Capítulo Vinte e Um

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Dois dias depois, todas as peruas de entrega tinham ido embora, a casa estava quase pronta e Bill viera mudar as portas dos armários da cozinha pessoalmente. Ele parecia estar um pouco surpreso mas não importava, Bella estava delirantemente feliz com os resultados. 

— Está fantástico — ela disse. — Não sei no que estava pensando quando escolhi aço inoxidável, tão frio e impessoal. 

— Complicado de limpar também — ele disse. — Logo você vai ter pequenas impressões digitais engorduradas em todo o lugar. — Ele apontou para a barriga dela, que agora parecia grande demais para alguém tão pequena carregar. — É para qualquer momento, não é? — ele perguntou. 

— Na verdade está previsto para amanhã, mas o primeiro bebê sempre atrasa, não é? O que é bom, porque ainda tenho algumas coisas para fazer. 

Ela citou sua lista mental: cortinas para todos os quartos, mais toalhas e lençóis. Don iria fazer compras com ela no fim de semana para as últimas coisas para o bebê: babadores, protetor de colchão, culotes. 

Bella ficou triste ao ver Bill ir embora. Ele andava pela casa com sua equipe desde que ela se mudara. Quando partiu em sua perua azul, percebeu que era a primeira vez que ficava sozinha em casa durante o dia. 

Depois do almoço, Bella dormiu no sofá e, quando acordou, por volta das quatro horas, ficou deitada, sentindo o bebê se mexer na sua barriga. De repente ele fez um grande movimento, quase uma cambalhota, acompanhada de um som alto de estalido, como um encontrão. Não podia acreditar que acabara de ouvir o bebê! O que diabo era isso? Uma junta sendo flexionada? Levantou-se do sofá e ficou de pé. Ela sentiu algo muito estranho no meio de suas pernas, como se uma bola estivesse sendo pressionada para baixo dentro dela. Deu vários passos, mas a sensação continuou e teve que andar com as pernas abertas. O peso era inacreditável, como um grande pêndulo. Estava claro que a cabeça do bebê tinha se encaixado, pronta para sair. Mas ela sabia que ainda poderiam se passar dias. 

Quando Don chegou em casa naquela noite, ele a encontrou na posição habitual no sofá, com as calças pretas e a camisa xadrez. 

— Oi, querido. — Ela esticou os braços na direção dele. — Temos que comemorar esta noite, os decoradores já concluíram seu serviço e, agora, a casa é finalmente nossa — disse. 

— Bom, eu tenho vinho branco gelado, pato e espaguete de microondas, sorvete e um quilo de uvas — ele disse, erguendo a sacola de compras. — Eu posso me apaixonar por você, sr. McCartney — ela respondeu. Ela foi cedo para a cama, sentindo-se mais cansada e pesada do que nunca. Seu estômago latejando, pequenas ondas de contrações passeavam para cima e para baixo, e ela sentia que eram intensas e depois relaxavam. Por volta das quatro da manhã saiu cambaleante da cama para ir ao banheiro. Ao sentar-se no vaso, notou uma estranha sensação de corrimento. Investigando com papel higiênico, encontrou uma quantidade alarmante de muco descendo por suas coxas. Ela esperava que "o início" fosse "um pouco" de muco, não baldes e baldes do material. 

O parto seria amanhã, ou no dia seguinte. Sentiu a expectativa tomar conta dela, junto com pânico. Agora? Ainda não!! Ela não sentia nada — nenhuma contração, nada diferente — e voltou para a cama Pouco antes das seis da manhã, acordou com pequenas pontadas de dor atravessando seu estômago. Permaneceu deitada, olhando os números do despertador digital. As dores duravam somente alguns minutos. 

Voltaram às 6h23... e novamente às 6h57. Pouco depois das sete horas, Bella acordou Don. 

— Você vai ter que tirar um dia de folga hoje — ela disse, surpresa com como se sentia calma e relaxada. Ele abriu os olhos e sorriu. 

— Mesmo? Depois se sentou rapidamente. 

— Oh, meu Deus, você quer dizer... começou mesmo? — Acho que sim! 

Uma cama para três Onde histórias criam vida. Descubra agora