Vai ficar tudo bem

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*Dipper*

    Encontrei Mabel chorando encostada á um tronco. Fiquei observando-a de longe. Ela nunca havia chorado tanto. O rosto todo já estava vermelho por conta das lágrimas. As lágrimas desciam uma atrás da outra, parecia uma cachoeira. "Você é uma merda!" repetia para si mesma,  enquanto mais lágrimas molhavam seu rosto. Aquilo partiu meu coração. Eu sabia que muitas vezes ela chorava, mas mesmo assim, ela sempre se escondia para que ninguém pudesse vê-la. Resolvi falar com ela.

- Mabel?- chamei enquanto me aproximava.

   Quando ela me viu, imediatamente se levantou e começou a bater sua mão em sua roupa, limpando-se. Em seguida, limpou rapidamente suas lágrimas com a manga de sua camisola. Ela tentou sorrir, tentando disfarçar que estava tudo bem, mas o sorriso saiu forçado e trêmulo.

  Fui me aproximando devagar dela.

- Você está bem?- perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

   Ela ficou petrificada. Seus lábios começaram a ficar trêmulos. Parecia que a pergunta teve um grande impacto sobre ela. Ela Tentou disfarçar que estava tudo bem, tentou mesmo, mas não conseguiu, tudo já a denunciava. O sorriso fingido  foi ficando cada vez mais murcho. Seus olhos começaram a se encher novamente. E O sorriso forçado caiu junto com suas lágrimas. Ela chorava mais que antes.

- Não! Eu não to bem!- gritou desesperada.

   As lágrimas saíam  desenfreadas. Novamente, ela se sentou no chão e abraçou suas pernas. Me senti culpando vendo minha irmã chorar. Sabia que não era culpa minha, mas sempre achei que minha função principal como irmão, era cuidar de Mabel e sempre deixá-la alegre. Em menos de uma semana eu consegui deixá-la mal e triste. Olhei para a mesma ela desabava em lágrimas. Respirei fundo. Sentei ao seu lado.

- Sabe, Mabel...?- tentei começar, mas não achava as palavras certas.

Ela não me olhou, apenas continuou chorando mais e  mais.

- Mabel, eu...- ela me interrompe.

- Eu sou uma merda! Não sirvo pra nada! Uma trouxa! Agora a Pacífica que implicou comigo a vida toda, está como boazinha e eu como a vilã. Por que eu tenho que ser tão burra?! Eu não sabia nem o que era um vibrador!- disse, enquanto batia com raiva na grama.- Estúpida! Tonta! Ridícula!  Pacífica está certa... Eu sou uma grande piada.- ela chorava cada vez mais.

    Não estava funcionando eu tinha que achar outro jeito de fazer aquilo.

- Era uma vez uma menina especial...- ela parou de chorar um pouco e prestou atenção em mim.- Ela era muito especial. E mesmo sendo "apenas" uma camponesa, ela era especial. Ela não era aquele tipos de camponesas normais, que se acham especiais. Não!  Ela realmente era especial. Ela brilhava onde passava. Ela trazia alegria e paz consigo. Ela se destacava na escuridão. E sempre quando ela sorria era como estar no paraíso. As outras sabiam que ela era especial, mas mesmo assim,  tentavam critica-lá. Faziam de tudo para que ela se sentisse mal em relação a si. E a menina acabava caindo na tentação. Ela chorava por todos á criticarem. A menina muitas vezes esquecia de suas mais belas características. E as vezes, ela julgava sua perfeição sendo apenas mais um defeito. Ela foi julgada por muitos e muitos, mas isso era impossível de não acontecer, já que ela era diferente. Agia diferente,  pensava diferente, era diferente e fazia a diferença. A menina por mais que fosse especial se achava estranha. Mal ela sabia, que as melhores coisas do mundo são estranhas e diferentes. Ela se destaca em tudo. Ela é a luz que guia na escuridão sem fim. Ela é a lua comparada com as outras estrelas. Ela é ela, e acredite ou não, essa é a melhor qualidade que ela carrega.- Mabel me olhava espantada.- Mabel, você é especial! Você é a menina especial! Só que muitas vezes,  você esquece que você é maravilhosa do jeito que você é. Você não é uma piada, uma trouxa, ou ridícula. Você é única!- disse segurando em seu rosto e olhando no fundo dos seus olhos.

    Ela começou a chorar novamente e me abraçou. Retribui. Mabel me abraçou forte, como se não quisesse que eu escapasse. Ela afundou sua cabeça em meu ombro. Pude sentir suas lágrimas molharem minha camisa. Ela me abraçava cada vez mais forte. Comecei a passar mão em seu cabelo. "Vai ficar tudo bem" eu repetia, tentando consolá-la. Quando Mabel se acalmou um pouco, ela tirou sua cabeça do meu ombro, olhou no fundo dos meus olhos  e disse:

- Dip... Dipper...- gaguejou ainda com voz de choro.-Dipper.. Eu... Eu te amo! Muito!  Eu te amo mais do que deveria amar! Dipper, eu te amo!

    Meu coração acelerou, não acreditava que, finalmente,  aquilo estava acontecendo. Foi a melhor sensação do mundo saber que ela me ama. A abracei.

*Mabel*

- Eu também te amo, Mabel!  Muito! Sempre te amei.

  Parei de chorar,  instantaneamente. Meu coração apertou. Foi o momento mais feliz da minha vida. Estava feliz, pois meu amor por ele foi correspondido.

   Nos olhamos. Ele limpou uma lágrima minha com seu polegar. Segurei em sua mão. Começamos a fechar os olhos. Eu precisava daquilo mais que tudo. Quando já estávamos quase nos beijando, o meu celular toca. Peguei-o um pouco triste.

- Alô?... Oi Grenda.... Não, não foi nada grave. É só a Pacífica de sempre... Uma festa do pijama... Não sei não... Ok... Beijo.

   Dipper se levantou. Ele parecia meio chateado. Eu também estava. Fomos caminhando para casa em silêncio. No meio do caminho senti uma mão encostando na minha. Era Dipper. Ele me olhava como se pedisse permissão. Sorri para ele como sinal que eu permitia. Ele pegou minha mão e a entrelaçou com a dele. Ficamos assim até chegarmos a cabana do mistério. Nos separamos. Chegando em casa, tivô Stan e Stanford estavam na porta me esperando.

- Oi...-  disse, sem graça.

- Sabe o que acontece com meninas que batem em Pacífica Nothwest?-  perguntou Stan com cara de bravo.- Elas... ganham dinheiro!- exclamou me entregando cem dólares.

- Quê?!- Dipper perguntou confuso.

- Eu nunca gostei daquela mimadinha. Agora ela aprenderá a não mexer com a família Pines. E tudo por causa de você, pequena.- disse enquanto bagunçava meu cabelo.

- Ford, você não vai dizer nada?!- Dipper perguntou assustado.

- Ela mereceu. Ninguém mandou mexer com Mabel.- respondeu botando sua mão em meu ombro.

- Ah, obrigada! Vocês são os melhores! - exclamei abraçando-os.

   Me direcionei a meu quarto, pois precisava pegar as roupas para ir para festa do pijama de Grenda. Chegando lá Aidan estava pulando na minha cama. Quando me viu foi automaticamente me abraçar.  Retribui. Eu comecei a escolher minhas roupas e Aidan me ajudou a arrumar minha mochila. Me despedi dele com um beijo na testa.  Quando já estava indo lá para baixo Dipper aparece. Ele parecia chateado por conta do que NÃO aconteceu . Cheguei perto dele e depositei um beijo em sua bochecha, em seguida,  o abracei.

- Eu te amo.- sussurrei em seu ouvido. Nos separamos. Ele  estava vermelho.- Adeus, Dip! - disse me retirando.

   Me despedi de todos e pude ver Grenda e Candy já na porta me esperando.

- Vamos?- perguntaram em coro.

- Vamos - respondi.

    Olhei para trás e pude ver Dipper acenando tristemente.

- Adeus, Dip - sussurrei.

   Oi povo, como eu disse o capítulo ficou um pouco curto. Infelizmente sempre tem alguém pra interromper o momento, sorry. Mas tenham calma. Beijos. Fui

PinecestOnde histórias criam vida. Descubra agora