Tatuada em mim

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Chego em casa e já passou das oito, depois que fomos tomar sorvete voltamos para o apartamento e assistimos alguns filmes, o que resultou da minha perda de noção de tempo.

Entro na ostentosa sala e subo as escadas, abro a porta do quarto e vejo Dylan arrumado.

- Na onde pensa que vai? - Digo o admirando.

- Iria me encontrar com uma mulher muito gostosa. - Diz caminhando lentamente até mim.

- A é? - Cruzo os braços e faço uma careta. - Como ela é?

- Bem, ela tem lindos cabelos castanhos e seus olhos são de um azul profundo.

- Me parece bem bonita.

- Ela é, a mais linda. - Se aproxima e beija meus lábios. - Já estava indo te buscar. - Seu sorriso morre.

- Desculpe. - O abraço. - Perdi as horas, Charlote estava lá com Pierre.

- Me trocou pelo meu sobrinho? - Junta as sobrancelhas.

- Ele sabe usar seu charme. - Dou de ombros.

- Não tanto quanto eu sei. - Beija minhas bochechas e desce até meu pescoço, dando pequenas mordidas.

- Dylan. - Me separo um pouco e beijo seu nariz carinhosamente. - Quando você irá dar espaço para Pierre entrar?

Sua relação com o sobrinho não está tão fria como antes, mas toda vez que Dylan vê Pierre ele se fecha, claro que sorri de vez em quando para o garoto e nota sua presença quando estamos todos juntos, mas nunca o vi o pegando no colo ou mantendo uma conversa com ele.

- Quando a culpa não for demais. - Sussurra e seus olhos escurecem.

- Desculpe. - O beijo suavemente.

Não deveria ter perguntando sobre isso, não hoje, não depois do aniversário do acidente.

- Está tudo bem. - Beija minha testa e pega minha mão. - Quero te mostrar algo.

Descemos as escadas e entramos em seu escritório, ele me faz se sentar em sua cadeira e me entrega um papel.

- O que é isso? - Pergunto olhando entre o papel e ele.

- Leia.

Olho para a folha em minhas mãos e quando leio as primeiras frases meus olhos enchem de lágrimas.

- Dylan. - Minha voz sai rouca e sorrio entre as lágrimas que teimam em cair. - Isso é sério?

Ele balança a cabeça e enxuga minhas lágrimas com o polegar.

- Claro que sim, anjo. Estava trabalhando nisso algumas semanas.

Nas primeiras linhas está escrito "Instituição Cassandra."

Leio o resto das linhas e me emociono a cada palavra lida. Dylan abriu uma instituição na onde arrecadam fundos para pessoas desabrigadas e órfãos, com tratamentos para viciados e doentes.

- Obrigada. - Minha voz é apenas um sussurro rouco e fito o nome de Cassandra em negrito. - Por que o nome dela? - Pergunto sem olhar em seus olhos.

- Você disse que ela foi o anjo que te tirou da escuridão, ela te salvou, ela cuidou de você, ela cuidou de você para mim. - Se agacha em pega minhas mãos e as aperta delicadamente. - Achei justo homenagear a mulher que te viu quando ninguém mais via.

- Obrigado. - Pulo em seus braços, o fazendo cair no chão comigo em cima.

- Fiz isso por você, anjo.

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