Amargurada

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Assim que chegou em casa, Regina subiu imediatamente para o quarto.
Estava tão brava que não sentia mais nada além disso. Eram apenas 18:00 mas ela foi se deitar, era o que podia fazer para tentar se acalmar. Jogou o salto alto longe e não fez mais nada.
Todos os sentimentos ruins de Regina voltaram com toda a força, como se nunca tivessem ido embora.

Ela estava com raiva mesmo era de Zelena. Ela sempre foi tão invejosa e gostava de ver Regina infeliz. Desde pequenas ela não pôde aceitar que não era a preferida da mãe das duas.
Por isso, ela sempre deu em cima de Robin depois que ele e Regina ficaram juntos. O pior foi que um dia ela conseguiu beijá-lo!
E Regina achava que ele não era firme o bastante ao recusar as sem-vergonhices dela, o que a deixava possessa.

O que ela queria mesmo era beber. Há tempos que não fazia isso. Mas aí teria que ir até o Granny's, um lugar nada atraente para alguém como ela ir apenas para tomar drinks.

- Mas será que não tem nenhum lugar nessa cidade para beber ou só COMER que não seja o Granny's? - resmungou, indignada.

Então se lembrou que tinha whisky guardado em casa e desceu para pegar. Pegou um copo e se sentou na mesa de jantar com a garrafa.

Enquanto enchia o copo até a boca, remoía tudo o que tinha acontecido na casa de Robin. Se sentiu ridícula. Não sabia se era pela escolha de palavras, por ter reagido daquela forma na frente de Zelena, por talvez, mas só talvez, ter sido um pouco imatura quando deixou Robin se explicando. Pensava em como realmente sua felicidade durava pouco e como estava cansada das coisas darem errado para ela. Será que tinha feito escolhas tão más assim na vida? Se sentiu iludida por acreditar que ter reatado com Robin traria só alegria dali em diante.

"É nisso que dá tentar ser a namorada romântica" pensou com raiva. "Não está na minha personalidade ser desse jeito, por que eu fico tentando ser?" se perguntou, decidida a mudar isso. "O amor nos deixa idiotas mesmo".
Naquele momento, ao seu ver o amor era uma ladainha.

Estava no sexto copo de whisky, quando começou a ficar zonza. Estava fraca demais para aquilo, e decidiu que era hora de dormir. Foi se deitar no sofá da sala pois seria um desafio subir as escadas para o quarto. Era um sofá grande e confortável, algumas horas ali não seriam problema.
Ela não queria mais uma noite pensando em todos os problemas, por isso optou pela bebida. E deu certo, em menos de 30 minutos Regina adormeceu, no meio da sala de estar.

...

Abriu os olhos, tentando se acostumar com a luz que entrava pelas janelas. Procurou um relógio; 7:02. Despertou com a característica dor de cabeça de quem bebeu mais do que cinco copos de álcool no dia anterior. Sua manhã não seria tão relaxante quanto a noite foi. O som dos pássaros cantando no seu jardim eram como uma tortura.

Pelo menos ela não tinha chorado, o que considerou uma vitória. Vai ver já tinha se tornado forte o bastante para evitar lágrimas descontroladas.

Definitivamente, não iria trabalhar hoje. O ponto que ela via no trabalho era driblar pensamentos indesejados, tendo que os encarar apenas a noite antes de dormir; e se sentir no controle de alguma coisa na sua vida. Mas aquilo não importava mais. Se era para ficar um trapo em algum lugar, preferia que fosse em casa.

Além do mais, era segunda-feira. O dia do "adeus solidão". Tinha que preparar o almoço para Henry e se recuperar a tempo dele chegar. Não seria nada fácil.

O arrependimento de ter bebido começava a bater. Não gostava de se sentir um lixo, e com certeza mães de família não costumavam fazer aquilo uma noite antes do filho voltar para casa.

"Se eu não tivesse ido até lá, nada disso teria acontecido." pensava repetidamente. O efeito borboleta podia ser incrivelmente desastroso.

Foi até o banheiro, lavou o rosto e ao olhar no espelho se surpreendeu em como tinha acordado com a cara pior do que acordou ontem. Não que estivesse feia, mas não era a mesma Regina impecável de sempre.

"Tomara que isso melhore com as horas" ela pensou.

Depois de arrumar a bagunça que fez ontem, ela finalmente se deixou pensar em Robin. O que será que o dia reservava para eles? Como aquela maldita situação se resolveria? Teria que esperar para ver, e apenas se concentrar no mais importante naquele momento: Henry.

Uma Nova Chance | Outlaw QueenOnde histórias criam vida. Descubra agora