Doce momento

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Narrado em primeira pessoa

[...] Haruno Sakura

{...} Uchiha madara

Merda. Merda. Merda!

Por isso não gosto de "garotinhas". São todas choronas. Qual era o problema com ela? Não queria rola? Quando eu meto fica de mi mi mi.

Enquanto dirigia, às vezes, dava murros no volante. Mentalmente, até xingava aquela garota sentada no banco de trás, olhava para ela pelo retrovisor interno, seus olhos pareciam vagos, olhando para o nada, como se sua alma estivesse longe daquele corpo.

Okay, isso foi estranho.

Eu nem sabia, ao certo, onde ficava sua residência, lembro-me malmente de Sasuke falando que ela morava próximo ao aeroporto, e isso é longe pra cacete. Havíamos parado na Boulevard, em frente ao cemitério, ainda tínhamos muito chão pela frente, sem contar a chuva, que continuava extremamente forte. Merda. Eu devia estar a pelo menos trinta quilômetros por hora, não tinha condições de acelerar. Quando o semáforo fechou, eu pensei, pensei seriamente em levá-la para outro lugar, mas acredito que ela não vá aprovar minha idéia.

Ela não precisa saber.

Liguei o carro e segui direto, ao invés de ir pela Constantino Nery peguei a Avenida Brasil. Eu esperava que ela esboçasse alguma reação, que batesse o pé e me obrigasse a parar o carro quando notasse que havíamos acabado de seguir pelo viaduto. Mas isso não aconteceu. A olhei pelo pequeno espelho e percebi que ainda estava centrada no nada. Merda. Continuei a dirigir, indo em direção a minha casa.

Sakura estava estranha, estranha até de mais. Não estava dando a mínima para onde eu a estava levando, na verdade, seus olhos estavam desfocados, concentrados em algum ponto morto da tapeçaria do carro. Suspirei e continuei a seguir em frente. Não tenho saco para esse tipo de situação, não a agarrei a força, muito pelo contrario, ela queria tanto quanto eu. No começo permiti que fosse em seu ritmo, mas em seguida dominei e impus o meu compasso. Ela já conhecia esse meu lado, não tem direito de questionar sobre isso. Droga. Prefiro mil vezes pagar uma prostituta para me agüentar calada do que ter que aturar isso. Lembre-se disso da próxima vez, Madara.

Depois de vários minutos, finalmente estava em frente ao condomínio, passei pela cancela e baixei meu vidro, para que o agente pudesse ceder minha entrada. Alguns metros mais a frente estava minha residência, algo que apenas Mikoto, Hashirama e Tobirama sabem que tenho. Ah, e a partir de hoje, Sakura. Estacionei meu carro debaixo da cobertura, que dava acesso ao pátio externo, seguido por algumas plantas e ladrilhos até o hall de entrada. Quando o carro definitivamente parou, a jovem pareceu ter despertado de seu transe. Arregalou os olhos assustada e olhou para todos os lados, inclusive para mim.

- Onde estamos?! – perguntou com a voz assustada. Tateou o banco, pegando sua bolsa em seguida. – Aqui não é minha casa, Madara! – gritou. Apenas revirei os olhos diante de sua "criancice".

- É mesmo? – fui sarcástico. – Pois eu pensei que fosse! – vasculhou a bolsa e tirou o celular.

- Eu vou ligar para... – antes que terminasse, eu já havia lhe tomado o celular e a bolsa. Ela me olhava desacreditada. – Me devolva meus pertences, agora! – estendeu a mão, esperando minha boa vontade.

- Não – abri a porta e desci do carro, simplesmente.

A chuva continuava a desabar, mas a cobertura era o suficiente para evitar que eu me molhasse. Sakura continuou dentro do carro enquanto eu saía e ia em direção a porta. Talvez ela estivesse pensando em gritar, no entanto, duvido muito que alguém a ouça, tirando a chuva, que com toda certeza abafaria seu grito, as casas não ficam, exatamente, uma do lado da outra. A vizinhança é pequena, mas o espaço entre os jardins, muros e casas é médio. Ninguém a ouviria.

Aquele que me possuiOnde histórias criam vida. Descubra agora