Capítulo 14 - Cair neve do céu em um dia ensolarado

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Gisele



—  Então? — O questionei. —  O que vai fazer comigo? —  Debochei.

—  Você já é uma mulher, mas age como uma criança mimada e inconsequente. —  Eu bufei.

— Então é isso? — Zombei,achando graça.  —  Agora me solte que você está me machucando. — Puxei meu braço.

—  Eu ainda não terminei!— Rebateu.

—  Que saco, me solte! — Implorei.
— Você não tem medo do que eu possa fazer com você não? —  Ele riu,sem paciência.

—  Uma fedelha fedendo a leite, como você, não faz nada. Além de Grunhi e arranhar. — Grunhi  irritada.

— O que está acontecendo aqui?
— Indagou-nos,a minha mãe, surgindo no corredor. Sua cara não  era nada boa.

— O seu marido está me machucando com essas garras fedorentas que ele tem. — Gritei. — O mande me soltar agora! — Ordenei.

— Gisele, precisamos conversar?
— Afirmou-me. Ela trocava olhares com o Sidney. Tinha algo de estranho neles,eu só  não  sabia o que era.

— Vocês  não  tem mais o que fazer não? — Murmurei.

— Gisele venha. — Pediu-me e eu fingi não  ouvir. O ogro do Sidney me puxou pelo braço  e me forçou  a segui -lo até  meu quarto.

— Quanta grosseria.
— Esbravejei,assim que ele me soltou.

— Você  tá tão  cega que não  enxerga  o brutamontes que tem do lado?
— Questionei a minha mãe  e ela trancou seu rosto.

— Senta ai, e cala a sua boca!
— Ordenou dona Marina. — Anda.
— Gritou. — Ou está  esperando Cair neve do céu em um dia ensolarado para entender o que estou falando?
— Ela tava brava. Muito brava. Me sentei e puxei a peluda para se deitar em meu colo. Ela me fuzilou com os olhos.

— O que esse bicho faz dentro da minha casa? — Esbravejou o Velho, e eu ri.

— Gisele, trate de devolver esse animal para o seu dono.
— Ordenou-me e eu debochei. — O Sidney e alérgico a pêlo de gatos.
— Contou-me.

— É mesmo? — Me diverti com a minha mais nova descoberta. — Seja bem vindo ao seu novo lar.— Beijei a cabecinha da pobre gatinha.

— Gisele ,você  tem que parar com isso? — Esbravejou. — Chega desses joguinhos,chega desse desrespeito. Chega de arrumar motivos para me separar do Sidney.

— Eu o odeio. — Gritei. — Quero  mais que ele se ferre!

— O que eu fiz,pra você  ter tanto ódio  de mim? — Questionou-me e eu me calei.

— Minha filha,vamos tentar manter a paz dentro de casa. — Implorou-me.  — Você entendeu? — Não respondi e voltei a minha atenção a gatinha.

— Gisele, por favor. Responda a sua mãe? — Ordenou-me.

— Que inferno, nem calada posso ficar mais? — Gritei. — Já  sei. — Me levantei e o encarei. — Esse  mostro te forçou fazer alguma coisa mãe? — A indaguei, sem parar de olha-lo. — Ele te maltrata? —  Se ele ousar encostar a mão na senhora,ele vai se ver comigo. —  Esbravejei. Logo senti o peso da mão dela em meu rosto. Coloquei a minha mão sobre o ardido que eu sentia. E a raiva que me consumia só aumentava.

— Cala a sua boca! —  Esbravejou — A única que me faz mal aqui ,é você.
— Constatou. — Eu quero que você pegue as suas coisas e suma daqui.
— Me olhou nos olhos, e eu assenti.

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