Cedric

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Já que ontem foi meu aniversário, eu resolvi dar um presente para vocês, meus leitores... Que tal um capítulo contado por Cedric? Afinal, é sempre interessante ouvir os dois lados da história, certo? Então lá vamos nós. 

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                 Um sonho.

                 Tu estavas apenas sonhando, Cedric! 

                 O que era absurdamente vergonhoso, um rapaz em minha idade, um futuro rei, tendo sonhos juvenis com uma garota... O que eu tinha me tornado? Um moleque? Sonhando com uma moça que eu ma conhecia, e que  embora ela estivesse prometida à mim, ainda sssim era uma situação ridícula! O que diriam os rapazes se soubessem que eu andava perdendo o sono por causa daqueles olhos selvagens de Marie...

               E não só os olhos eram selvagens... 

              Marie, diferentemente do que me fora dito, era uma caixa de surpresas, onde eu não sabia se, caso eu a abrisse, iria liberar o paraíso sobre os homens... Ou pandora. Quando cheguei à Baltícia, sob ordens expressas de meu pai de fazer Marie cair de amores por mim, esperei encontrar uma mulher entediante e sem graça, mas me depaei com um verdadeiro furacão de boca esperta que, confesso, fazia minha cabeça girar.

              E a beleza. 

             Também foi me dito que Marie era uma mulher de belos atributos e que, embora magra demais, fosse um verdadeiro colírio para os olhos, e eu pensara "Que princesa não é delicadamente bonita?". Mas a mulher que eu encontrei aqui havia superado minhas expectativas, aqueles cachos rebeldes que formavam uma aura de selvageria ao seu redor eram maravilhosamente complementados com um par de olhos tão quentes que poderiam fazer a maior das montanhas de fogo acordar, e ao fim, tudo isso era acrescentado à deliciosas curvas que pareciam perfeitas para o encaixe com o meu corpo. 

           Eu havia chegado a Baltícia contra o meu pai, para casar contra a minha vontade com uma mulher que pensava que seria a coisa mais chata que apareceria na minha vida. Tinha ido determinado a não me apaixonar e a fazer a princesa me odiar.

           Não sabia se aquilo seria mais possível. 

           Pois embora tenha decidido fazer a princesa não me suportar ao ponto de preferir criar uma guerra entre os reinos, ainda conseguia sentir, sempre que sozinho, nos meus ossos, o desespero que foi vê-la se afogar. Aqueles olhos sempre fogosos estavam fechados e sem calor.... Aquilo foi aterrorizante. 

           Eu estava falhando miseravelmente na minha decisão de não me apaixonar.

            Mas eu não podia, não queria... Minha vida antes desse acordo era um verdadeiro paraíso! Belas mulheres na hora que eu quisesse e como eu as quisesse, festas, riquezas... E na manhã em que meu pai me informou que nossos cofres estavam falidos e que o reino estava à beira de um colapso, e que eu teria que casar para manter nosso legado, eu me senti ultrajado! Aquele não era o papel de um homem! Mulheres casavam para manter a riqueza de suas famílias, não reis! 

           Porém era me dever admitir que a contra resposta do meu pai fora bastante convincente: 

          "Você quer ser rei ou não?" 

           Sim!Nascera para isso! 

          E se tivesse que me casar para que isso acontecesse.... Que assim fosse! 

           Apaixonar-me seria o menor dos meus problemas. 

       

Sina - A viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora