Eles estavam voltando para a casa de Regina. No caminho Robin contou que Roland tinha ficado com a mãe por alguns dias pois esse era um dos acordos do divórcio.
Regina entrou na casa puxando Robin pela mão, indo em direção à sala. Ele deixou o pacote de donuts para Henry em cima da mesa no caminho. Ela o levou até o sofá e o olhou com expectativa enquanto sorria, dizendo:
- Então. Me conte tudo. - e passou a mão no cabelo, afastando a franja.
Robin ia começar a falar, quando reparou no machucado de Regina, franzindo a testa logo em seguida. Ela estranhou a expressão dele, tinha esquecido de que estava lá.
- O que foi isso aqui? - ele passou o dedo no local, analisando. Ela fez uma cara de dor.
- Ai! - exclamou.
"Ah não. O machucado. Sabia que eu ia esquecer de esconder. Droga, droga, droga!."
- Isso aqui? - ela passou a mão em cima e tentou parecer indiferente. - Eu bati a cabeça no armário. Você sabe como eu sou às vezes. - mentiu.
- Uma batida fez um corte desse tamanho? - Robin estreitou os olhos, estava desconfiado. Ela sabia muito bem esconder as coisas, mesmo que não fosse por mal, e ele sabia disso.
- Eu também fiquei impressionada. - continuava tentando ser convincente.
- Regina, conte a verdade. Parece que alguém abriu um buraco na sua cabeça. - ele disse, exagerando um pouco.
- Está bem. - ela se deu por vencida. Eu bati o carro esses dias.
O rosto dele pareceu muito preocupado ao ouvir aquilo.
- Como? - disse, sério.
- Eu só estava estressada, com dor de cabeça e tinha bebido de estômago vazio, estava chovendo na hora... - ela se explicara, tendo plena consciência de que aquilo a fazia parecer uma louca.
- E como isso foi acontecer?
- Eu nem sei direito o porquê. Não fui buscar os resultados dos exames no hospital, justamente porque sei que não foi nada demais.
- Regina! Eu nem sei o que eu falo para você. - agora ele parecia bravo.
Era tudo o que Regina mais queria evitar.- Por que você está bravo?
- Eu não... - ele se conteve. - Só pareço bravo porque estou preocupado. Eu não estava aqui quando aconteceu...Ainda bem que não foi pior. Mas você não sabe se foi um mal estar ou algo mais sério. Nós vamos ao hospital buscar os exames hoje mesmo. - disse, decidido.
- Mas você acabou de voltar. Não quero ocupar nosso tempo com essas coisas.
- Você sabe como consegue ser convincente, não é? - ele falou sendo mais brando.
- Às vezes acho que eu deveria ser advogada. - ela disse, sorrindo.
- O único lugar que eu quero ir hoje é ao mecânico. Preciso do carro. Você vem?
- Você está mais preocupada com o seu carro do que com a sua saúde? - ele disse com humor.
- Acho que o Henry ainda está dormindo. - ela disse, mudando de assunto.
- Eu meio que acordei ele hoje cedo.
- Espera. Você veio aqui?
- Eu liguei na verdade. Eu estava te procurando e foi o Henry quem me contou onde você estava.
Regina tinha acabado de se dar conta de que ainda não havia se perguntado como Robin a encontrou no Granny's. Storybrooke era pequena, mas nem tanto.
- Se eu deveria ser advogada, você deveria ser detetive.
- Faríamos um casal maneiro! - ele falou com uma expressão divertida.
Regina riu.
- Já que ele está dormindo mesmo, acho que podemos ir ao mecânico agora.
- É sério? - Robin estava tentando fazê-la mudar de idéia e fazer o que ele pedira antes.
- Isso é um sim ou um não? - disse, séria.
Realmente ela não mudaria de ideia, e ambos sabiam disso.
- Vamos logo... - Robin passou o braço por cima do ombro dela.
...
Regina conseguiu fazer com que o mecânico finalizasse com o carro mais tarde naquele dia. Quando se tratava de manipular as pessoas ela acreditava em si mesma mais do que Robin acreditava, e se orgulhava dessa habilidade de persuasão.
Robin tinha voltado para casa para desfazer as malas e ligar para saber de Roland. Ele não tinha feito nada desde que chegou, além de ir atrás de Regina.
Quando já estava em casa, Regina recebeu uma ligação.
- Alô?
- Oi Regina, é a Emma.
- Swan.
- Eu estou ligando porque conversei com o Henry e quero te pedir uma coisa.
Regina começou a ficar apreensiva, pois sabia que envolvia algum sacrifício sobre Henry que ela teria que fazer.
- O que é, Emma? - ela disse, firme.
- Vou para New York hoje a noite e quero levá-lo comigo. É o sonho do garoto conhecer a cidade.
Regina não gostou nada da ideia.
- Hoje a noite? Você não poderia ter avisado com antecedência não?
- Foi algo de última hora, e eu contei ao Henry hoje. Como ele quis tanto ir, apenas fizemos esse plano.
- Swan, você é cheia dos planos, não é? E além do mais, você não me pediu uma folga. Caso você não saiba a importância de um xerife na cidade...
- Por favor, Regina. Será por pouco tempo. E nem vai atrapalhar a escola, eu já conversei com a professora dele.
A cada palavra que Emma dava Regina começava a ficar mais irritada.
- Vejo que meu sim não significará nada já que você já organizou tudo. Aposto que Henry já está até de malas prontas. - ela revirou os olhos. - Ele vai, mas espero que isso não se repita, Swan. Ele é meu filho e eu tenho que estar diretamente envolvida nas decisões da vida dele.
- Tudo bem... Ele vai ficar tão feliz. Obrigada, Regina. Avise-o que passo para buscá-lo às 20:00.
- Ok. Tchau.
Ela subiu até o 2° andar para dar a notícia e Henry ficou muito animado. Ao vê-lo daquele jeito Regina esqueceu um pouco a raiva que sentia.
...
Às 20:00, Emma chegou para levá-lo. Henry desceu as escadas correndo com a mochila nas costas.
- Tchau, mãe. Obrigado por deixar. - ele a deu um abraço e Regina passou a mão no cabelo dele.
- Se cuida.
Emma deu um sorriso amigável para Regina e foi com Henry até o fusca amarelo que estava estacionado, enquanto Regina observava pela porta.
"Não acredito que estou deixando Henry andar nessa coisa amarela..."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Nova Chance | Outlaw Queen
FanfictionApós Robin abandoná-la para viver com sua família, o coração de Regina foi quebrado outra vez e ela jurou nunca mais amar ninguém, voltando a ser a mulher amarga cuja personalidade ela lutou tanto para mudar. Mas ela não imaginou que ele retornaria...