Oi incríveis, tudo bem? Vocês gostaram dos desenhos do capítulo anterior? KKKKKKK Jace desenha igual eu rssrsrs
Jace
Alison deixou bem claro que nós nunca ficaríamos juntos. Ela não me quer e eu não podia fazer nada sobre isso. Era hora de deixá-la ir, era hora de seguir em frente e continuar a minha vida. As palavras frias que ela havia escrito no papel ecoavam na minha cabeça e partiam cada pedaço de mim. Ela agora estava com o Lee, e por mais que eu roubasse beijos dela no vestiário e a perseguisse na hora da saída, nada disso mudaria. Eu tinha que respeitar a escolha dela e tinha que arcar com as consequências das minhas ações do passado. Se eu tivesse enfrentado o meu próprio preconceito nós estaríamos juntos. Mas agora era tarde demais para pensar no passado. Eu tinha que olhar para o futuro e esquecê-la.
Apertei o papel contra o meu peito e senti as lágrimas rolarem o meu rosto. O sinal já havia tocado e eu estava sozinho na sala, eu estava sozinho. O meu choro era silencioso e as minhas lágrimas eram amargas. O meu corpo doía assim como o meu coração. Eu estava despedaçado.
— Jace. — Uma voz doce chamou o meu nome. — Você está bem?
Lisa. Era Lisa. Há quanto tempo eu não falava com ela? Lisa e eu éramos as realezas daquele colégio. Agora eu não era mais rei e Lisa havia sido destronada também.
— Lisa?
— Quanto tempo não é? — Ela se aproximou da minha carteira, os seus cabelos loiros brilhavam como o sol. — Notei que você não saiu depois que o sinal tocou.
— Eu não quis sair. — Limpei as lágrimas rapidamente, mas ela já havia percebido que eu estava chorando.
— Você está bem? — ela perguntou.
— Sim, claro! — Sorri e guardei depressa o papel na mochila.
— Faz tanto tempo que a gente não conversa não é mesmo?
— Sim — assenti.
— Quero pedir desculpas, Jace. — Ela se sentou ao meu lado, na cadeira onde Alison estava. — Eu traí você com o seu primo, me sinto culpada.
Eu abaixei a cabeça. Lisa não sabia que eu havia pagado para Landon transar com ela, assim eu teria um motivo para terminar o nosso namoro. Eu podia contar para ela assim ela se sentiria menos culpada, mas eu preferi ficar calado.
— Tudo bem — falei. —É passado.
— Um passado que me atormenta. — Ela balançou a cabeça pensativa. — Eu era uma cadela.
— E eu um otário — falei.
Nós rimos um do outro. Notei que Lisa estava diferente. Antes ela era esnobe, parecia uma daquelas patricinhas metidas que a gente costuma ver em filmes adolescentes. Agora ela estava mais simples, as suas roupas eram básicas e ela demonstrava certa simpatia.
— Você mudou muito — falei. — O que aconteceu?
— A vida aconteceu. — Ela abaixou a cabeça e encarou os pés. — Eu comecei a observar as coisas e comecei a perceber o quanto eu era fútil. Então eu pensei: "Não quero ser mais assim" e acabei mudando aos poucos. Não é fácil mudar, é um longo processo.
— Eu também quero ser uma pessoa melhor, me sinto vazio ás vezes.
— Eu me sentia assim, Jace. Eu era inútil. Comecei a fazer trabalho voluntário com a minha mãe e vi que o mundo não é cor de rosa, que ele está cheio de pessoas que precisam de ajuda.
— Você fala como se fosse fácil mudar — sibilei.
— Não é fácil. — Ela olhou para mim.— É um processo longo.
— Eu quero ser uma pessoa melhor, Lisa. Estou pagando cada erro estúpido que eu cometi na minha vida.
— Você já está diferente. — Ela me observou. — Não parece o Jace que eu namorei.
— Eu sinto muito, Lisa. Eu não fui um bom namorado.
— Eu também não fui uma boa namorada.
Eu ri. Nós erámos tão bobos, porque eu fui tão idiota assim?
— Eu sinto muito pelo seu pai. — O silêncio se restaurou sobre nós.
— Como você sabe? — perguntei depois de alguns segundos.
— Nossas mães são amigas.
— Ah sim.
— Eu sinto muito mesmo, Jace. Você não merece passar por isso, seu pai não merece, ninguém merece.
— É eu não desejo isso nem para o meu pior inimigo.
— Como ele está? — ela perguntou.
— Ele diz que está bem, mas eu vejo o quanto ele está abatido. Na noite passada ele gemeu de dor. Os efeitos da quimioterapia estão começando a aparecer. O pior de tudo isso foi que ele escondeu que estava doente.
— Ele deve ter tido uma boa razão...
— Eu era um moleque por isso ele ficou calado por tanto tempo — falei.
— Ele vai ficar bem? — inquiriu.
— Ele vai morrer.
Nós ficamos em silêncio por alguns minutos. Era estranho falar com a Lisa depois de todo aquele tempo que estávamos separados. Eu nunca a amei. Ela era linda e naquela época era só isso que importava. Eu fui tão idiota com ela. Todas as vezes que eu estava com ela era na Alison que eu pensava. Cada gemido, cada sussurro, cada beijo apaixonado... Era tudo uma mentira. Eu fui um cretino e me arrependo por isso.
— Você vai ao baile? — Ela se inclinou para perto de mim.
— Não — falei. —Eu e Trevor vamos ficar jogando vídeo game.
— Garotos — ela riu. — Eu posso jogar vídeo game com vocês?
Eu não sabia o que responder. Não havia malícia na voz dela. Talvez eu e ela pudéssemos ser amigos, e eu estava precisando de amigos de verdade agora.
— Pode ser — assenti.
Caminhamos até o corredor, Lisa falava algo sobre ser voluntária na África, mas eu não a escutei. Toda a minha atenção foi fisgada ao ver um garoto sendo ovacionado por todos por beijar uma garota no corredor. Era Lee e Alison. Eles se beijavam apaixonados na frente de todos. Lee não tinha vergonha dela e a exibia para os meus ex- amigos. Alison estava contente e pela sua face ela se sentia a garota mais sortuda da escola, pois naquele momento todas as meninas a invejavam.
Uma lágrima saiu do meu olho. Aquilo foi à gota d'água. Alison não gostava de mim e os lábios dela pertenciam a outro homem. Logo o corpo dela pertenceria a ele também. Não me restava mais nada, toda a minha esperança de um dia ficar com ela acabou.
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A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUIS
RomanceO amor que Jace Connor sente por Alison Reak é tão grande que ele escreveu um livro sobre ela: A Garota Que Eu Nunca Vou Ter. Desde a adolescência, Jace têm uma paixão intensa pela desajeitada Alison. Ele sempre foi muito bonito e popular, ela, poré...