Aquele que me possui

Carne fraca

Caminhamos a beira da praia, a onda vinha e molhava nossos pés, que afundavam na areia a cada passo. Embora fosse tarde da noite, algumas pessoas ainda se banhavam na água negra, muitos risos ainda podiam ser ouvido por nós. Estávamos bem, seguindo como dois amigos depois de tantas turbulências em nossas vidas. Eu nunca imaginei que Madara já tivesse passado por tanto, e, ele também ficou bastante surpreso com os meus traumas. Às vezes, enquanto andava ao meu lado, sua mão batia na minha, o que me deixava um pouco acionada quanto às lembranças de seus toques. Mesmo que, já fizesse quase dois meses que ele tenha retornado, não nos envolvemos em nenhum momento – tirando a noite de jogos, realmente não ouve nenhum envolvimento entre nós -, mas sua frustração pós-casamento me fazia querer abraçá-lo. Tinha algo em mim que se alimentava com toda aquela proximidade que estávamos tendo nos últimos dias. E, Madara alargar um sorriso toda vez que me via também não me ajudava a não se lembrar de nós.

- Eu tinha me esquecido de como aqui é acolhedor – ele disse, baixando um pouco a cabeça e olhando para mim, que estava ao seu lado tendo minhas sandálias na outra mão. – São Paulo não é assim. As pessoas passam por você como se não tivesse alguém ali. Não se ouve esses risos a beira da praia, eu não me sentia tão bem lá quanto aqui – deu um sorriso, deixando-me um pouco sem jeito.

Ainda era estranho ver Madara desse jeito, tão descontraído. A imagem que eu tinha dele era totalmente contraria. Como ele pôde ter mudado tanto em tão pouco tempo? Konan havia feito um estrago tão grande nele assim, a ponto de mexer com toda a sua personalidade?

- Talvez seja o efeito da companhia – sorri, lhe fazendo sorrir mais ainda.

Desviou seus olhos de mim, ainda tendo seu sorriso nos lábios enquanto observa mais a frente.

- Vamos pra lá? – indicou o local das pedras.

Um cantinho mais reservado da praia, nenhuma pessoa se encontrava lá. Elas se concentravam mais para o inicio, onde tinha barracas de bebidas à disposição para comprar.

- Vamos!

Incorporando uma criança, eu corri. Corri aos risos tirando os cabelos de meu rosto, que insistiam em querer entrar em minha boca por conta do vento, quase caindo dentro da água quando Madara chegou por trás e me abraçou pela cintura, erguendo meu corpo e dando um giro.

- Você ficou louco?! – eu ria. Após ter deixado minhas sandálias caírem, dei leves tapas em suas mãos. – Eu fico tonta! Bote-me no chão, Madara! – acabou por ceder, deixando-me de frente para o rio.

- Seu pedido é uma ordem, Srta. Haruno! – zombou, apertando meu corpo ao seu.

Tudo em mim entrou em estado de emergência. Aquelas sensações estranhamente me assustavam. Te-lo ali tão perto, tão quente parecia irreal. Tentei me desligar da sensação de ter seu corpo tão perto ao meu olhando as luzes da ponte que atravessa a cidade ao longe, mesmo distante os pontos luminosos eram bem vistos a noite por sobre o rio.

Minha respiração estava intensa. Um calafrio lambeu minha coluna quando as mãos de Madara subiram um pouco, ficando abaixo de meus seios. Ele estava só de calça preta, nosso contato só não era mais intenso por que eu estava com sua camisa branca, de manga cumprida - Nosso passeio pela praia da Ponta Negra não foi algo planejado, foi inusitado. Ele me convidou para jantar e então me ofereceu uma carona, no meio do caminho decidiu por nós que iríamos à beira do rio sentir a brisa fria. Para que eu não molhasse minhas roupas, me ofereceu sua camisa, que ficava pouca coisa acima dos meus joelhos, cobrindo minha roupa intima o suficiente para que ninguém visse que eu não estava de biquíni. – As mãos ergueram um pouco da barra da camisa, mostrando um pouco mais de minhas coxas. A vergonha tomou conta de mim e, automaticamente puxei a blusa para baixo, tornando a cobri-las.