Capítulo Três

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Bella soltou os cabelos e os escovou. Deu uma olhada no espelhinho compacto da bolsa e decidiu passar um batom vermelho vivo.

 "Quantas vezes saímos para comemorar o fechamento de um contrato de meio milhão de libras?", pensou consigo mesma, sorrindo convencida. O projeto Danson estava finalmente em suas mãos, graças ao seu esforço. Tinha encontrado socialmente o diretor da empresa e o cativara. 

Ela estava a mil por hora com a excitação, o excesso de nicotina e o pequeno balde de café consumido. O teste que tinha feito naquela manhã confirmava algo mais — escava prestes a ovular e, segundo as leis da selva, deveria sair atrás de um parceiro. 

Isto fez com que se lembrasse dos documentários sobre a vida selvagem que passam na televisão... E aqui temos Bella. Tem 28 anos e precisa copular nesta temporada ou pode perder suas chances de procriar.

 Será ignorada pelo rebanho e o touro irá reproduzir-se com fêmeas mais jovens e mais férteis. 

Jesus, olhe para mim — parou para pensar. — Ainda estou a anos do meu auge. Não foi cientificamente provado que só se chega nele aos 36? Ela sabia que hoje estava com uma aparência excelente, vestida com um terninho de corte elegante, mas bastante sexy (que tinha custado três vezes mais o que ela pretendia gastar. Ooops). Sua blusa de seda vermelha estava casualmente desabotoada para mostrar um diamante pendurado em uma correntinha e, caso se inclinasse para a frente, insinuaria um pouco da renda da lingerie café-com-leite. 

Ela checou a hora: 17h30, não seria irracional pedir para as pessoas pararem de trabalhar e começarem a comemorar, seria? Ela enviou um e- mail para Chris.

 — Podemos ir agora, mocinho adorável? Não tenho mais nada para fazer e estou morrendo de vontade de tomar uma taça de vinho gelado. 

— Oi, Bella. OK, vamos, mas só se você estiver usando aquela roupa sexy do começo do dia. 

— É lógico que estou usando. Não costumo trotar nua pela minha sala, trocando de roupa. 

— Que pena. 

Quando o alarme do relógio disparou na manhã seguinte, ela acordou com a cabeça latejando e um gosto horroroso no fundo da garganta e uma sensação estranha no nariz. Ah, meu Deus — gemeu. O pior de tudo era que hoje era sexta-feira, ou seja, ainda teria que correr e trabalhar. 

Como quatro profissionais conseguiram fazer tamanha bagunça em uma comemoração com a chefe? É claro que todos beberam bem mais do que deviam. Susan fez com que todos esperassem por ela no bar do restaurante durante três horas. E não foi só a bebida. Ela não sabia se tinha sido Hector ou Chris quem levara a cocaína para apimentar as comemorações, mas Bella e Kitty receberam um papelote e foram cheirar uma carreira, escondidas no toalete feminino. Garrafas e garrafas de champanhe, e cocaína. Bella encolheu-se toda quando lembrou o que todos fazendo quando Susan finalmente apareceu — uma competição de sons de animais da fazenda.

Não se sabe como, com muita concentração, todos conseguiram sentar a uma mesa, pedir os pratos e comer. Mas Hector e Kit continuaram alternando suas viagens até o toalete, fungando ruidosamente na volta.

 Depois foram juntos e não voltaram mais. Bella e Chris ficaram na mesa com Susan e ela se lembrava de ter tentado manter a conversa à tona, dolorosamente consciente de que mal conseguia controlar os lábios. 

Finalmente, Susan jogou seu American Express platina na mesa, pagou a conta e saiu, visivelmente furiosa. E foi então que a encrenca a sério começou.

 Havia uma garrafa de champanhe recém-aberta na mesa e Chris encheu as taças dos dois, insistindo que seria um crime desperdiçar aquilo.

 Bella não conseguia lembrar muito da conversa, Chris estava despejando elogios embriagados e histórias tolas, e ela dava muitas risadinhas. 

Uma cama para três Onde histórias criam vida. Descubra agora