Novas estações - Parte II

554 32 32
                                    


Narrado em primeira pessoa

Uchiha Madara


A minha vida já estava frustrada o suficiente para se achar no direito de ficar pior do que já estava. Pela segunda vez abri um escritório em São Paulo, mas assim como da primeira vez, as coisas custaram a dar certo. A situação econômica do país não estava em seu auge e, as pessoas não queriam saber de mão de obra qualificada, procuravam o mais barato possível para projetar suas casas. No entanto, mesmo com toda essa dificuldade, eu e Hashirama não desistimos de tentar erguer uma filial na maior metrópole do país.

As coisas não estavam indo nada bem, e não me refiro ao trabalho, por sorte conheci um cara que estava a fim de expandi sua loja em Manaus, logo aproveitei e indiquei o escritórioSenjus&Uchihas para ele dar inicio ao plano. Foi um grande acordo, tivemos bastante lucro, a partir desse senhor tivemos outros clientes, o que foi uma enorme maré de sorte para os negócios. Mas, enquanto minha carreira ia de vento em polpa meu casamento aos poucos morria na praia. Eu e Konan nem se quer tínhamos mais relação como um casal ou até mesmo nos falávamos. Minha maior preocupação era Jasmim, nossa filha de quatro anos. Ela passava a maior parte do tempo com a babá, por que Konan se dizia sem tempo para ela. Minha esposa passava quase o dia todo na rua, fazendo cabelo, indo a shoppings e me traindo. Sim, ela tinha um amante, mas não era algo recente, era um caso antigo, tão antigo que chego a ter vontade de dar um murro em minha própria cara por ter sido tão cego durante tanto tempo.

Quando meu casamento acabou, eu não sabia se matava Konan ou se a parabenizava por ter me feito o corno do ano!

~*~

A sala estava toda revirada, os quadros estavam no chão com os vidros estilhaçados assim como as garrafas de Uísque. Minhas veias estavam tufadas, meu corpo estava sobre uma adrenalina sem igual, já se fazia tempo que não me sentia desse jeito. Meus pés descalços por sobre os cacos de vidros pareciam não se incomodar com os cortes em seu solado. Estava tudo sujo, sujo e fedorento. A sala parecia um deposito de lixão com tanta coisa fora do lugar. A única coisa que estava intacta era o retrato da minha filha, que estava sobre o sofá posto com todo o cuidado por mim.

Já havia perdido as contas de quantas vezes eu tinha ido até a varanda ver se aquela vadia já estava chegando. Mas que merda! Eu acabei destruindo meu celular, apertando-o com força em minha mão. Eu estava a ponto de pirar. Dei graças a deus por meus sogros terem pedido para passar o fim de semana com a neta, não seria justo minha filha de quatro anos presenciar um desaforo desses.

Na sala, jogado sobre o sofá olhando a mesa de centro em pedaços no chão, a porta fez um som familiar, alguém a estava destrancando. Levantei furioso, lhe poupando o trabalha de ter que abri-la.

- Sua vadia! – rosnei, para logo em seguida puxá-la pelos cabelos e jogá-la no chão, machucando sua mão com os cacos de vidros quando caiu.

- Você ficou louco?! – ela gritou, recolhendo a mão e pressionando o local cortado. – O que deu em você, Madara?! – ela não me pareceu muito surpresa, muito pelo contrario, era como se já estivesse esperando por aquela minha reação.

- Sua vagabunda! O que pensou?! Que iria me enganar pelo resto da vida?! – ela simplesmente riu, debochando do meu estado. – Ordinária! – não contive a minha fúria e acabei lhe desferindo uma tapa. – Acha isso engraçado?!

Aquele que me possuiOnde histórias criam vida. Descubra agora