Nove:A livraria de Riley Martin.

114 8 0
                                    

Aproximei-me da rua onde estava localizada a biblioteca. Ainda dentro do ônibus vermelho pude ver a fachada elegante e moderna do comércio.

Desci do ônibus radiante, um sorriso imenso em meu rosto. Parei na calçada e arrumei os cabelos castanhos claros e compridos que pousavam sobre minha cabeça, mesmo sabendo que seria uma tentativa vã.

Olhei pelo vidro da porta e avistei Sr.Riley falando em um telefone vermelho. Entrei em silêncio e sorri ao encontrar com seu olhar preocupado.

- George, pare com esses negócios malucos! - Cochichou o homem que tinha um tom rubro. - Eu não falarei com essa vadia maluca, Taylor não é problema meu. - Olhou para mim e sorri constrangido. - Tenho que ir, o garoto novo chegou. Sim, sim, ela está nos fundos. - Riley seguiu uma cliente que adentrou a livraria com o olhar. - Não seja rude, não preciso preocupar-me com ela. Adeus, George.

Riley bateu o telefone contra o balcão de madeira escura, vociferou algumas poucas pragas ao homem com que falava e então entregou-me um colete azul.

- Desculpa por isso, garoto. Negócios são sempre estressantes. - Riley coçou a barba hirsuta. - Esse é seu uniforme, pode usar suas roupas comuns por baixo disto, apenas não use camisetas com estampas de bandas de loucos ou palavrões. - Advertiu o homem que mexia na camisa social branca.

- Tenho uma reunião daqui há poucos minutos, mas a ruiva pode ajudar-te. - Disse ele arrumando a gravata cinzenta.

- Ruiva? - Perguntei confuso.

- Começou hoje mas, sabe lidar com o trabalho. - Ele sorriu para mim e apontou para os fundos. - Ela está nos fundos, pode deixar seus pertencem lá e começar o trabalho. - Disse ele olhando para a mochila que carregava nas costas.

- Sim, Sr. Martin. - Respondi.

- Riley, garoto. - Disse ele abrindo a porta para uma senhora que vestia roupas coloridas e saindo em seguida.

Olhei para a biblioteca com um enorme sorriso.

O lugar imenso tinha o chão coberto por tapetes cor de creme e decorado por sofás de couro no final de cada corredor de prateleiras altas de madeira escura, além de mesas com a mesma madeira escura decoradas com luminárias coloridas.

Segui pelos corredores de livros e avistei uma porta no canto esquerdo da biblioteca. Passei pela porta larga de vidro, vi-me em um pequeno espaço com uma porta de ferro e uma escada caracol. Antes que pudesse alcançar a porta, esta abriu-se e uma pessoa carregando quatro caixas grandes de papelão chocou-se comigo.

- Desculpe, Sr.Riley! - Reconheceria esta voz em qualquer lugar. Peguei duas das caixas.

- Joy? - Disse ao ver a ruiva escondida por trás das caixa.

- Aaron! - Disse a ruiva surpresa. - Obrigada por atrasar-se. - Disse ela olhando para as caixas.

- Você trabalha aqui, Joy? - Perguntei seguindo-a pela imensa livraria.

- Não, apenas fazendo uma boa ação. - Disse ela colocando as caixas atrás do balcão. Olhei para ela confuso e recebi um imenso sorriso. - Claro que trabalho aqui! Por que estaria carregando estas caixas? - Gargalhou ela abrindo uma das caixas e pegando alguns livros embalados. - Já que vossa alteza atrasou-se para seu primeiro dia, terei que treiná-lo. - Disse ela curvando-se teatralmente.

- Desculpe. - Disse rindo com o deboche de Joy.

- Primeira regra: Todos os livros devem estar perfeitamente organizados; cada prateleira está identificada com um gênero, você deve colocar os livros novos no local correto.

Parque ObscuroOnde histórias criam vida. Descubra agora