá-la enquanto posso, tudo bem? - Ele entrega um envelope em tons de ouro e prata, é realmente muito sofisticado, mas não me surpreende. - Eu não daria um convite para sua própria festa, ai estão as informações básicas sobre horários e uma parte em branco é para que preencha dizendo que tipos de comida e música lhe agradam. Será um prazer cumprir todas as suas exigências, afinal, a festa é sua. Estou muito ressentido com sua partida, de fato. Você se tornou a filha que nunca tive, mas a viagem fará bem a você. - Ele diz isso com algo a mais por trás. Poderia ser um comentário normal, mas quando se trata dele, isso não está certo. Ele já feriu o suficiente, me pergunto se realmente terá coragem de fazer ainda mais a pessoas inocentes como ela. Preciso protegê-la - Se não tem uma resposta imediata, pense com carinho em ir, tudo bem? - Ele a olha, intuitivo.
- Será um prazer, Charles, muito obrigada. - Ela lança um sorriso para ele. Por Deus, sei que ela está completamente alheia, mas isso não tem nada a ver com ser estúpida, e é isso que ela está sendo no momento, ela não deveria ir. Não por descobrir a verdade, mas porque com Charles Mills, sempre há mais um segredo a ser revelado, e só o que virá é o suficiente para que seu mundo desabe.
Urgh.
Essa viagem foi o pior presente que eu poderia ter dado à ela. Não sou egoísta, não quero que ela fique presa à mim, sem conhecer o que o mundo tem de melhor para oferecer. Mas nesse prazo de 2 meses não sei se ainda a terei comigo. Não sei por quanto tempo o que temos irá durar. E isso tem me tirado o sono. Minha fome, minha felicidade vai sendo sugada aos poucos, mesmo que eu ainda a tenha, sei que é por tempo limitado. E meu coração se estilhaça, todas as vezes em que tento colar os pedaços no lugar. Todas as vezes que tento me convencer de que tudo acabará bem. Tenho que parar de me iludir. A vida não é um conto de fadas.
Em um mundo de ilusões, as mentiras se revelam, o tempo todo. E essa será revelada mais cedo ou mais tarde.
Parte meu coração admitir que realmente é mais cedo do que eu esperava.
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Obrigada pela leitura ♡
Até o próximo capitulo.
Se quiserem me fazer perguntas, usem o Twitter.
(@priordinariow)
Xoxo, 😘
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Escolhas Francesas
RomanceA vida de Amelie não foi facil. Viveu toda a sua vida em um orfanato e só aos 16 anos após uma chocante descoberta, fugiu para se estabelecer por conta própria e cumprir a promessa que havia feito para si mesma: Encontrar seus pais. Agora com 18 ano...