Uma Nova Chance | Outlaw Queen

Desconcertada

- Como assim eu estou grávida?

- Você fez vários exames, e um deles mostrou que você está grávida. É por isso que estava tendo esse mal-estar. Se você bebeu ontem, isso pode intensificar os sintomas.

Ela se recusava a acreditar. Estava tão incrédula que nem associou que isso foi resultado da noite que passou com Robin antes de ele partir.

- Eu não posso ter filhos. Sei disso há muito tempo.

- O que você tem podia ser dificuldade para engravidar. Ou não, é raro, mas a mulher pode conseguir ficar grávida mesmo com essa aparente "incapacidade".

Aquilo era muito para digerir. Regina devia ficar feliz, mas o que acabara de ouvir parecia muito errado. Ela havia acreditado a maior parte de sua vida de que nunca poderia ter uma criança de seu próprio sangue. Ela sofreu tanto com isso, demorou para aceitar e agora isso tinha sido revertido?

- É isso mesmo que o exame diz? Eu preciso de uma confirmação. Que você me confirme de novo, não sei...

- Você pode levar o resultado para casa. - ele a entregou os papéis. - Meus parabéns, Regina. - o doutor deu um pequeno sorriso. Ele não conseguiu identificar se ela estava feliz ou não.

Depois de sair do hospital, Regina estava tão aflita que duvidou se seria capaz de dirigir.

Ela entrou no carro e simplesmente encarou o vazio, preocupada com o futuro. Preocupada de como iria contar aquilo para Robin. Ele tinha acabado de se divorciar, e ela queria ir devagar. Agora seus ideais estavam destruídos, e ela não poderia fazer nada a respeito.

Após um momento, ela se deu conta por completo do que Dr. Whale tinha acabado de lhe contar e seus pensamentos mudaram de direção.

"Por que eu não estou feliz? Eu vou ser mãe." ela sorriu, passando a mão por sua barriga.

O celular de Regina tocou. O toque interrompeu seus pensamentos e ela foi ver que era Robin ligando.

- Gina, onde você está? Meu almoço maravilhoso está quase pronto.

- Estou saindo agora, Robbie. Até daqui a pouco. - ela desligou tão rápido que Robin achou estranho, mas relevou, assim como fez quando ela disse que estava indo ao médico pela ressaca.

...

Quando Regina entrou em casa, Robin estava na cozinha.

- Oi, amor! - ele gritou após ouvir a porta.

- Oi. - ela retribuiu, mas não com a mesma intensidade.

- Como foi lá? Pegou o resultado?

- Peguei. Não deu nada. - ela foi andando até onde ele estava.

- Que bom. Melhorou a dor?

- Mais ou menos.

- Tem umas aspirinas na cômoda do quarto.

- Não acho que elas vão ajudar. - disse, indiferente.

- Talvez a comida ajude. - ele disse, sorrindo; e ela não podia resistir àquele sorriso.

Robin sempre dava responsabilidade à comida. Como se a cura do câncer estivessse num prato de macarrão.

Mesmo não estando com fome, ela aceitou comer para não fazer desfeita do trabalho que Robin teve para preparar. E além do mais, estava com uma cara ótima.

...

Durante o almoço, Regina tentava esquecer a notícia que recebera, mas era impossível. Robin não disse nada até que o almoço acabasse, o que significava que seu esforço de disfarçar, apesar de não muito bom, deu certo.

- O que você quer fazer agora? - Robin disse enquanto tirava a mesa.

- Ah... Não estou muito afim de fazer nada. Dormir, ou talvez ir trabalhar.

- Mas você ainda está mal, não pode ir trabalhar. Podemos dormir, juntos.

Regina não queria ficar do lado de Robin sem poder lhe contar um segredo tão grande quanto o que ela guardava.

- Robbie... - ela o chamou pelo apelido para neutralizar o fora que estava dando. - Vou trabalhar, estou precisando.

- Tudo bem, já vou para casa. - ele parecia um pouco decepcionado.

Regina o acompanhou até a porta e lhe deu um selinho de adeus.

Ela subiu para a sala da casa que era reservada para seu trabalho e as lições de casa de Henry. Ela tinha que resolver um caso da cidade mas não conseguia se concentrar de jeito nenhum.

Ela pensou em ligar para o celular Henry e saber se ele tinha chegado bem. Ela discou o número e aguardou. Um minuto depois a ligação foi atendida e ela ouviu uma voz ao fundo.

"Espera a minha vez! Não despausa o jogo só porque eu estou ganhando. Já estou indo."

Ligação On

- Alô? - Henry disse. Claramente ele não tinha visto quem estava ligando.

- Oi filho. Vocês chegaram bem?

- Hey mãe. Está tudo certo, já estamos hospedados. Tem um video game aqui você acredita?

- Que bom saber. - ela disse sem especificar se era por ele e Emma terem chegado bem ou pelo video game. - Emma está aí?

- Sim. Ela está me esperando voltar para continuarmos a partida do jogo. Estou ganhando dela de lavada.

- Tudo bem então. Vai lá, nos falamos depois. - ela fez um barulho de beijo.

- Te ligo depois mãe.

Ligação Off

Regina suspirou e pensou o cliché de todas as mães: "Eles crescem tão rápido."

E logo mais vou ter um pequenininho de novo. Apesar de que Henry não gostava de mim quando era menor, sinto falta dele crescendo. Tomara que eu não tenha que me esforçar tanto para conquistar essa criança como eu tive que fazer com Henry...