Capítulo Trinta e Oito

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Bella levantou-se bem devagar para poder tirar seu bebê adormecido dos braços e colocá-lo no berço. Deitou-o com movimentos mínimos e cuidadosos, mas assim que a cabeça dele tocou o colchão, acordou e começou a chorar. Um xingamento escapou de seus lábios. Droga, droga, droga. Já era a terceira vez que teria que se sentar e colocá-lo no seio até que ele adormecesse, e depois tentar movê-lo. Estava furiosa com ele. Por que não conseguia dormir sem um mamilo em sua boca? Por que não podia deixá-la sozinha por meia hora para que pudesse fazer algo por ela mesma, lavar a louça do café da manhã, tomar um banho, deitar no sofá em paz. Precisava ficar sozinha, pelo menos por alguns minutos. 

Ele estava tão cansado que ela sabia que deveria deixá-lo no berço, berrando até que dormisse, mas não era capaz de fazer isso. Nas tentativas anteriores ele chorara, chorara e chorara, e no fim ela sempre desistia, pegava-o no colo e o confortava dando o seio. 

Todos os exemplares da montanha de livros sobre bebês com os quais se tinha cercado recentemente avisavam que alimentar um bebê até ele dormir era uma má idéia, mas o hábito já tinha se enraizado agora. 

Markie estava com quatro meses e meio, Era assim que ele dormia, de manhã, ao meio-dia, à noite, de madrugada. Ela não sabia como corrigir o mau costume. E só se sentia pior em saber que a culpa era toda dela. Pegou o bebê com brutalidade. 

— Seu chato! — ela gritou, Ele chorou ainda mais alto, assustado. — Desculpe, desculpe — ela o acalmou contra o ombro e sentiu que iria chorar também. 

Deitou no sofá e colocou Markie ao lado dela para que pudesse pegar o seio. Ele mal tinha sugado um pouco de leite e dormiu novamente. Seus lábios fizeram ruído quando soltaram o bico do seio e para sua irritação, o barulho o acordou e ele voltou a mamar rapidamente. Finalmente, dez minutos depois, ele adormeceu profundamente. Ela não se atreveu a mexer nele. Se ele acordasse novamente, ela temia que fosse sacudi-lo, bater nele ou fazer algo que considerara inimaginável anteriormente. Agora, com mil pequenas frustrações sobre ela noite e dia, sabia que qualquer pessoa poderia agredir o próprio filho, desde que chegasse a seu limite. E ela estava muito perto do limite. Estava absolutamente exausta. 

Todos os dias mantinha-se com seis ou sete horas intercaladas de sono, estava com olheiras duplas debaixo dos olhos e sua pele estava acinzentada. Só tinha energia para passar o dia e nada como reserva. Isto era demais. 

Cuidava do bebê o dia todo, amamentava dia e noite, Don fazia o jantar em algumas noites e ajudava no fim de semana, mas tirando isso ela não tinha mais nenhum apoio. 

No momento não via uma saída. Não podia contratar uma babá enquanto estava sem trabalho por causa da culpa com a despesa, e porque ainda detestava a idéia de deixar alguém com Markie depois da última experiência. 

Mas sabia que não teria nenhum aspecto de sua vida de volta antes conseguir ter algum tempo para si e recuperar um pouco de energia. 

E como diabos iria trabalhar deste modo?? Não podia ser uma consultora meio período. Não era uma opção para este tipo de trabalho, e mesmo se descobrisse um modo de trabalhar meio período, poderia jogar sua ambição na lata de lixo. 

Onde estava a solução?? Todas estas perguntas e ansiedades giravam em sua mente em um ritmo tão frenético que ela começava a ficar muito deprimida. 

Um dia antes, cometera o erro de pensar que se animaria se tivesse companhia e foi encontrar Mel e Lucy para um almoço na City, mas o abismo visível entre o que ela fora e o que era agora só a deixou mais deprimida ainda. 

Apareceu para o almoço em um restaurante elegante usando jeans e uma camisa de Don, com uma bolsa de bebê nas costas e carregando Markie na cadeirinha do carro. Mel e Lucy estavam usando lindos conjuntos criados por estilistas, bolsas Fendi, saltos altos, unhas compridas e celulares minúsculos. 

Uma cama para três Onde histórias criam vida. Descubra agora