Eles chegaram na escola às 17:03; o sinal da saída tocado há 3 minutos.
Roland estava sentado no topo da escada que dava para a sala de artes, esperando com a mochila nas costas e as mãos apoiadas no queixo.
Dava para vê-lo do lado de fora da escola porque a sala de artes ficava no ponto mais alto da área.Quando eles o avistaram, os dois acenaram para o garoto com um sorriso. Roland retribuiu o gesto, se levantou rapidamente e desceu as escadas com cuidado porque apesar de ter 5 anos, era pequeno para sua idade, o que tornava os degraus um pouco maiores para ele do que para as outras crianças. Assim que Roland pisou no último degrau, saiu correndo em direção ao seu pai e Regina.
- Papai!
Robin o ergueu no ar o mais alto que pôde, Roland rindo de divertimento. Ele amava quando o pai fazia isso. Regina observava os dois vendo o carinho e cuidado que Robin tinha com o filho.
- Ei, amigão. Como foi na escola?
- Eu desenhei a gente hoje.
- Eu e você? Legal!
- Eu, você, e a Regina. - Roland disse olhando para ela com expectativa.
- Eu? - Regina disse surpresa.
- É! Você é nossa família também. Papai que disse.
Regina se emocionou naquele momento. Ela não tinha mais uma família que a amasse há tempos. Zelena era a única integrante que lhe restara, mas era uma pena que tinha que ser justo ela. Sua mãe foi a última a falecer, e apesar de ela não ter sido uma super-mãe, sentia falta dela.
Ela olhou para a Robin e sorriu. Achou amável da parte dele dizer aquilo.
Roland desceu do colo de Robin, arrumando a mochila nas costas e ergueu a mão para Regina segurar, com seu familiar sorriso no rosto. Os três foram caminhando pelas ruas de Storybrooke, Roland contando sobre seu dia na escola enquanto Robin e Regina ouviam atentamente e faziam comentários.
Quando estavam passando pela rua que dava para o caminho da casa dela, tinha chegado a hora de Regina se separar dos Hood.
- Essa é minha deixa, meninos.
- Eu te convidaria para ir lá em casa mas esqueci que temos que arrumar as malas ainda.
- Eu sei, é por isso que tenho que ir. Mas ainda nos vemos mais tarde, certo?
- Claro. Não posso ir sem me despedir de você.
Despedir, despedida, despedimos, despedindo. Toda palavra derivada desse substantivo deixava Regina mal.
Eles deram um beijo de breve adeus.
...
Regina entrou em casa e se deparou com o barulho da música alta e vozes eletronizadas vindas do computador. Henry estava no meio de uma batalha decisiva de League of Legends.
- Henry, abaixa isso...
- Assim é mais emocionante, mãe.
- Eu não acho.
Quando Regina falava assim ela parecia uma daquelas mães rígidas. Não era só o vibrato de sua voz, mas o rosto. Aquele rosto era capaz de fazer homens na rua se encantar e os intimidar ao mesmo tempo. Tudo bem que ela sempre andava de roupas sociais e chiques, mas mesmo que ela estivesse usando uma jardineira infantil as pessoas ainda se encolheriam quando Regina passasse.
Ela continuou andando na casa, parando para deixar sua bolsa no cabideiro, seguindo em direção ao seu quarto. Tomou um banho, vestiu seu vestido tubinho cor de amora que tinha pequenas fendas laterais e calçou um salto alto preto. Apenas penteou o cabelo, não precisando de muita arrumação pois seu cabelo ficava sempre bom.
Ela desceu para fazer o jantar de Henry e em 40 minutos estava pronto. Ela teve que chamá-lo mais de uma vez porque Henry se recusava a abandonar a partida de LoL, visto que estava prestes a avançar um nível. Chamar duas vezes foi o necessário, Henry não se atrevia a desafiar Regina, já sabia como ela era.
- Eu fiz panquecas. - ela informou quando ele entrou na sala de jantar. Ela estava posicionando os pratos na mesa.
- Então valeu a pena abandonar o LoL, eu amo panquecas.
- Eu sei.
...
Depois de jantarem, Henry foi fazer a lição de casa e Regina foi escovar os dentes, partindo para a casa de Robin. Ela não conseguia mais esperar para vê-lo, os minutos passados a partir dali seriam sagrados.
Eram 20:48 quando Regina chegou lá. Robin a abraçou quando a viu e a convidou para entrar.
- Eu não te esperava aqui tão cedo.
- Fazer o quê? Eu mal pude ficar muito tempo sem ver sua cara.
- Você é tão fofa. - ele disse sarcasticamente, e pareceu que eles eram um casal de colegial.
- Eu ainda não terminei de arrumar minha mala - ele continuou - mas o Roland já foi dormir. Ele não conseguiu ficar acordado até o episódio de Meu Amigãozão.
Regina riu brevemente, e se lembrou da época que Henry adormecia no sofá vendo desenhos a noite.
- Você quer ajuda para arrumar tudo? - ela se ofereceu. Não era algo que Regina geralmente fazia, ela sempre fazia as coisas importantes para ela sozinha, e quando não era importante ela podia mandar os outros fazerem.
- Já que você insiste. - Robin deu de ombros, brincando.
Robin ficou falando enquanto dobrava suas roupas e colocava dentro da mala, Regina fazendo o mesmo.
Em um momento ela ousou inalar o cheiro de uma blusa dele sem que ele visse. Como sentiria falta daquele cheiro de natureza. Por mais que fosse triste, ela riu com o pensamento. Quem além de Robin tinha aquele cheiro, afinal? Mas o cheiro a acalmava, e era único.
Queria roubar algo dele para poder sentir o cheiro todas as vezes que sentisse saudade. "Se eu fizer isso todas as vezes, o cheiro irá embora rapidinho." ela pensou, mesmo sabendo que aquilo não aconteceria.Ele estava tão falante sobre New York que nem percebeu que Regina estava falando menos que de costume.
Robin parou de dobrar e disse:
- Já que você não pode ir para New York comigo, pelo menos durma aqui hoje. É o mínimo que você pode fazer. - de novo o Robin brincalhão.
- Só se eu não tiver que dormir no sofá.
- O quê?! Ele já estava até arrumado te esperando.
Regina arqueou uma sobrancelha com um sorriso para ele.
- Eu deixo você dormir na minha cama confortável. - ele sorriu do mesmo jeito para ela.
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Uma Nova Chance | Outlaw Queen
Fiksi PenggemarApós Robin abandoná-la para viver com sua família, o coração de Regina foi quebrado outra vez e ela jurou nunca mais amar ninguém, voltando a ser a mulher amarga cuja personalidade ela lutou tanto para mudar. Mas ela não imaginou que ele retornaria...