Capítulo 17

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TAM TAM TAM TAAAAAAM! Depois de tantas dúvidas, tantos questionamentos... Catarina finalmente chega a uma resposta que, literalmente, vai partir o coração dela. 

É triste ver Catarina sofrer, triste, mas necessário.

Espero que gostem do capítulo! 

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Sálvia, sal e água. Essa era a "receita" para contatar a cigana Rosa, fosse lá onde ela estivesse.

Já havia se passado duas semanas desde o beijo, e depois de mais uma noite de sono mal dormida, onde eu passei a madrugada me revirando nos maravilhosos lençóis de seda da princesa, decidi que o mais sensato seria falar com a cigana Rosa. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, aquele beijo de Cedric me fez sentir coisas que até horas atrás eu não sentia de jeito nenhum, e pode parecer estranho que um beijo faça isso, mas eu não sentia calafrios na espinha quando pensava nos olhos ou no sorriso de Cedric antes e agora...

Era isso, eu ia falar com aquela cigana. A primeira coisa que eu fiz assim que acordei foi pedir a Magdalena que trouxesse os ingredientes que Rosa havia me indicado naquele sonho ridículo no qual ela me enfiara dias atrás, eu não sabia se realmente ia funcionar, já que aquela mulher parecia maluca até o fim da vida.

Hoje era mais uma daquelas manhãs em que eu realmente sentia falta de Elise, eu estava tão confusa sobre tudo, provavelmente se ela estivesse ali estaria dando tapas na minha cara e gritando "Foco, garota! Nada de beijos, você tem que voltar pro seu tempo!". Muita coisa havia mudado nessas semanas, a começar por Cedric, antes ele apenas falava comigo no café da manhã e jantar, mas agora estava muito mais acessível e "esbarrava" em mim pelos corredores em quase todos os momentos do dia, vinha "visitar-me" durante minhas aulas de piano e até mesmo cavalgou comigo não fazia menos de dois dias. Eu estava começando a achar que o príncipe finalmente havia se apaixonado por mim, ou pela princesa, mas eu continuava presa ali naquele tempo sem nenhum sinal de que meu retorno triunfal estivesse próximo.

Mas embora eu quisesse retornar para casa, eu por vezes me pegava pensando em Cedric de uma forma que claramente eu não deveria. No primeiro momento em que eu o vi, notei o quanto ele era belo, ele era de fato um dos homens mais lindos que eu já havia visto em toda minha vida, medieval ou não, mas eu comecei a prestar atenção em coisas que anteriormente não estavam claras para mim: a forma como o pescoço dele se curvava quando ele tocava piano, o som da risada dele quando Valerie fazia ou dizia alguma coisa engraçada, o brilho nos olhos dele quando por vezes eu o vi treinar esgrima com o seu pai, um brilho feroz de determinação que me lembrou bastante o olhar dele no momento em que nos beijamos, as mãos de Cedric... Aquelas mãos eram fortes, e por vezes eu as imaginei passeando pelo meu corpo, lembrando da sensação de estar rodeada por aqueles braços e presa naquelas mesmas mãos...

Então, claramente, era por essa razão que eu iria confrontar aquela cigana de araque. Magdalena chegou ao meu quarto 15 minutos depois com as folhas de sálvia e um pote de sal, ela tinha uma expressão estranha no rosto, do tipo "O que essa maluca vai fazer com isso?", eu rapidamente expliquei que iria fazer um elixir rejuvenescedor para a pele e quando ela perguntou se eu precisava de alguma ajuda eu sucintamente dispensei, ela poderia fazer fosse lá o que ela fazia durante a manhã, eu não me importava, naquele momento eu iria ter uma conversa séria com alguém que merecia uns bons tapas. Misturei as folhas de sálvia na água, coloquei o sal, e já que eu não sabia a quantidade de cada ingrediente, coloquei a metade de cada, verifiquei se estava com o pingente ( o que era desnecessário, porque eu nunca tirava aquilo do pescoço) e quando o sal estava completamente dissolvido e as folhas de sálvia já estavam quase brancas eu bebi o conteúdo nojento que eu mesma preparara.

Sina - A viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora