Sentimentos dilacerados - Verdade destruidora

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Narrado em primeira pessoa

Uchiha Madara


Meu casamento estava tão perto que, já posso ouvir o som da marcha nupcial tocar e ver Konan toda de branco vindo em minha direção. Eu, com toda a certeza, devo estar pagando por algum pecado que não me lembro, pois não pode ser possível que um homem passe por dois problemas amorosos em uma única vida, isso não está certo.

Já faz algumas horas que a ouvi dizer isso e, merda, ainda não conseguir parar de pensar na nossa noite seguida de uma manhã calorosa.

"Isso acaba aqui"

Não foi fácil encarar o dia tentando apagar tudo, esquecer tudo e, olhar para ela com aquela carinha, carinha de quem estava prestes a desabar. Mas, infelizmente, ela tinha razão, isso tinha que acabar. Eu não tinha o direito de privá-la de sua própria liberdade, obrigando-a continuar sempre às escondidas comigo, isso não era certo. Não era justo.

Meu corpo ainda sofria sobre efeitos de calafrios ao relembrar seus toques, meus lábios ainda estremeciam ao imaginar seus sussurros contra minha pele. Meu pau ainda enrijecia sentindo um calor úmido imaginário de como era estar dentro dela. Merda.

Hashirama balançava a cabeça em negação, afoito com tudo que acabara de lhe contar. Este parecia ainda mais sem chão do que eu.

- Como vocês puderam ir tão longe em tão pouco tempo, Madara?! – censurou. – Logo agora, com o casamento em cima e um bebê a caminho?! Deus! Eu avisei para você ir com calma e, até pedi para parar com isso! Mas não, tinha que ser do contra e me desobedecer! – sorriu descrente. – Ela é só uma menina, meu amigo. No que, exatamente, você estava pensando?

- Eu não faço idéia Hashirama. E, só que, em certo ponto, eu comecei a perceber que ela me fazia bem...

- Meu amigo, nem sei o que lhe dizer diante disso. Você sabe, é complicado. Deixar a Konan, que está grávida, para viver uma aventura – o interrompi antes que terminasse.

- Ela não quer que eu faça isso – disse duro, ainda surpreso e irritado por ter chegado à conclusão de que realmente queria fazer isso. – Sakura foi bem clara, ela não quer ser o pivô de uma possível separação – Hashirama suspirou.

- E pela sua expressão, posso concluir que era isso que você queria fazer – virei o rosto, tentando relaxar e me manter calmo. – Olha Madara, você precisa desapegar, se você realmente quer que seu casamento vá pra frente, você precisa esquecer isso e tentar ser feliz com sua família. Não estou dizendo que foi perda de tempo com Sakura, mas sim que, existem prioridades além de sentimentos cara.

- Eu sei disso. Mas não sei como ignorar tudo, é difícil.

Ficamos em silencio, desviando olhares, não tentando me culpar por tudo e, evitando por o dedo em minha ferida. Mas eu precisava por algo pra fora, precisa contar algo para Hashirama, não que eu fosse fofoqueiro, mas sim por que estava com ciúmes. Ciúmes dela. O pior ciúme do mundo é aquele que você sente por alguém que nem é seu.

- Ela tem um caso com seu irmão – falei na lata, deixando o Hashirama um tanto perplexo.

- Como é?! – ele tossiu, até se engasgou, precisando se levantar para tomar um copo d'água. – Com Tobirama?! Você tem certeza, Madara?! – tornou a sentar confuso. – Você tinha suspeita, mas nada concreto.

Aquele que me possuiOnde histórias criam vida. Descubra agora