Oi incríveis, tudo bem? Como está sendo a sexta feira de vocês?
Alison
Enganada.
Traída.
Humilhada.
Arrasada.
Magoada.
Chateada.
Lee é um infeliz!
Lee é um filho da mãe!
Lee é um cretino babaca pior que o Jace!
Minha mãe tinha razão.
Todo mundo tinha razão.
Por que eu fui tão ingênua e idiota?
Eu me odeio por isso!
Eu odeio o Lee por me fazer me sentir assim.
Um trapo, eu estou um trapo.
Fechei os olhos e cerrei os punhos e dei um soco na cara dele!
Lee gemeu de dor e apesar da minha mão estar doendo eu me mantive firme e apertei os meus olhos para não chorar. Eu não iria chorar na frente daquelas pessoas, elas não merecem nenhuma gota das minhas lágrimas.
Todos me olhavam chocados com a cena e Lee colocou a mão no olho ferido.
— Alison... — A voz dele fraquejou.
Eu ergui o meu corpo me mantendo ereta, franzi o cenho e caminhei até a porta do salão com todos me olhando de boca aberta. As pessoas abriram caminho para que eu passasse, alguns cochichavam baixinho. Ótimo! Todos sabiam ou desconfiavam. Menos eu.
Antes de sair do salão eu falei:
—Continuem a festa seus cretinos! — eu berrei, até a música havia parado de tocar. — O show acabou! A palhaça aqui descobriu a verdade!
Corri para fora do salão me sentindo humilhada com todos aqueles olhares fixos em mim.
Quando eu já estava lá fora apressei os meus passos, pois eu queria chegar logo em casa e chorar. Graças ao sapato eu não conseguia correr, eu me xinguei varias vezes por não ter levado um casaco. O frio penetrou a minha pele e congelou todas as lágrimas que eu segurava. Eu tremia e os meus lábios ficaram secos além de ranger os dentes, me encolhi e cruzei os braços tentando me proteger do vento gélido.
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Meu coração estava partido. Eu havia confiado no Lee, e ele me traíra. Senti-me da mesma maneira como quando eu descobri que o Carter estava me usando. Eu fui sincera com o Lee e ele acabará sendo o tipo de cara que eu queria fugir. Definitivamente eu não tenho sorte com garotos. Talvez fosse melhor ficar sozinha para sempre.
— Alison! — Eu ouvi uma voz gritar o meu nome.
Era o Lee que dirigia o seu carro e buzinava para mim. Eu o ignorei e apressei ainda mais os meus passos, mas acabei tropeçando graças ao maldito sapato de salto alto que a sociedade nos obriga a usar em uma festa.
— Entra no carro, Alison! Você está congelando! — ele gritou.
— Eu prefiro morrer congelada ao ter que entrar nesse carro!
— Não seja boba! — Ele me repreendeu. —Você vai acabar ficando doente.
Eu parei e respirei fundo. Ele tinha razão. A minha casa era muito longe, eu não conseguiria suportar o frio até chegar lá.
Entrei no carro dele, sentindo o vento não me incomodar mais, e fechei a cara. Eu o odiava!
— Alison ... Eu me apaixonei por você.
Lee inclinou o seu corpo para perto de mim. O cheiro dele me deu nojo e o seu olho estava machucado por causa do soco que eu havia dado nele. BEM FEITO!
— Não chega perto de mim! — O empurrei para longe. — Dirige logo a porra desse carro! Eu quero chegar logo na minha casa e não se atreva a falar comigo!
O rosto dele se encheu de tristeza e angústia, mas mesmo assim ele me obedeceu e voltou a dirigir. Eu olhei para a janela, eu não queria olhar para o rosto dele. Miserável! Eu sentia uma dor terrível na alma. Eu servia como um objeto, as pessoas brincavam comigo. Eu era feia. Gorda. Todos riam de mim. Ninguém conseguia ver a Alison, mas sim a garota feia e gorda. Todo o meu trabalho para construir a minha autoestima foi para o ralo. Eu senti ódio de mim, ódio deles! Ódio da vida! Por que eu não conseguia ser feliz? Por que ninguém consegue me amar do jeito que eu sou.
O carro do Lee parou em frente da minha casa e eu desci antes que ele pudesse abrir a boca pra falar mais alguma besteira. Corri para o meu quarto eu não queria que a minha mãe me visse, ela estragaria ainda mais o meu dia com um: "Eu te avisei".
Fechei a porta e cai no chão ali mesmo. Tirei os sapatos do pé e os joguei na parede.
Suspirei fundo e senti uma lágrima rolar no meu rosto. Então eu chorei. Chorei como eu nunca havia chorado antes, chorei porque ninguém me amava de verdade. Chorei porque as pessoas me tratavam como lixo. Chorei porque eu não tinha valor pra ninguém. Chorei porque quando alguém me amava sentia vergonha de mim. Chorei por que eu preferia estar morta agora ao invés de ouvir os xingamentos e os olhares de repulsa das pessoas. Chorei porque eu estava sozinha.
Levantei com o corpo um pouco dolorido e me olhei no espelho. A garota do reflexo estava com a maquiagem borrada, com o cabelo desgrenhado. Soquei o espelho com força com a mesma mão que eu havia batido no Lee, o espelho se espatifou e o sangue jorrou da minha mão. Eu gritei de dor ao ver a minha mão suja de sangue, um corte profundo havia se formado. Mas a dor do corte não doía mais que a dor que eu sentia por dentro. Sentei-me no chão e levei a mão machucada ao meu rosto o manchando de sangue. Eu gemia e os meus soluços eram cada vez mais alto. O que fizeram com você, Alison? Eu não quero mais sentir dor.
Fiquei abandonada ali por um bom tempo enquanto o meu sangue manchava o meu vestido e o carpete do chão. Eu olhava para o nada e me sentia como um nada. Avistei uma jaqueta embaixo da cama. Era a jaqueta do Jace. Outro cara que partiu o meu coração.
"Ali gorda, Ali gorda, Ali gorda!" era assim que ele me chamava na oitava série.
"Pare!" eu pedia a ele, mas era inútil. Jace continuava cantando aquela musiquinha idiota sobre o meu peso.
"Você devia estar no mar, Alison. Seu lugar é com as baleias!" Jace ria sem parar e os seus amigos riam junto com ele.
"Não é verdade!" eu gritava com a voz chorosa, por que ele insistia em me magoar? Por que não pode me deixar em paz?
"Você é feia, Alison. Ninguém nunca vai gostar de você! Vai morrer solteirona!" Jace gritou, havia maldade nos seus olhos.
Desde criança ele sempre me humilhou. Ele tinha razão, ninguém gostava de mim.
Peguei um pedaço do espelho que estava no chão e me levantei, encarando o meu reflexo nele.
"Nunca mais" eu pensei enquanto apertava o pedaço do espelho na minha mão machucada. "Eu nunca mais vou chorar por ninguém"
E naquele momento eu me senti fria e dura como uma pedra.
Pobre Alison :(
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A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUIS
RomanceO amor que Jace Connor sente por Alison Reak é tão grande que ele escreveu um livro sobre ela: A Garota Que Eu Nunca Vou Ter. Desde a adolescência, Jace têm uma paixão intensa pela desajeitada Alison. Ele sempre foi muito bonito e popular, ela, poré...