Oito: Novo emprego.

79 7 3
                                        

Passaram-se uma semana desde que Joy falou comigo pela última vez. Tento focar-me nas aulas mas, ainda depois do ocorrido, tudo nela distrai-me.

Estava preparando um sanduíche quando meu telefone tocou.

Jennifer e Ethan olharam-me de esguelha, desconfiando da chamada.

- Carrie está lhe ligando, Aaron. - Comentou Jean apoiando as largas costas contra a cadeira. Daniella arqueou as sobrancelhas com um riso debochado.

- Sim. - Respondi ao telefone que brilhava perto de meu rosto.

- Aaron Carter? - Disse uma voz rouca e alegre.

- Sim, sou eu.

- Riley Martin falando, gerente da Biblioteca Londrina. - Disse a voz suave acompanhada de uma risada contida. - Você foi selecionado para preencher o cargo aqui.

- E-eu fui? - Disse com um enorme sorriso no rosto.

- Sim. Começa hoje as três da tarde, seu turno termina as nove.

- Obrigado! Estarei aí as três em ponto.

- Espero por você. - Disse a voz rouca. - Tenha um bom dia, Aaron.

- Você também, Sr.Martin. - Respondi enquanto andava pela pequena edícula.

- Riley. - Corrigiu o homem.

- Riley. - Repeti.

Voltei para onde minha família continuava estática e curiosa.

- Quem era ao telefone? - Perguntou Amina balançando de curiosidade sobre a banqueta.

- Consegui o cargo na Biblioteca Londrina. - Disse sorrindo. - Começo hoje as três da tarde.

- Biblioteca Londrina. - Repetiu Jennifer desconfiada. - Onde é esta tal biblioteca?

- Na rua Connaught, perto de um parque. - Disse enfim.

- Qual parque? - Perguntou Ethan.

- Não sei o nome do parque, pai. - Respondi dando uma mordida no sanduíche antes intocado.

- Esse Riley tem uma filha? - Debochou Daniella.

- Riley é o gerente, parece um bom homem. - Comentei.

- Voltarei tarde para casa, saio do trabalho umas nove horas. - Disse jogando minha mochila sobre as costas e deixando o cômodo.

Estava atrasado para aula, corri até o ponto de ônibus e esperei por alguns minutos.

O enorme ônibus vermelho e moderno estacionou perto de mim, entrei no veículo sem muitas pessoas e cumprimentei uma garotinha de cabelos cacheados.

Estava certo, esta cidade tinha algo para mim.

Cheguei na imensa escola e entrei pelas portas largas de madeira, recebi olhares de um zelador magricela e de um garoto tristonho que também corria pelos corredores brancos.

Cálculo, dizia as letras garrafais pintadas na porta de vidro.

O professor que foi interrompido por mim olhou-me com uma expressão carrancuda e apontou para as carteiras atrás de si.

Parque ObscuroOnde histórias criam vida. Descubra agora