Vinte e dois: Não chore, Carrie.

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Joy descansara a cabeça em seu ombro amostra, piscando como um animal de zoológico que fita seus visitantes surpresos com a beleza do ser exótico.

- Você é um monstro. – Vociferou George, trêmulo e pálido como sua esposa sem vida, que ainda tinha seus olhos abertos e com aspecto de vidro.

- Ela pode ser um monstro para você, mas você estava prestes a fazer a mesma coisa. – Rebati com o indicador entre os sobrolhos crispados de George.

- Agora irá ouvir-me. – Dissera Joy com voz mansa, observando seu pai que correra até a imensa porta de madeira e fechara-a.

- Não, você irá ouvir-me. – Anunciou George de forma rude.

- Fique quieto. – Adverti enquanto aproximava-me em passadas largas. – Escute-a. – Ordenei atirando-o contra uma das paredes repleta de porta-retratos.

- Eu não fiz isso. Amélia foi assassinada por um invasor. – Anunciou pausadamente a assassina. – As câmeras de segurança estavam sobre manutenção, o invasor provavelmente sabia disto. Eu não fiz isso. – Adicionou com calma excessiva.

- Está louca? – Comentara seu pai com ar confuso. – Desconfiarão de mim! – Berrou em meio a um engasgo causado por minha mão pesada em sua garganta.

- Irá encontrar uma maneira. Ou irei colocá-lo atrás das grades. – Ameaçara a ruiva de expressão de porcelana.

- Por quais crimes? – Indagara ele com olhar arrogante.

- Por todos eles, George Moore. – Respondera lentamente. – Principalmente o de Taylor Jules Andrews. – Joy observara o pai apreensivo por alguns segundos, suspirara e sorrira maliciosamente. - A pobre garota mutilou-se para mostrar ao mundo quem deixou-a sangrar até a morte. Isso ficara interessante estampado nos jornais.

George fitou o rosto simétrico de sua filha caçula por alguns instantes.

- Você é como sua mãe. – Apontou com pêsames.

- Minha mãe está morta, papai. Não seja indelicado com meu luto. – Pronunciou com voz infantil, projetando seus lábios grossos e piscando os grandes olhos.

- E seu namorado? – Perguntara George como se tivesse encontrado um pequeno furo no plano da filha.

Engoli a saliva inexistente, observando parte do que restara da família Moore.

- Aaron não fez parte disto. Sua filha incontrolável fugira para Kingston para passar algumas semanas com o namorado que, você, ainda não havia conhecido. – Elaborara Joy. – Os empregados da casa foram demitidos há algumas semanas e, você, não os vê desde então. – Joy aproximara-se da orelha esquerda de George. – Sabe o que tem que fazer com eles, certo?

- O que espera que diga ao meu respeito, espertinha? Os companheiros são sempre os primeiro suspeito. – Disse com orgulho próprio.

- Estava preparando-se para uma reunião no momento da invasão. – Aconselhei.

Recebi um olhar orgulhoso de Joy.

- Entendeu? – Perguntara ela com olhos ameaçadores.

- Por que faria tudo isto por você? – Perguntara George de sobrolhos arqueados.

Apesar de sua aparência ser quase tão semelhante a de Amélia, o olhar ameaçador e a habilidade de tramar contra quem quisesse fora herdada de George. Os sobrolhos ruivos da garota ao meu lado arquearam-se como os do homem a minha frente, os dois fuzilavam-se com os mesmo olhos azuis.

- Onde está Alexander, papai? - Questionara com tom infantil.

Os olhos amendoados de George pularam para fora das órbitas, deixando-lhe o queixo quadrado cair-lhe aos pés.

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