Foram de táxi para o restaurante e Bella sentiu-se estranha e insegura em sair de casa sem Markie. Ela o havia amamentado por uma hora antes de saírem, mal tendo tempo de trocar de roupa e se arrumar. Ele não adormecera, mas estava aninhado, feliz da vida, nos braços da avó.
— Vá embora — Maddie a enxotou. — Ele vai ficar bem, com certeza vai dormir e, se acordar antes de vocês voltarem, eu lhe darei uma mamadeira. Agora saiam e divirtam-se.
Sentada no banco traseiro do táxi, Bella olhou para si mesma. Jesus, seus seios estavam enormes, mas não pareciam glamourosos, tinham um ar de matrona, presos em um sutiã para amamentar que parecia mais um andaime de obra. Pelo menos seus pés, dentro das sandálias que ganhara de Tania, pareciam sexy, e seu marido também. Ela sorriu para ele, cruzando os braços por baixo dos seios.
— Pareço a rainha da Inglaterra — disse, tristonha.
— Você está linda, acalme-se — Don disse, olhando para ela, — Gostei de como arrumou seu cabelo.
— O quê? Molhado e escorrido? — Está bonito.
Quando chegaram ao restaurante e foram levados até uma mesa, a inquietação de Bella tinha se transformado em um nervosismo total. Tirou o celular da bolsa e o colocou na mesa, checando para ver se havia sinal.
— O que vamos beber? — Don disse alegremente, pegando a carta de vinhos.
— Bom, eu não posso beber muito, vai para o leite, e também tenho que levantar no meio da noite.
Don não respondeu. Viu que ela remexia......no celular e nos talheres e gostaria que ela relaxasse.
— Você acha que devo ligar para casa e ver como estão as coisas? — ela finalmente disse.
— Não — Don respondeu com firmeza. — Maddie vai telefonar se houver um problema. Nós provavelmente iríamos acordá-lo se telefonássemos.
— Humm. — Bella olhou ao redor do restaurante, distraída.
— Bella — Don pegou na mão dela e olhou seu rosto. — Bella, olhe para mim. Estou aqui com você esta noite, este é um tempo só para nós dois.
Markie está bem, será que você poderia parar de se preocupar só por um segundinho?
— Sim — ela respondeu. — Sim, você está certo, o que vamos comer? — Pegou o menu e tentou concentrar-se, embora o estômago estivesse dando voltas e ela não sabia como conseguiria comer algo.
Quando a entrada chegou, perguntou a Don sobre o trabalho dele, porque sabia que ele iria falar e ela poderia fazer de conta que estava ouvindo.
Quando chegou o prato principal, conseguia ouvir seu coração batendo, de tão ansiosa que estava.
— Eu tenho que telefonar, Don — disse de repente, interrompendo a história que ele contava.
— OK, eu faço isso — ele respondeu. Foi um alívio ver que ele não tinha ficado zangado.
— Vou ligar na recepção, onde é mais silencioso. — Ele levantou-se e atravessou as portas duplas. Minutos depois ele voltou sorrindo.
— Ele ainda está dormindo, caiu no sono dez minutos depois de termos saído e não se mexeu desde então. Pronto, você vai começar a se divertir agora.
Encheu generosamente sua taça de vinho até a borda, mas não ofereceu nada a ela, já que ela mal tinha tocado na sua taça.
No meio da refeição ela começou a pensar se Don tinha mesmo telefonado. Deus, ela era mesmo uma idiota, ele provavelmente passara uns minutos na recepção e nem se importou se Markie tinha chorado ou não, já que isso iria estragar a refeição, não é? — Bella, pelo amor de Deus. Pela sua cara, parece que nosso filho está em um hospital, e não aninhado em seu berço. — Don agora parecia exasperado — Por que não fuma um cigarro ou qualquer coisa assim? Jesus, eu achei que íamos nos divertir.
Ela não fumava um cigarro desde o nascimento de Markie. Finalmente a sua consciência tinha ultrapassado o desejo de fumar.
— Não quero que a nicotina vá para o leite — ela disse.
— O assunto nunca a incomodou quando estava grávida — Don respondeu, ríspido.
— Mas ele está aqui agora, não é um bebê abstrato, é real. Não poderia fazer nada que o prejudicasse, — Seus olhos encheram-se de lágrimas e ela estava louca para segurar seu bebê nos braços. Seus seios estavam formigando de modo estranho, ela queria estar com ele, alimentá- lo e acariciá-lo. — Quero ir pra casa — disse, com uma lágrima escorrendo pelo rosto. — Sinto muito, não estou pronta para isto. Don emborcou a taça e encheu-a novamente, secando o conteúdo da garrafa.
— OK — ele disse —, vou pedir a conta. Voltaram para casa às 22 horas, uma hora e meia depois de terem saído. Bella subiu direto para o quarto, levando Markie junto com ela, ainda dormindo. Don ficou na sala com sua mãe e abriu uma garrafa de uísque. Quando Markie acordou, à uma da madrugada, Bella sentou-se, acendeu o abajur e deu de mamar.
Enquanto o bebê mamava, Bella observava Don dormindo profundamente ao lado dela. Ele nem sequer tinha se mexido, enquanto o menor gemido de Markie a acordava do sono mais profundo.
Às seis da manhã, Bella foi novamente acordada. Don ainda dormia profundamente. Markie não estava pronto para dormir novamente e Bella levantou.
Colocando o roupão, olhou para seu marido adormecido e sentiu uma nova onda de ressentimento invadi-la. Ela tinha pensado que eles seriam ultra-modernos e que dividiriam igualmente os encargos de serem pais. Mas estava na cara que a amamentação estava deixando Don escapar sem fazer nada.
Don já voltara ao trabalho, dormia profundamente a noite toda, queria sair para jantar, fazer sexo e ter o mesmo relacionamento que tinham antes do bebê nascer. Era ela quem sentia que tudo tinha mudado para sempre, e se ressentia ao ver que ele não percebia isso.
Ela e Markie agora eram o casal, Don era o extra. A sintonia era com Markie, era Markie quem ela queria agradar e com quem queria ficar. Don era somente uma outra exigência de seu tempo e emoções, estava tão cansada fisicamente que mal conseguia atender às exigências do bebê. No momento, Bella não sentia nada além de um suave afeto por Don.
Enquanto que pelo bebê aninhado contra seu ombro sentia violento e possessivo amor, paixão e necessidade. Desceu com Markie. Maddie juntou-se aos dois logo depois das sete da manhã e colocou a chaleira no fogo.
— Tive uma semana adorável, Bella, mas aposto que estão ansiosos em ter a casa novamente só para vocês.
— Não mesmo — ela disse, sorrindo, — Você foi maravilhosa. obrigada por ter vindo.
— Lamento ter mandado você sair de casa antes que estivesse pronta para isso — Maddie acrescentou.
— Não lamente — disse Bella. — Você não podia saber, nem eu. Mas acho que Don está um pouco zangado comigo.
— Ora, ele vai superar. — Maddie despejou a água fervente no bule de chá e o levou para a mesa, — Mas não deixe passar muito tempo antes de tentar sair novamente — ela acrescentou. — Você e Don também precisam um do outro.
— Hmmm. Vamos dar uma volta no parque depois do café da manhã? — Bella tentou soar animada. — Não é muito bonito, mas pelo menos há um pouco de verde — ela disse. Esta era a coisa mais gentil que se podia dizer sobre o parque. Era um lamentável trecho de grama na área urbana, recortado por passeios alcatroados, com alguns bancos sujos, lixeiras de concreto e montes de cocô de cachorro.
Ela havia passeado com o carrinho de bebê várias vezes por ali e nunca conseguia se animar. Na verdade, ficava deprimida, A grama estava cheia de lixo, ela já tinha encontrado uma camisinha usada debaixo de um banco e nunca viu outras mães ou crianças brincando nele. As pessoas só apareciam para transar e deixar os cães cagarem. Ela continuava surpresa com o fato de que tanto dinheiro só tinha permitido que ela comprasse uma casa nesta parte nada interessante da cidade. OK, as casas da rua dela eram adoráveis, mas a rua principal, horrível, o parque era uma droga e não havia opções, Nenhum café — rá, piada —, nenhuma livraria, nenhum cinema, nenhum lago, nada de balanços no parque, só uma filial da rede de lojas Mothercare. Era isso o que ela deveria fazer o dia todo, agora que tinha um bebê? Ir fazer compras na Mothercare para passar o tempo? Ela e Maddie vestiram os casacos, colocaram Markie no carrinho e saíram para outro incomum dia cinzento e frio de junho.
— Caramba — Maddie disse enquanto ajudava a erguer o carrinho de Markie na descida dos degraus. — Parece que estamos em novembro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma cama para três
De TodoCONTÉM SEXO EXPLÍCITO!!! Este livro é de Carmen Reid, gostei bastante do livro e resolvi repassar para vocês, espero que gostem. Bella é uma executiva de sucesso, com seus 28 anos já tem um Mercedes, só usa roupas de grife e tem uma beleza contagi...