Capítulo Dez

2.8K 111 3
                                    

Alô? — Tania, sou eu. — Bella! Como vai você? — Ótima. E você, querida? — Oh, sobrevivendo. Vamos nos encontrar este fim de semana? Por favor, diga sim. 

— Sim, é por isso que estou telefonando — Bella disse, — Posso ir até aí? Tenho uma situação de emergência no guarda-roupa. — Jura? Tenho duas festas de Natal para ir nesta semana e não posso usar nada do que tenho sem mostrar uma barriga suspeita. — Não me diga que ninguém sabe ainda! — Bom, só estou com quatro meses e pouco. 

— Você é uma covarde. Então está fingindo ser boazinha, mas na verdade quer pegar emprestado algo no guarda-roupa da amiga gorda. 

— Não diga isso. Você não é gorda, você tem roupas melhores que as minhas. 

— Sim, e em um tamanho maior. Bella, isto quer dizer que você ainda não contou aos seus pais sobre o bebê? — Não, eu contei. Correu tudo bem, surpreendentemente bem. — Eu disse — Tania não pôde evitar. 

Os telefonemas aos pais foram feitos algumas noites atrás. Maddie, a mãe de Don, ficou como se esperava, animadíssima, e falou horas com Bella sobre enjôos matinais, dores nas costas e a avisou para pegar leve. Ficou tremendamente animada e mal podia esperar para ver os dois no Natal. 

Depois Bella desligou e ficou enrolando a discagem para o telefone de seus pais por tanto tempo que Don finalmente pegou o fone e discou ele mesmo. 

— Passo a maior parte do meu dia fazendo telefonemas incômodos e tentando convencer as pessoas a conversar comigo — ele disse enquanto o som de chamada internacional soava em seu ouvido. 

Ela fugira para o outro lado da sala e ouviu a conversa de Don, entre horrorizada e aliviada. 

— Alô, professor Browning — ele começou —, quem fala é Don McCartney, o marido de Bella. Como vai? E continuou: — Não, não, ela está bem. Ela está realmente bem. Na verdade, está esperando um bebê e muito nervosa para contar a vocês! Neste momento, Bella enterrou o rosto nas mãos. Foi horrível. 

— Bom, o senhor sabe. — Don deu uma risadinha. — Com a recusa de vocês, em me conhecer e todo o resto... eu acho que ela sente-se mal com tudo isto. Houve uma longa pausa enquanto Don ouvia e Bella imaginava que cargas d'água seu pai estaria dizendo. Depois Don disse: 

— Espero que sim... acho que seria bom nos encontrarmos. Quando pretendem vir para cá? Bella ergueu os olhos, viu Don fazendo sinal de positivo e ouviu: — Ótimo, OK, combinado, vou passar o telefone para Bella — antes de jogar o telefone em cima dela. 

— Papai, oi — ela conseguiu dizer. 

— Olá, querida, parabéns — disse seu pai, parecendo verdadeiramente contente, — Está correndo tudo bem? — ele perguntou. 

— Em que estágio da gravidez você está? — Quatro meses e meio. 

— Parabéns, Bella — ele disse. Houve uma pequena pausa e ela ficou feliz por ele não ter perguntado por que não tinha contado antes. 

— Sua mãe vai ficar entusiasmadíssima — ele disse.

— Você tem certeza? — Sim, querida... ela liga para você assim que voltar para casa. E depois de uma pequena pausa, acrescentou: — Sabe, talvez tenhamos julgado errado... o seu marido. Don. 

— Isso... ele parece ser um bom rapaz. 

— Ele é, papai — ela disse e, por um momento, imaginou seu pai, sua mãe e Don juntos, sentados à mesa, conversando, comendo, passando tempo juntos, como em uma família normal. Talvez isso fosse acontecer. 

Mas o telefonema da mãe, mais tarde, acabou com as expectativas. Célia, claro, disse que estava feliz, mas imediatamente depois disse todos os motivos pelos quais não poderiam ir vê-la antes do bebê nascer: muito ocupados, uma série de palestras, obras na casa, tomar conta da casa do vizinho enquanto ele estava de férias etc. 

Uma cama para três Onde histórias criam vida. Descubra agora