Destinos separados

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Ainda sinto o ardor de sua mão em meu rosto.

Ainda sinto o peso de suas palavras.

Ainda sinto sua dor misturada a minha.

Nada, jamais seria capaz de me fazer esquecer o quão humilhante foi o nosso ultimo momento juntos.

Nada, jamais me faria esquecer o quão suja me senti diante daquela realidade tão cruel.

Ele já sabia sobre mim e Tobirama antes mesmo de pormos um ponto final em tudo, no entanto, sua atitude me fez crer que talvez ele deva ter ouvido um pouco mais de alguém. Mas eu não podia, simplesmente, por Tobirama contra parede e lhe exigir explicações sem ter certeza, assim como também não podia correr até Hashirama e lhe pedir uma luz sobre Madara. Não, eu não podia fazer nada. A única coisa que eu podia fazer era engolir todo aquele desaforo calada. Pelo sim ou pelo não, eu também errei, errei assim como Madara e Tobirama também erraram. Eu não deveria ser a única cobrada entre eles, eles que têm seus compromissos com suas esposas.

Os dias passaram, eu me mantive a todo custo de cabeça erguida, mesmo querendo me enfiar em um canto escuro e chorar eu me mantive forte. Minha mãe me dava apoio, o que era de grande significativa para mim. Mas, esquecer tudo não era fácil e só piorava com a proximidade da data do casamento. Merda.

Boatos começaram a correr na repartição durante o decorrer da semana, estórias de que Madara iria abrir uma filial em São Paulo era cada vez mais freqüente pelos corredores. Outra estória que estava rolando mencionava o nome do Hashirama, dizia que ele estava prestes a comprar as porcentagens de Konan sobre a empresa.

Era muita coisa acontecendo em uma única semana.

~*~

A sexta chegou arrebatadora. Devido ao casamento, o escritório só iria funcionar até as duas horas, dispensando assim todos os funcionários. Querendo ou não, eu tinha que cumprir uma pequena carga horária de duas horas antes de ir para casa.

Com uma pilha de documentos em mãos, Hashirama passou voando por mim, tomando de mim os documentos e me empurrando para a sua sala as pressas.

- S-senhor Hashirama! – assustei-me com tamanho desespero. – Eu preciso levar esses documentos para seu irmão! – insisti, mas ele apenas riu, daquele jeito todo meninão, e disse:

- Eu levo! Temos uma emergência em minha sala! Espere-me lá! – até ri com tanto entusiasmo vindo daquele homem com a gravata mal feita.

Fui rindo em direção a sua sala e, tive meu sorriso roubado assim que abri a porta. Madara estava lá. Olhando-me com a maior naturalidade. Sua gravata também estava desfeita e... seu terno, prendeu toda minha atenção na tonalidade branca. Ele estava lindo. Um belo filho da puta.

- Boa tarde, Sakura – pode até parecer infantilidade de minha parte, mas tive que revirar os olhos.

- Boa tarde – fui ríspida, lhe negando qualquer olhar ou até mesmo sorriso que fosse.

Ficamos ali, naquele incomodo por alguns minutos até o retorno de Hashirama.

- Desculpe a demora! Mas Tobirama é muito chato! – disse rindo. – Sakura! – se pôs em minha frente, dando-me um susto pela ação repentina. – Você sabe dar nó em gravata?!

- Hã? – olhei para ele que me olhou e quase me fez explodir em risos por tamanha infantilidade. – Sim, eu... – nem tive tempo para terminar, o Senju já estava me puxando pelo braço até ficarmos próximos a um espelho, que aliais, nunca esteve ali.

Aquele que me possuiOnde histórias criam vida. Descubra agora