Mal

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Assim que Regina colocou os pés dentro de casa, sentiu a urgência de ir a algum lugar em que pudesse finalmente vomitar.

Ela deu uma corrida nada típica de Regina Mills até o banheiro do andar de baixo. Mas ao entrar, a vontade subitamente passou.

- Eu já estou começando a ficar irritada com isso! - ela disse em voz alta, como se estivesse gritando com o universo que estava a sacaneando.

Ela grunhiu com raiva consigo mesma e voltou até o hall principal.

Regina ficou andando para lá e para cá, tentando se distrair daquelas sensações que iam e vinham em seu estômago.

A campainha tocou e Regina fez cara de poucos amigos pois estava mal e não queria lidar com ninguém. Ela pensou em não atender, mas desistiu da ideia logo após.

"Vai que é algo importante... Os habitantes dessa cidade absolutamente precisam de mim, mesmo que nunca reconheçam isso."

Era Robin Hood, e assim que o viu ela pensou "Ainda bem que eu abri a porta".

Ela lhe deu um selinho, de verdade querendo dar um beijo, mas as náuseas não deixavam.

De repente ela mudou de expressão, franzindo a testa, agora com cara de confusa.

- Espere, o que você está fazendo aqui? Você sabe que eu estou na prefeitura essa hora.

- Aparentemente não está. - ele disse, sorrindo em seguida.

- Lembra do que eu disse sobre você virar detetive?

- Para, assim eu me sinto um stalker! Eu simplesmente te conheço bem o bastante para saber onde você estaria caso não estivesse no primeiro lugar em que eu procurei.

- Conhece, é? - ela se aproximou enquanto sorria e entrelaçou seus braços em volta dos ombros dele, ficando com seu rosto muito próximo.

- Como ninguém.

- Aposto que posso fugir para algum lugar que você não imaginaria nem em mil anos. - ela disse, com cara de desafiadora.

- Você não seria capaz. - ele disse e começou a beijá-la.

Regina se afastou logo após, o mal-estar tendo retornado.

- Desculpa, eu não estou muito bem.

- É a gravidez, não é?

Ela fez um sim com a cabeça.

"Engraçado que esses enjôos só começaram depois que eu contei da gravidez ao Robin. Parece até que era melhor não ter contado, eu hein. Acho que antes eu estava tão preocupada em como falar para ele que nem tive cabeça, ou estômago, para ter isso."

Robin a reaproximou e colocou a mão no cabelo dela, apoiando perto da orelha.

- Você não parece bem mesmo.

- Eu não consegui comer, e com isso percebi que comida faz uma diferença e tanto para a minha aparência.

- Você não comeu hoje? - ele falou surpreso, levantando as sobrancelhas.

- É que só o cheiro de comida me faz querer pular de um penhasco.

- Você tem que comer, Gina. Vai passar mal.

- Eu sei disso, só não sei COMO fazer isso.

- Eu vou preparar alguma coisa. - ele disse indo em direção à cozinha.

A ideia de engolir algo era de embrulhar o estômago e ela tinha a certeza de que não conseguiria.

Acima de tudo, diante da atitude de Robin, Regina se deu conta mais uma vez do quanto o amava e queria ficar com ele.

- Eu te amo, sabia?

- Sabia, há muito tempo.

Regina cruzou os braços, e riu para ele.

- E eu te amo, muito. Tanto que vou cuidar de você. Agora, depois, quando precisar.

- O que eu fiz para merecer você? - ela se questionou em voz alta.

- Você não precisou fazer nada, porque você é incrível. E fez de mim uma pessoa melhor. Faz, todos os dias.

Regina se sentiu muito feliz com aquela declaração, e queria acreditar naquelas palavras mais que tudo.

Ela foi se deitar no sofá enquanto esperava Robin terminar de fazer sua refeição.

Ele tinha preparado um shake e Regina analisou a aparência do copo. Era verde, e Regina não gostava daquela cor.

- Tem certeza de que isso é ingerível? - ela brincou.

- Vamos descobrir agora. - ele disse brincando também.

Regina se sentou e bebeu, fazendo uma careta no final.

- Sinceramente, prefiro hambúrguer.

Ela colocou o copo em cima da mesa.

- Não foi tão ruim!

- Não, não foi. - ela disse. - Obrigada, essa é a primeira coisa aceitável que consigo engolir hoje.

Sentado do lado de Regina, Robin mudou de posição para olhar diretamente para ela. Ele estava nervoso, como se guardasse algo para si desde que chegou.

- Eu quero te pedir uma coisa.

Uma Nova Chance | Outlaw QueenOnde histórias criam vida. Descubra agora