Capítulo 11

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Gente, esse capítulo vai ser bem curtinho, mas eu só queria dizer que a pobre Catarina vai sofrer muito no próximo.

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Cheguei ao castelo quando já estava quase amanhecendo, por sorte as carroças dos comerciantes ainda estavam na entrada dos portões. Meu retorno foi tão fácil quanto a minha saída, e as coisas teriam sido bem simples se as palavras da cigana Rosa não ecoassem em meus ouvidos... "Faça o príncipe Cedric se apaixonar por você... Essa é a sua missão...". Francamente, eu tinha me arriscado numa carroça desconhecida, durante a madrugada, e não a quilômetros, mas a séculos de casa... Da minha vida! Arrisquei-me para obter soluções para os meus problemas e acabei voltando com mais um. Acho que deveria começar a fazer uma estante para "coisas que estavam dando errado na vida de Catarina".

Como eu ia fazer um príncipe se apaixonar por mim? E ainda mais aquele príncipe! Arrogante, convencido e libertino. O sinônimo da realeza, com certeza sim. E aparentemente fazer aquele projeto de príncipe se apaixonar por mim era a única forma de voltar para minha vida normal, então eu realmente tinha que fazer Cedric cair aos meus pés (ou aos pés de Marie, pelo o que ele sabia).

Os raios do amanhecer já davam sinais através da janela, a visão era realmente linda e eu teria ficado muito feliz em admirar, mas eu me mantinha acordada por aproximadamente 48 horas e o peso da exaustão já começava a me atingir. Retirei o vestido que tinha usado na minha empreitada e o coloquei de volta no baú, a camisola da vovó nem parecia mais tão ruim agora que eu estava tão cansada, e foi um júbilo deitar na enorme cama da princesa e me entregar ao sono.

Acordei com as batidas de alguém na porta, meus olhos continuavam pesados e por um breve, mas maravilhoso momento, eu pensei que todo o dia anterior tivesse sido um sonho ruim, mas obviamente ouvir a voz de Magdalena me provou que eu continuava ferrada do mesmo jeito. Sai da cama em um salto e abri a porta.

─ Bom dia, senhorita. Espero que esteja bem disposta. Seu pai requisita sua presença agora mesmo. Ele quer conversar convosco antes de o café da manhã ser servido para os convidados. ─ Ela entrou, depositou uma jarra de água na penteadeira da princesa e veio até mim, já esticando as mãos para tirar minha camisola. Aquilo era tão estranho, em todos os sentidos! Ter uma pessoa para me despir, me secar, me pentear, me vestir... Qual era o problema desse povo da realeza? Eles não podiam tocar a si mesmos?

Povo estranho.

─ Conversar comigo? Mas o que o Rei que conversar comigo?

─ Não sei, senhorita. O rei deseja falar com a princesa e como estais no lugar dela é convosco que ele vai falar. Por favor, não esqueça os modos. ─ Magdalena respondeu, já trazendo todas as peças de roupas que mais pareciam objetos de tortura medie... É, que ironia.

Passei meus braços pelas mangas do vestido bordô que seria a vestimenta super confortável do dia. Maravilha. Magdalena me arrastou até a penteadeira e jogou a água da jarra dentro da pequena bacia, ela indicou as mãos para a bacia perguntando "Quer que eu lave o rosto da senhorita?", o que não... Eu não queria. Então tratei de fazer tudo sozinha, e aquilo não era tão estranho... Até a parte de escovar os dentes.

─ Magdalena. É... Como eu vou fazer a limpeza dos dentes? ─ Perguntem, já temendo a resposta.

─ Ah sim... Que displicência a minha. Como a senhorita é de uma classe inferior creio que não tenha esses recursos à disposição. Mas não se preocupe, o castelo recebe os melhores alcaçuzes do reino! Basta passar o graveto nos dentes e pronto! Estão limpos... ─ Como é que... Alcaçuz? Eles limpavam os dentes do alcaçuz?

Sina - A viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora