Capítulo Doze

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LEONDRE

Desde que conheci Charlie e entrei nessa escola ele tem sido maravilhoso comigo, o que nunca ninguém foi. Não sei se é um erro confiar nele mas se for um erro, eu estou errando.

Eu fiquei realmente envergonhado com aquele incidente do ônibus, já Charlie estáva normal, ao menos era o que parecia.
Eu realmente tive vontade de beijar ele? Meu amigo? Um garoto que conheci irá fazer um mês?

Se me incomodava o fato dele ser um garoto? Não. Não exatamente. Minha mãe sempre me disse que podemos gostar de pessoas do mesmo sexo, e se caso eu senti vontade de beijar o Charlie é porque ele é uma pessoa boa que me conquistou.

Descemos do ônibus bem perto do meu prédio, Charlie estáva com um mini sorriso nos lábios. Algo realmente lindo nele.

Entramos no prédio, passamos pelo saguão e subimos de elevador até o meu apartamento. Eu fui o primeiro a entrar e logo dei passagem para Charlie entrar também.

- Licença. - Charlie falou assim que entrou. Ele é extremamente educado, minha mãe o adora, mesmo tendo visto ele apenas naquele jantar. - Então...

Charlie fala chamando a minha atenção e só agora percebi que estáva parado bem em frente à porta. Fecho ela e caminho até a cozinha.

- Aceita alguma coisa para beber? - Perguntei tentando disfarçar, sei que minhas bochechas estávam coradas pelo simples fato de elas estarem extremamente quentes.

- Não obrigada. - Ele falou envergonhado. O que realmente deixa ele mais lindo. O que!?

- Vou pegar um suco e algumas bolachas para nós. - Falei indo até a geladeira e pegando uma jarra com suco de uva e um pacote de bolachas recheadas.

Charlie deixou sua mochila no chão ao lado da porta e sentou-se do outro lado do balcão bem à minha frente.

- Sei que está com vergonha Lenehan, mas não precisa ter vergonha sou apenas eu. - Falei gentilmente e ele me olhou de um jeito estranho, depois de alguns segundos sorriu pegando o copo com o suco que eu havia servido para ele.

- Você me deixa envergonhado às vezes, sabia? - Charlie me perguntou repentinamente eu eu neguei. - Posso te falar algo?

- Pode claro!

- Não é muita gente que consiga me deixar assim, saiba que tem que ser alguém muito especial para me deixar assim. - Ele falou e de repente meu coração ficou fora de ritmo. Batendo apressadamente, parecia pular em meu peito.

Essa explicação me fez pensar que Talvez, só talvez, eu seja especial para ele tanto quanto ele para mim. Eu nunca realmente deixei ninguém se aproximar dessa maneira de mim, sempre tive medo.

Sempre consegui me manter o mais afastado, sentimentalmente, de todos. De todos menos minha mãe e o meu pai, até ele ir. Mas agora ele apareceu, conseguiu me conquistar, me fazer gostar dele. Ele conseguiu minha confiança.

- E-especial e-eu? - Perguntei sem ao menos perceber. Charlie me deixava assim. Ele me causava isso e eu não tinha respostas se isso era bom ou ruim.

Todos que me deixam assim, ou me causam sentimentos e momentos bons ou ruins.

Ele me olhou nos olhos. Estávamos conectados, uma conexão da qual eu não sabia explicar. Charlie sorriu para mim.

- Logicamente pequeno, de alguma maneira eu me sinto conectado à você então você é especial para mim. - Essas palavras rodearam minha cabeça. Elas eram sinceras e continham um linda parcela de sentimentos.

Eu meio que fiquei sem reação, só encarando Charlie.

CHARLIE

Leo pareceu ficar estático, leo era especial para mim, eu não sabia como demonstrar o quanto.

Queria que ele soubesse de tudo. E com tudo, eu quero dizer que queria que ele soubesse sobre a ligação dos sonhos. Queria que ele soubesse que eu sonhava com ele antes mesmo dele aparecer.

Depois de alguns segundos da minha declaração Leondre sorriu e carinhosamente colocou sua mão sobre a minha. Seu polegar fez um leve carinho em minha mão.

Eu senti como se meu coração pudesse explodir dentro do meu peito. Ele batia tão forte e alto que estáva imaginando que Leondre poderia escutá-lo facilmente.

- Obrigado. - Ele disse finalmente. Sua voz soou calma mas cheia de sentimentos. - Você também é especial pra mim. - Ouvir aquela frase sair da boca do leo foi... Sem explicação.

Do pouco que eu sabia de leondre, não estou falando sobre os sonhos, mas sim da própria boca dele. Eu sabia que ele não era de fazer isso. Ele não falaria essas coisas da boca pra fora.

Senti vontade de abraçar ele, de beijar ele. Vontade de nunca mais deixar que ninguém lhe machuque. Leondre era tão precioso. Tão... Leondre.

Essa era a palavra. Não tinha como explicar aquele garoto. Ele era ele e cara, não existia outro igual . Leondre era Leondre e ponto . Ele era apenas ele como o mesmo havia dito.

Mas ele não disse no mesmo sentido em que eu estou falando. Ele disse no sentido como se fosse um nada, bem ao contrário do sentido que eu estou usando. Estou usando o " apenas " no sentido único da palavra.

Leondre era Leondre. O único causador de efeitos em mim. Ninguém além dele conseguiu me deixar constrangido. Eu tenho total certeza.

Eu sou completamente apaixonado por ele...

Shelter // Chardre Gay Love Story Onde histórias criam vida. Descubra agora