Capítulo 3

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Louis estendeu a mão para chamar uma enfermeira que passava, mas o som de alguém cantando, o deteve frio no meio do corredor. A musica de Danny Boy, Cepas, flutuou de volta para ele, a música favorita do seu pai. A segunda geração de Mark, tinha crescido com as músicas da velha pátria, como Danny Boy e The Campos de Athenry. Louis não podia lembrar nenhuma vez em sua vida, que seu pai não estivesse cantarolando um deles.

Mas esta não era a voz do seu pai. A doce harmonia desta voz cortou a alma de Louis, fazendo ele vacilar. Era a voz de Harry. Sua voz o chamava cada vez mais próximo, como uma sirene tirando um homem de sua desgraça. Seus passos abrandaram, enquanto seus olhos rastreavam o corredor, até uma porta.

A última vez que ele o ouviu cantar, foi na Dança do Celeiro dos seus avós. Uma noite antes de descobrir que estava verdadeiramente e completamente apaixonado por ele, e antes de quebrar seu coração. Parando em frente da porta, Louis tentou ainda impedir a rápida aceleração do seu batimento cardíaco.

Seu pai estava reclinado para trás, com Harry empoleirado ao lado dele na cama do hospital. Ele segurava sua mão que estava presa ao suporte do soro. Embora Mark tivesse tubos de oxigênio preso em seu nariz, ele parecia estar se sentindo muito bem e estava desfrutando do seu concerto de improviso. Quando as últimas notas da canção ecoou nas paredes desbotadas, Mark aplaudiu. – Bonito, Harry! Absolutamente lindo!

Mesmo que ele tenha abaixado a cabeça, Louis podia ver o habitual rubor de constrangimento em suas bochechas.

– Foi um prazer.

– Sem dúvida, você tem a voz de um anjo.

Harry se inclinou e beijou sua bochecha. – Você sabe que não há nada que eu não faria por você, o que inclui cantar uma música com notas impossivelmente altas no meio da Emergência. – Uma mão voou para seu abdômen, enquanto um sorriso aparecia em seu rosto.

– Noah deve ser um verdadeiro Tomlinson. Ele dançou como um louco agora. Tomando a mão de Mark, e levou até a sua barriga.

– Vê?

Louis respirou e cambaleou para trás. Mas que diabos? Seu filho tinha um nome, e ele não tinha nenhuma participação nele. Como Harry pôde fazer algo tão monumental como dar um nome ao seu filho, sem perguntar a ele? Ele não deveria ter se importado que Harry tinha concedido o nome de seu falecido pai* ao seu filho, mas ele se importou. A raiva borbulhou através dele. Invadindo a porta, ele desabafou: – Desculpe–me? Noah?

Mark e Harry viraram ao mesmo tempo para olhar para ele. O rosto de Harry ficou vermelho desde suas bochechas marfim até todo o caminho até seu pescoço, enquanto seu olhar frenético se lançava ao redor da sala como procurando uma fuga.

Lutando para sair do leito, Harry recuou tão longe dele, quando podia. Apesar que sua atenção deveria estar em seu pai doente, Louis não podia tirar os olhos de Harry. Qualquer raiva que ele sentia, rapidamente se evaporou, e seu coração apertou de amor por ele. Deus, ele o tinha perdido. Louis o olhava, na frente dele, como uma visão. Harry poderia ter sido uma das rosas de Mark. Seu  estômago redondo, e seus quadris mais largos. Ele lutou para recuperar o fôlego.

Quando Mark limpou a garganta, Louis olhou rapidamente para ele. Mark sorriu.

– Sim, Noah Mark, uma homenagem ao seus avós. Você não acha que é um bom nome para o seu filho?

– Sim, é – Louis murmurou, olhando para trás e para Harry. Quando Harry finalmente ousou olhar para ele, ele balançou a cabeça. – Noah Mark Tomlinson é um nome muito bom.

Os olhos de Harry se arregalaram na insinuação de seu sobrenome. Louis se preparou para ele protestar, mas Harry continuou avançando para a porta, em vez disso.

O Pedido - l.s *m.preg {2}Onde histórias criam vida. Descubra agora