Capítulo Nove

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Narrador

E então o jantar ocorreu bem, Leondre praticamente se mantinha calado em sua cadeira. Charlie por mais que estava feliz por finalmente conhecer o garoto com o qual sonhava a cinco anos, mantinha-se calado e pensativo, até seus pais estávam estranhando o comportamento do filho. Foi agradável, assim que o jantar terminou todos foram para a sala e ficaram mais alguns minutos que foram gastados com conversas entre os mais velhos, os dois adolescentes mantinham-se calados. Leondre de vez em quando pegava-se olhando para Charlie e então o garoto mais novo abaixava a cabeça voltando para o seu mundo. Já Charlie mantinha-se pensando no garoto do outro lado da sala, pensando no quanto Leondre era adorável e encantador, ele ficava pensando como alguém poderia não gostar ou fazer mal a Leondre. Sentia raiva dos garotos que já haviam tocado em Leondre, sentia raiva pois não achava justo.

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Leondre

O jantar todo passou como um borrão diante dos meus olhos, tudo o que eu queria agora era estar em casa, nada seria mais reconfortante. A presença de Charlie era boa mas ao mesmo tempo me deixava envergonhado, apreensivo... Eu sentia algumas vezes ele me olhando e algumas vezes eu olhava para ele, mesmo que sem perceber, e então quando percebia isso desviava o olhar e sentia meu rosto esquentar. Aquele garoto loiro do outro lado da sala me lembrava alguém, eu só não sábia quem. Ele tinha uma aura puramente quente e acolhedora, não sei como sentia isso, mas eu sentia. Assim que minha mãe e o pai de Charlie pararam de conversar minha mãe falou que iríamos embora pois estáva ficando tarde. Quando me despedi de Charlie ele me abraçou, e aquele abraço era ótimo, Charlie me dava um boa sensação, ele tinha esse efeito sobre mim. E mesmo que eu tenha o conhecido faz algumas horas, ele me era familiar.

- Foi bom te conhecer Leo, espero te ver por ai. - Charlie falou ainda abraçado à mim. Sua voz perto do meu ouvido me passou uma calma, mas ao mesmo tempo me fez arrepiar. Por estar abraçado a ele pude ouvir um riso baixo e divertido vindo do loiro. Quando nos separamos do abraço eu me senti estranho, senti um frio e algo que não saberia explicar. Eu não respondi Charlie, apenas acenei um "Tchau" e sai andando junto com a minha mãe. Quando chegamos em casa era tarde da noite, então fui diretamente para o meu quarto, tomei um banho e fui dormir afinal amanhã seria meu primeiro dia de aula.

Eu estáva novamente no campo florido do sonho do outro dia, como antes ele continuava lindo. O meu suposto anjo estáva ali, mas agora eu podia ver ele claramente. Era Charlie ali, ele sorria para mim, seu sorriso me transmitia calma, carinho, conforto, confiança, força... E amor. Algo parecido ou que era amor. Charlie estendeu a mão para mim, eu segurei sua mão e andamos juntos, lado a lado. Paramos em baixo de uma árvore e nos deitamos na grama, um de frente para o outro. Eu olhava para o rosto de Charlie e ele olhava para o meu, sua mão parou em meu rosto e seu polegar fez carinho em minha bochecha.

- Você é lindo sábia? - Ele me perguntou, sua voz era linda e isso ninguém poderia negar. Eu neguei em resposta e ele sorriu gentilmente. - Você É lindo! - Ele afirmou frisando o "É" na frase.

- Não mais do que você! - Exclamei calmamente e tinha certeza que estáva sorrindo. Levei minha mão até o rosto de Charlie e acariciei sua bochecha, ele fechou os olhos apreciando o contato. Charlie colocou sua mão sobre a minha que ainda estáva em seu rosto. O garoto ao meu lado sentou-se escorado na árvore e me puxou para sentar entre as suas pernas abertas e eu o fiz, minhas costas ficaram colada em seu peito e barriga. Seus braços me rodearam me abraçando carinhosamente. Charlie soltou um riso divertido e sua respiração quente bateu em minha orelha me causando pequenos arrepios. - Do quê está rindo?

- Isso é ótimo sabia. - Charlie comentou sinceramente.

- Realmente. - Falei me acomodando ainda mais naquele abraço e colocando minha cabeça no ombro de Charlie. De repente as asas de Charlie se abriram e se fecharam entorno de nois dois, mantendo eu e Charlie juntos e seguros. Nos protegendo do mundo, Charlie estava me protegendo de tudo. - Elas são lindas. - Comentei admirando suas asas, meus dedos deslizando lentamente pelas penas que variavam do branco ao dourado. Eu virei um pouco o rosto só para olhar nos olhos de Charlie. - Como havia dito antes, você é lindo. - Charlie sorriu e beijou minha testa e depois minha bochecha.

- Temos que ir. - Charlie falou levantando-se e estendendo a mão me ajudando a levantar.

- Aonde iremos? - Perguntei de modo curioso.

- Surpresa. - Charlie falou e fiz beicinho e uma cara de chateado. - Calma pequeno, garanto que irá gostar. - Ele continuou falando e beijou novamente minha bochecha me fazendo sorrir e sentir minhas bochechas esquentar.

- Leondre filho acorda. - Minha mãe me chamou me fazendo acordar.

- O que houve mãe? - Perguntei enquanto me sentava na cama coçando os olhos.

- É de manhã meu filho, está na hora de se arrumar para a escola. - Minha mãe falou e arregalei os olhos olhando para a parede de vidro do quarto, o sol já estáva começando a aparecer, tão preguiçosamente quanto eu.
Levantei da cama e fui para o banheiro. Enquanto tomava meu banho calmamente, minha mente divagou sobre meu sonho, eu havia sonhado com o Charlie, isso era muito estranho pois eu nem conheço ele direto. Charlie Lenehan! Por alguma razão seu nome soava como música aos meus ouvidos. Termino meu banho e minha higiene matinal, vou até meu closet e pego uma calça jeans skinning preta e justa, uma camiseta branca de mangas compridas e um tênis Nike branco. Assim que termino de colocar a roupa vou até uma gaveta no closet onde se encontra minhas correntes e pego uma de prata com um pingente de uma meia lua. Ela era linda, saio do quarto, desço a escada e vou para a cozinha onde minha mãe estáva tomando café sentada em um dos bancos do balcão.

- Bom dia filho, ancioso? - Perguntou minha mãe, eu concordei mesmo não estando. Peguei uma maçã para comer, minha mãe me levaria para a escola. Assim que terminamos o café da manhã era hora da minha execução. Não, eu não estou sendo muito dramático, é que geralmente não me dou bem em escolas...

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