Capítulo 4 - Putz, que merda!

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Nícolas







Assim que entrei em casa o Bolinha pulou em mim. O acariciei e fechei a porta. Levei o saco de ração nos braços  , junto de uma outra sacola com um hambúrguer desses feitos em carrocinhas que ficam espalhadas nas ruas. Havia muitas. Era caminho para a minha casa mesmo. Pelo menos eu teria o que comer,na hora da ceia. Eu ainda estava surpreso que  eu havia me esquecido que era véspera de ano novo. Eu não tinha pra onde ir. Era só o bolinha e eu. Eu não sabia se ligava pra dona Adriana lhe desejando boas festas,ou um ano cheio de alegrias ou algo do tipo. Eu tinha receio de ligar, e o Lúcio acabar atendendo. Eu também não tinha certeza de que era bem vindo na casa da Fernanda. Na certa ela iria fazer aquele banquete com a família perfeita dela,e encher de mimos a minha menina. Sentei na cadeira do balcão da cozinha e deitei meu rosto no meu braço. Após deixar a ração e a sacola na bancada da cozinha.  Eu chorava silenciosamente,armagurado pela solidão que eu mesmo havia procurado. O bolinha encostou sua cabeça em minha perna. Ficamos nós dois,ali. Abraçados pelo elo de amor que o destino nos uniu. Éramos um pedaço um do outro desde o momento que ele me achou,e invadiu meu coração ao passar pela porta da minha casa. Encheu meu lar de amor,e de paz e desde então tem enchido meus dias de pequenas alegrias por não se importar pelo meu passado ,ou pela minha condição finaceira. Ele apenas me amava, por eu o amar. Fomos interrompidos pelo toque do meu celular. O peguei do bolso do meu short e atendi. Passei as mãos sobre o meu rosto rapidamente e me ajeitei na cadeira.

—  Alô?  —  Murmurei após pigarrar.
— Quem fala? —  Eu não fazia idéia de quem se tratava.

—  Sou eu ,o Erick. —  Me surpreendi assim que ele me disse de quem se tratava.

—  Aconteceu alguma coisa com a Pérola? —   Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça. Com aquela ligação inesperada. Me levantei ,já ficando em alerta! —  Não! —  Me disse suavemente. Eu me desarmei e respirei mais aliviado. —  Fique despreocupado,a nossa pequena está bem. —  Afirmou-me. — Só liguei para te convidar, para vim passar o ano novo conosco,a Fernanda concordou e por isso te liguei. —  Acariciei o bolinha ,que havia encostado a sua cabeça em minha perna novamente.  —  A Pérola iria gostar muito de ter os dois pais dela ela ao seu lado.
— Justificou.

—  Você quer mesmo que eu vá?
—  Fiquei surpresso com aquele pedido. —   Sabe, não achei que gostaria de ter a minha presença
por perto ,ainda mais depois de
tudo o que fiz. —  Respirei fundo,e meu coração se apertou com as minhas lembranças.

—  Nícolas, o passado ficou lá trás.
—  Afirmou-me. —  Vamos começar tudo de novo,pode ser?
— Sugeriu-me,e me pareceu ser bastante sincero. —  Pela Pérola! Ela merece ter uma família que se dar bem. —  Reforçou.

—  Então se é assim. —  Animei-me.
—  Eu vou ir. —  Sorri. —  Pelo menos para dar um beijo nela. —  Constatei.

—  Ok. Estaremos te aguardando.
— Eu sorri.

—  Obrigado ,Erick! —  Olhei para o céu ,sorrindo.  —  Obrigado mesmo.

—  Só cuide da nossa pequena com carinho. —  Pediu-me. —  Ela é tudo o que temos de mais valioso.

—  Eu sei disso. — O afirmei. — E logo finalizamos a ligação. Deixei o telefone de lado com um alivio no peito e um sorriso no rosto. Realmente eu estava com muita vontade de ir lá, dar um beijo na Pérola. Depois de finalizar  a ligação  ,levantei-me e segui para o meu quarto. Peguei uma calça jeans ,uma camisa preta, minha jaqueta marrom e um tênis preto do armário.Em seguida, fui para o banheiro tomar uma ducha quente .

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