Atitudes inconsequentes

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Narrado em primeira pessoa

Haruno Sakura



Não foi fácil. Não foi nada fácil abrir o jogo com minha mãe e expor toda a minha vida intima com outro homem. Ah, claro que deixei Tobirama de fora, ele era descartável, a pessoa em questão era Madara.

Eu chorei muito, parecia que meu peito estava sendo rasgado, ocasionando uma dor insuportável, a ponto de me fazer gritar e querer me debater feito criança. Eu parecia estar entrando em colapso, feito uma pessoa que tem ataque de crise, eu estava daquele jeito. Até eu conseguir me acalmar e contar tudo para minha mãe se passou no mínimo quase uma hora. Às vezes ela fazia uma cara reprovativa, mas não dizia nada, ouvia tudo em silencio, sem me questionar ou até mesmo criticar, apenas me permitiu por tudo para fora.

"- Minha filha, não há nada que se possa fazer. Você fez certo em terminar com ele. Isso que vocês tinham era errado. E, acredite, quem mais perde é você."

Aquilo ainda era tudo muito novo, meu consciente insistia em jogar flashes do Madara em minha mente, me fazendo chorar mais ainda com a dor da lembrança.

~*~

Eu tive uma semana conturbada, na faculdade não consegui me concentrar em nada e no escritório Madara não pôs os pés. Ele sumiu praticamente o resto da semana inteira. Aquilo me deixava aflita, era como se eu precisasse ao menos olhar em sua cara para matar a saudade. Minha diversão com Tobirama havia perdido a graça, eu não sentia a mínima vontade de fazer sexo com ele e, não fiz. Inventei uma desculpa comum: estou menstruada. Ele tentou insistir em um boquete, mas não ia rolar. Eu estava realmente me sentindo estranha com tudo isso.

Na sexta feira, para fechar a semana, assinei o contrato com o senhor Hashirama.

~*~

De acordo com meus dados, sexta que vem é o casamento de Madara, ainda me dói saber que ele vai casar, ainda dói saber que não podemos ficar juntos...

~*~

- Senhor Tobirama, precisa de mais alguma coisa? – após retornar da contabilidade me senti exausta, trabalhar em horário normal era mais cansativo do que meio período, ainda mais por que tinha que fazer diversas outras coisas.

- No momento não. Meu irmão pediu que passasse com ele assim que tivesse tempo – respondeu, ignorando minha presença enquanto mexia em seu computador.

- Então irei agora. Com licença – me retirei.

A sala de Madara ficava ao lado, tendo a de Hashirama bem em frente, às vezes eu tinha vontade de abrir a porta e verificar se ele estava lá, sentando com aquele olhar excitante, esperando minha pessoa ir até lá fazer alguma travessura para animar seu dia. Mas eu não ia, não tinha certeza se ele estaria lá, e, além disso, eu não tinha coragem, ficava apenas relembrando como era nossa relação até uma semana atrás.

Dei duas batidas na porta e uma voz me deu permissão para entrar.

- O senhor mandou me chamar? – me limitei a ficar rés a sua porta. Quando ele esticou a mão, incitando onde eu deveria sentar, andei até a cadeira.

- Gostaria de saber como está sua adaptação com o novo horário – sorria simpático, amistoso como sempre fora.

- Estou indo bem, um pouco cansada por conta do horário a mais, mas nada que eu não possa me acostumar – sorri.

Aquele que me possuiOnde histórias criam vida. Descubra agora