O caso de Taylor Jules Andrews causava barulho nos salões de beleza, praças e centros comerciais. Mães preocupadas com futuros ataques do criminoso desconhecido trancavam suas portas e prendiam seus filhos com discursos não tão convincentes para os jovem que não entendiam a gravidade daquele delito e, queriam aproveitar cada segundo de suas férias.
Especialistas estudavam o perfil do suspeito que espreitava pelas ruas movimentadas, sem ser notado ou causar suspeitas. Surpresos com tamanha crueldade, não conseguiam solucionar o caso que ocorrera há quase três meses e, isto, mantinha o ar de apreensão e pavor nas delegacias e conselhos espalhados pela cidade.
A televisão iluminava o quarto escuro, o garoto de cabelos bagunçados e óculos de lentes arranhadas babava sobre o travesseiro puído que pendia sobre uma das beiradas da cama, repleta de embalagens vazias e jogos de videogame jogados durante a madrugada.
- Hugo! – Berrara o homem que, agora, usava um barba cheia. – Hugo! – Repetira após perceber que o garoto ainda mergulhava em um sono profundo.
Hugo tirara os óculos arredondados e grandes demais para seu rosto esguio, coçara os olhos deformados pela abstinência de sono e bocejara, deixando a sua volta o cheiro pútrido de manhã.
- Sabe onde está Aaron? – Indagara seu pai com voz altiva, retorcera os sobrolhos tênue e coçara o couro cabeludo que desmanchava-se em suas mãos indelicadas.
- Não está em casa? – Questionou Hugo com ar de confusão.
Aaron sempre ouvia atentamente as regras, seguia-as com veemência e, aqueles que não as seguiam, eram corrigidos pelo garoto de mentalidade avançada. Daniella e Jean odiavam o fato de terem um irmão tão responsável, nunca tinham Aaron como cúmplice de suas aventuras ilegais, por isso, escondiam-nas em caixas inexoráveis.
Hugo fora o único a perceber que, o relacionamento um tanto romântico entre Aaron e a garota amigável de madeixas ruivas mudara o irmão mais maduro. Aaron tornara-se tão ríspido com seus irmãos arrogantes quanto sua amante com o resto do mundo, não aturava mais as injustiças que eram cometidas contra ele. Hugo sentia-se grato em ver seu irmão tão feliz, e de nunca tê-lo tratado de forma diferente de cuidadosa e amigável então, as repentinas mudanças não o incomodavam.
Ethan saíra do quarto rapidamente, deixando sua expressão carrancuda no quarto bagunçado do menino mais jovem da família.
- Jennifer, Aaron não esteve aqui. – Pronunciou com tom de preocupação paterna. O filho cujo, os pais, julgavam como exemplar, nunca deixava de avisa-los aonde iria, às vezes, Aaron ainda pedia permissão para os pais, mesmo que estivesse em seus dezoitos anos.
Hugo olhava os pais de olhos abertos, atentos ao sumiço suspeito.
Os cabelos formavam galhos emaranhados, refletiam a luz alaranjada que intensificava-se com a luz do sol da manhã e, o brilho natural emanava de sua pele alabastrina. Suas bochechas estavam amassadas em meio aos inúmeros travesseiros macios que suportavam uma cabeça ruiva e uma castanha.
Seu peito elevava-se e contraia-se com movimentos lentos, levando consigo os cachos brilhosos. Seus cílios soturnos marcavam a curva perfeita de suas pálpebras manchadas pela maquilagem que mal fora retirada na noite anterior.
- Por que observa-me tanto? – Murmurou com voz preguiçosa, abrindo os olhos e mostrando-me a íris que carregava o azul saturado.
Meus lábios foram repuxados em um sorriso relaxado. Não conseguia lembrar-me da última vez que sorri desta maneira longe de Joy. Ao lado dela, sorrir, era algo tão natural quanto respirar.
- Dormira bem, J? – Perguntei enquanto acariciava o rosto alvo e macio.
- Sim. – Respondera com um imenso sorriso. – Dormira bem, querido? – Indagara beijando meus lábios.
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Parque Obscuro
Misterio / SuspensoTodas as coisas tem seu lado cheio de luz mas, o que fazer se apaixonar-se pelo lado obscuro foi o caminho escolhido pelo seu coração? Aaron Carter tomou esse caminho e não arrepende-se. A vida deste garoto torna-se um verdadeiro caminho tortuoso a...