Capítulo 6

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"Quando uma pessoa querida parte,
não é só ela quem vai;
de nós, leva junto uma parte
e um castelo de ferro cai.
E então, morremos também a sua morte,
que instalou-se sorrateira como a noite,
súbita como o vento forte,
e doída como o estalar de um açoite."

A. Margot











Dois anos depois
















Há mulheres infelizes por não terem filhos, e outras culpadas por não os desejarem. Há ainda as frustradas, que se obrigaram a ter filhos só para cumprir o papel de mãe. E há também as mães sem filhos...
Havia se passado dois anos sem o meu Thomas.
Dois anos em que a tristeza fazia parte de minha rotina. E a razão de viver sem ele não existia.
A dor nunca foi passageira, afinal como seria?
Não é fácil perder um filho.
Complicado explicar, que, por alguma razão, ele nunca iria partir.
Certamente, viveria conosco toda nossa vida em nosso pensamento.
Aparentemente, é estranho falar pensamento.
Estranho é conviver em pensamento.
Alguns sentimentos não existiam mais, assim como uma boa parte de mim.
Tinha sido complicado passar no corredor escuro em meio à noite, e saber que não poderia ir depositar um beijo sobre sua testa e o cobrir.
Complicado também, era o silêncio em que se intensificou à nossa casa e à nossa vida.
A partida súbita do pequeno nos deixou sem rumo.
Não tinha mais sentido ter que olhar para frente sem o ver ali.
E acredite ver alguém partir não é nada fácil.
A princípio parecia ser mais como uma simples perda, de como alguém que está doente e acaba por deixar esse mundo.
Ou como uma adolescente triste por ter acabado de perder seu namorado.
Mas, não. Não era assim, como uma simples perda.
Senti como se todo meu corpo viesse a falecer assim que vi o seu rosto sereno no caixão.
Senti vontade de pular em sua cova juntamente dele para poder assim nunca mais ver esse mundo.
Era a minha única vontade naquela tarde.
Porém, o necessário seria prosseguir.
Mesmo não querendo.
Mesmo não sentindo como fazer isso.
Afinal tudo o que queria naquela hora era Thomas ali comigo.
Mas eu precisava.
Talvez, não continuar por completo, pois eu sabia que era um tanto quanto impossível, mas uma pequena parte dela.
Era uma obrigação minha continuar para ver a justiça sendo feita.
E pensando nela, assim fiz.

Meu novo endereço se encontrava em Washington.
E o novo trabalho.
FBI.
Deixei todo meu passado em Connecticut. Minha nova vida estava ali.
Em dois anos já vivenciei boa parte do que nunca tinha vivenciado no antigo trabalho.
O delegado Jordan era o meu mais novo braço direito.
Era incrível a eficiência do trabalho do FBI.
O trabalho em grupo, a facilidade em achar as evidencias e logo terminarem de analisá-las.
Por sorte consegui me estabilizar rápido.
Afinal, ali seria minha nova vida.
E ali eu veria o que eu mais queria.
O assassino de meu filho.

***

- Agente Laurent? - O delegado Jordan adentrou minha sala.
- Pois não?
- Precisamos conversar você teria um minuto?
- Claro! Por favor, sente-se!
- Obrigada. - Completou, sentando-se à minha frente.
- No que eu poderia ajudar?
- Bom, talvez agora nós fôssemos te ajudar assim como você irá nos ajudar.
- Desculpa, mas, como assim?
- Acabamos de receber um e-mail de seu antigo trabalho, informando que eles encerrariam as buscas pelo assassino de Thomas hoje, por falta de provas.
- O que delegado? Como assim, eles não podem!
- Pensando nisso, pensamos em te dar um trabalho complicado, porém satisfatório pra você. Entregamos-te aqui o caso do seu filho Sarah, agora está em suas mãos achar quem você tanto esperou para ser achado. - Ele entregou um envelope aparentemente cheio em minhas mãos. - Sabemos que aqui, você é uma das únicas a conseguirem desvendar esse crime. E para te ajudar nesta busca implacável vamos te disponibilizar mais um de nossos novos policiais, mas nem por isso sem capacidade, aqui. O Agente Dylan. Ele irá te ajudar para no que for preciso como seu mais novo estagiário.
- Estagiário?
- Ele acaba de chegar de Atlanta. O mais novo recruta do FBI. Em Atlanta era considerado o melhor detetive, então ficaríamos felizes em ele poder aprender as leis do FBI com você. E também por ele te acompanhar nesse caso. E talvez, seja complicado, porém eu recomendaria você começar desde o início, em Connecticut. Irei mandar Dylan vim até aqui assim que ele chegar. Boa sorte nesse caso Sarah, sei que irá precisar!
- Obrigada por confiar em mim delegado, e por esse trabalho de que acaba de me dar.
- Era o mínimo que eu poderia fazer Sarah, em qualquer situação sabe que poderá sempre ter a minha ajuda. - Ele finalizou, saindo de minha sala.
Um trabalho melhor?
Acredito que, impossível!

***

Batidas na porta me despertaram de ler toda aquela papelada do caso de Thomas.
- Pode entrar!
Um homem alto, com sua pele branca como a de um bebê adentrou minha sala.
O cabelo preto estava levantado em um pequeno topete, deixando assim, à mostra seus olhos azuis que reluziam a toda parte de seu corpo completamente definidos em músculos.
- Com licença? Agente Sarah Laurent?
- Sim, sou eu, no que posso ajudar?
O olhar se levantou encontrando assim os meus.
O homem era bonito, eu não podia negar.
Era de se enlouquecer qualquer mulher que procurava um relacionamento sério.
E para as que não, podia muito bem desconcentrá-las de qualquer coisa que estava fazendo.
Assim como foi o meu caso assim que vi todo aquele rosto bonito e barba bem definida ao olhar pra mim.
- Sou Dylan Jones, o novo estagiário.


Me perdoem pela demora! Queria poder fazer algo legal, espero ter conseguido!
Não esqueçam da estrelinha por favor!
Até o próximo cap!

All the love, mel xx

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