Cedric

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Bem... Enquanto o capítulo 17 não é postado, deixo com vocês uma bela narração de como Cedric lidou com os acontecimentos do capítulo anterior...

Oh... Pobre Cedric. 

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Quando eu havia me tornado tão fraco?

Em qual ponto da minha existência eu me transformara num homem que invade o quarto de uma mulher, a futura noiva, e a agarra daquele modo? Eu estava aprendendo da pior maneira que Marie despertava em mim os piores sentimentos e comportamentos. E eu não sabia o que era pior, se era a beleza, a vivacidade dela, ou a teimosia que fazia com que eu agisse como um tolo sem rédeas.

Era inegável que aquela mulher tinha uma força que eu nunca encontrara em mais nenhuma dama na minha vida inteira, e já estive com damas o bastante para saber reconhecer uma tenaz quando a encontrasse, e Marie era definitivamente uma delas. Ela tinha impressionado a todos hoje, principalmente a mim... Desde o primeiro momento em que ela entrou em contato com aquele ladrão, ela ficou diferente. A audácia que já lhe era característica triplicou-se a tal ponto que até mesmo meu pai ela enfrentou.

E a forma como ela enfrentou não só meu pai, mas a todos por conta daquele menino, ela era uma força da natureza, e seria eu, um reles mortal, capaz de doma-la? Aliás... Poderia ela ser domada?

Eu ainda não havia visto Marie se comportando como uma monarca, até aquele momento eu só tinha visto-a como uma dama, uma não muito convencional. Porém, ao vê-la descendo aqueles degraus em direção ao menino, como uma entidade da justiça feita de pura revolta e sede pelo correto, combatendo os gritos furiosos dos próprios súditos com uma coragem que nem eu teria, eu vi que Marie nascera para governar, aquela mulher, ela nascera para ser rainha. Vê-la naquele momento fez meu coração sair em verdadeiro galope, como um cavalo selvagem que encontrava liberdade.

E logo após, aquele beijo... Aquele beijo fora diferente. É claro que fazia algum tempo em que eu pensava em provar aqueles lábios, afinal ela era minha futura esposa, e era uma bela mulher. Mas em algum momento meu desejo mudou para algo além de simples luxúria. Eu queria tomá-la como minha, queria tê-la em meus braços, sentir o calor de seu corpo contra o meu, ouvi-la chamar o meu nome, ouvir sua respiração em meu ouvido... Aquele beijo não fora planejado, fora algo incontrolável, um ato que surgiu de algum lugar no fundo de minha alma e eu simplesmente não pude evitar. 

Não posso dizer que me arrependo, foi o melhor beijo da minha vida, e eu já tivera muitos beijos... Com aquele eu pude senti o calor das chamas entre nós e o sabor de mel que vinha dos lábios de Marie...

Deus... Podia meu coração explodir?

─ Audácia! Desrespeito! Aquela... Mulher... Quem ela pensa que é para me tratar daquela forma? ─ Meu pai esbravejava no seu quarto.

─ Ela é a princesa de Baltícia, pai... A real autoridade aqui. ─ Respondi, estava deitado na enorme cama de dossel.

─ Isso importa, Cedric? Eu sou o seu pai, o futuro sogro... E sou homem! Ela deve me tratar com mais respeito!

─ Bem... Antes de soltar os dragões em cima dela, lembre-se de que nós precisamos mais desse acordo de noivado do que ela... Lembre-se dos cofres do seu reino. ─ Falei, levantando e me servindo de uma taça de vinho.

─ Eu sei, meu filho! Espero que coloques rédeas naquela tua esposa! Antes que ela ponha as rédeas em tu! ─ Ele gritou, entrando na grande banheira por trás de um biombo no canto do quarto.

  ─  Marie não é uma égua, papai... Nem eu um cavalo. 

Oh céus... O que seria pior?

Governar um reino falido...

Ou controlar aquela mulher?

Eu não sabia se podia nem chegar perto de tal feito. 

  ─  Duvido muito disso. ─  Disse meu pai, com ar de riso. 

  ─  Muito engraçado... Mas eu duvido muito que Marie possa ser controlada. 

─  Não me importa! ─  Meu pai gritou tal alto que o biombo tremeu. ─  Tratas de controlar o quanto antes aquela... Aquela devassa! Se não o fizeres ela te subjugará e te tratará como um animal enquanto a mesma se diverte com todos os homens do reino... ─  Eu não queria ouvir as palavras venenosas e maldosas de meu pai, ele era conhecido por ser cruel e impulsivo em suas falas, mas eu não podia sair daquele quarto e deixá-lo falando sozinho, seria uma falta de decoro e respeito grande demais. Ainda assim, ouvi-lo falar aquelas coisas de Marie, só porque ela tivera a coragem de enfrentá-lo e defender os próprios ideais... ─  Ela tem mesmo o comportamento de uma mulher que facilmente se tornará adúltera, é muito ativa, pensa demais, fala demais... Aqueles olhinhos ardilosos e aquele sorriso debochado dela não enganam a ninguém! Podem enganar aos pais ou a qualquer outro, mas a mim não... Tratas de impor o teu poder sobre ela, Cedric, ou ela te fará um rei não com uma coroa, mas com um par de chifres! Mulheres tem que ser control...

─  Chega! ─  Gritei. ─ Não permitirei que fales assim da mulher que será minha futura esposa, mãe dos meus filhos e rainha consorte de Vasquéz! Controles tua língua, velho, já suportei o bastante e tuas sílabas nocivas. Não fales assim de Marie só porque ela teve a coragem de enfrentá-lo! Coragem que nem mesmo outro homem em terra teve!

─  Cedric... ─  Meu pai falou, estupefato. 

─  É isso mesmo! E agora eu me retiro, preciso me acalmar.. O dia foi extremamente exaustivo. 

Meu pai continuou calado, e quando eu achei que tudo estava pacífico novamente, ele deu um jeito de estragar a calmaria.

─  Vejo que já é tarde... 

─  Tarde? O que já é tarde? ─  O velho rei riu.

─  Ela já te controla, filho... Já te controla... 

Com isso eu sai do quarto, não sabia do que seria capaz se continuasse ali.

Provavelmente o reino de Baltícia perderia uma bela coleção de taças de cristal. 


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   É... Parece que ninguém pode realmente mandar no coração...

Nem mesmo quando se é um príncipe. 

Não esqueçam de ajudar e torcer para que Sina vença o Watts 2016! Catarina conta com vocês, pessoal!

Beijos no coração!

Até o capítulo que vem...

Sina - A viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora