Capítulo 9

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Capítulo dedicado a todas as meninas e meninos corajosos que enfrentam o bullying todos os dias, saibam que vocês são bonitos sim! Não deixem ninguém dizer o contrário!




No meu sonho Alison estava vestindo um pijama da grifinória. Ela resmungava algo para uma mulher loira que me arrastava pelo chão de um lugar desconhecido. Eu não conseguia me mover, eu só observava toda aquela cena. Depois de me colocarem em um sofá velho e fedido, elas sussurraram algo que eu não consegui compreender. A mulher loira se despediu da Alison e subiu as escadas e, Alison ficou ali me encarando. Eu falei o seu nome, eu preciso tanto dela, droga! Por que eu sou tão idiota? Vê-la parada na minha frente me encarando com aqueles olhos castanhos me deixavam sem ar.

Ela me olhou com uma careta contorcendo o seu rosto e revirou os olhos dando as costas para mim, me ignorando completamente. O que eu preciso fazer para que ela perceba que eu não a odeio e, que todas as vezes que a insultei e humilhei aquilo doeu muito em mim? Que eu sei que sou um otário, mas estou disposto a mudar, eu mudaria por ela, eu tenho que mudar. Eu preciso tê-la em meus braços, transformar as minhas alucinações em realidade, eu sentia que estava a perdendo. Desde que Lee apareceu eu percebi algo estranho, me senti ameaçado.

Quando acordei o sol iluminava o meu rosto, tanto que senti a minha pele queimar. Pelo calor percebi que já devia ser tarde, por volta do meio dia. Notei que o cenário do meu sonho era real. O sofá velho com cheiro de mofo, as paredes desgastadas necessitando urgentemente de uma pintura nova, a velha televisão de 21 polegadas, a estante com retratos de uma garota loira com uma faixa e uma coroa de miss. O cheiro delicioso de bacon e panquecas incendiou a casa fazendo o meu estômago roncar. Merda! Eu estava na casa da Alison. Na noite passada pulei a janela da casa do Louis para fugir da polícia, vaguei feito um mendigo nas ruas de Jersey, tão bêbado e culpado por quase ter ido para a cama com a Julie acreditando que ela era a Alison.

Eu estava envergonhado do que eu havia feito com Julie. Eu a tratei da pior maneira possível, a iludi e depois sem querer a descartei. Como fui tão burro? Confundi as duas que são tão diferentes... Eu era tão apaixonado assim pela Alison? Tão apaixonado a ponto de beijar qualquer uma pensando que era ela. O anseio de sentir os lábios dela tocando nos meus estava me deixando cada vez mais louco, a qualquer momento eu iria explodir, eu preciso tê-la em meus braços, preciso dar um jeito de conquistá-la.

Por que aquela alucinação não podia ser verdade? Agora eu estava encrencado, Julie iria correr para contar para a Alison o que havia acontecido, eu já conseguia prever os comentários maldosos no colégio. A questão era o que eu fazia na casa dela? Será que havia cometido mais algum vexame? Apertei meu rosto com as mãos tentando me lembrar. Eu sempre soube onde era a casa da Alison, devo ter vindo até aqui na esperança de vê-la, torço para não ter passado nenhuma vergonha.

— Bom dia! — Uma senhora baixinha que aparentava ter uns oitenta anos falou alegremente quando me viu acordado no sofá. — Você quer café querido?

Ela era tão simpática, eu não tive a oportunidade de conhecer os meus avós, então rapidamente criei uma simpatia por ela.

— Ele não quer tomar café, vó — uma voz se apressou e respondeu por mim. — Já é hora do almoço e ele vai embora.

Os olhos de Alison estavam me fuzilando, ela desceu o último degrau da escada, estava vestindo um vestido rosa que deixava as suas pernas e braços expostos, seus cabelos castanhos estavam soltos, eles eram grandes no meio das costas, ela estava muito bonita hoje.

A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUISOnde histórias criam vida. Descubra agora