Enquanto isso em...

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O céu estava coberto pela a escuridão e alguns pontos brilhantes apareciam de vez em quando, colocando um pouco de luz em volta do véu negro. Um rapaz está fumando em uma varanda ostentosa, seus pensamentos estão perdidos e não repara no homem um pouco mais velho se aproximando.

- Achei que o encontraria aqui. - O homem de cabelos brancos diz gravemente.

- Sempre estou aqui. - O jovem responde sem se assustar com a presença do ancião.

- Pensando em algo que não deveria ter feito? - O tom do homem é acusador, mas não possui nenhuma raiva nela.

- Não. - O jovem dá de ombros, sem se importar com as palavras que lhe são dirigidas.

- Irá contar para Oz o que fez?

- Ninguém pode saber dela. - Se vira para o homem mais velho e o fita atentamente. - Ninguém pode saber o que fiz e o por quê.

- Você se importa com ela. - O ancião sorri ao ver que o garoto se importa com algo, e que é leal o bastante para fazer algo a respeito.

- Como não me importar? - Seus olhos ficam vidrados e memórias do passado o invadem o deixando melancólico. - Ela sempre esteve ao meu lado, sempre tentou me ajudar, mesmo quando não queria ajuda.

- Mas ela o abandonou.

Seus punhos se fecham e sua expressão endurece. Eles sabem que ela simplesmente não o abandonou, sabem que ela o tento ajudar o quanto pode suportar.

- Não importa.

- Um dia irá encontra-la? - O homem mais velho pergunta com certa curiosidade. Estava curioso a respeito da vida dele, e queria saber um pouco mais sobre sua relação com a irmã.

- Não. - O rapaz suspira tristemente e olha em direção ao céu negro. - Ela não pode saber que estou vivo.

- E por que não?

'- Por que não posso trazê-la para esse mundo. - Suas palavras são sussurradas, mas o tom é grave e determinado. - Ela está feliz onde está.

Seus pensamentos se direcionam a mulher de cabelos castanhos e olhos azuis e ele se pega sorrindo ao ver que a irmã se tornou uma linda mulher e que está segura agora. Não queria que as coisas fossem assim, tentou não chamar atenção, tentou ser cuidadoso, mas as coisas saíram fora do controle e ele teve que se intrometer. Não podia deixar que fizessem mal com a única mulher que ele amava e admirava, não podia permitir que a incomodassem. Aqueles dois abutres nojentos mereceram o que levaram, principalmente o homem asqueroso. Como podia viver, sabendo que tinha um louco querendo machucar a pessoa que ele mais ama no mundo? Simples, não podia. Quando teve conhecimento dos acontecimentos e do que aconteceu a irmã na adolescência, teve que agir, teve que eliminar o mal. Então fez o que fez e não sente um pingo de arrependimento por ter derramado sangue, já fez isso antes, e nunca foi tão bom quanto dessa vez. Pois essas mortes tiveram um significado profundo para o jovem, mas algo ainda o perturbava. Alguém sabia da existência de sua irmã e não podia permitir isso, ninguém do seu mundo poderia saber sobre seu segredo, sobre sua preciosa irmã, se soubessem dela a machucariam, pois ele tem inimigos cruéis e violentos, não podia permitir que soubessem dela, simplesmente não podia. Então toma sua decisão e já sabe o que deve fazer. Pega sua arma da cintura e sem dizer uma palavra atira na testa de seu parceiro, ele era o único que sabia sobre o que fez, era o único que sabia de tudo. Foi um bom amigo esses últimos anos, mas o jovem não se permiti ter amigos por muito tempo, não no mundo que vive. Guarda a arma de volta em seu lugar e olha para o corpo imóvel no chão.

- Ninguém pode saber dela. - Diz firmemente.

Seu corpo vira para frente e seus olhos voltam a fitar o véu negro da noite, suas mãos estão frias assim como seu corpo. Seus pensamentos se voltam para o assassinato e sorri diante a obra de arte que fez. Foi um trabalho excelente que fez com os corpos e com as pistas, não podia deixar a entender que foi o namorado de sua irmã que matou aqueles dois, a policia consideraria a hipótese e não podia permitir isso, então botou em prática tudo o que sabia. Ainda se lembra do dia que tomou conhecimento das coisas que acontecia á sua irmã mais velha, já fazia um tempo que acompanhava sua vida e quando soube que a estavam perturbando decidiu agir, pegou o primeiro voo para NY e foi resolver o problema pessoalmente e o que viu quando chegou à cidade o chocou. Pretendiam vender a mulher que ele jurou proteger silenciosamente, iriam traficá-la e destruir a reputação de seu namorado. Não se importava muito com o homem, mas ele é uma coisa constante na vida da irmã e sabe que a protegerá quando ele não puder. Ainda pode ver o sangue derramado naquele quarto de hotel, dos gritos da mulher odiosa e o pavor dos olhos do homem grotesco. Teve o prazer de tortura-lo antes, levou seu tempo e aproveitou cada segundo, já a mulher não sofreu tanto assim, ele não era um monstro, não a torturaria, então sua morte foi rápida e indolor, ao contrário do homem que foi lenta e totalmente agonizante.

Seu celular vibra o tirando de seus devaneios, uma foto surge na tela e sorri ao ver a irmã com o namorado ao lado a abraçando protetoramente. Colocou um alerta no google com o nome da família Russell, e sempre saberá cada passo das pessoas que estão ao lado da irmã.

- Eu sempre a protegerei Amber, mesmo que isso me transforme em algo que eu não devia me transformar. - Sussurra enquanto olha uma última vez para o corpo imóvel no chão.

Não podia confiar em ninguém, não enquanto continuasse nesse mundo podre na parte mais sombria de Las Vegas, não enquanto estivesse envolvido com Oz.

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Me desculpem pela a demora, estava sem telefone de novo, e ele voltou só agora. Enfim, para quem achou que era Caio, o irmão da Amber acertou. O que acharam do capítulo? Quis fazer algo diferente, então mudei a narrativa, o que acharam?
Espero que tenham gostado, tenham uma boa noite. Beijos doces!

Somente MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora