Capítulo 25 - Sangue do seu sangue.

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Algumas semanas depois...




Nícolas






Vivíamos todos os dias como se fosse lua de mel,nos entendíamos bem na cama,o suficiente pra eu nunca me enjoar dela. Ela ainda me metia em confusão. Se ela ganhava um caso,saíamos  para comemorar,se ela perdia curtiamos em casa. Se a Helena me ligasse,ela dava um jeito deu não  ficar sabendo,mas eu sempre sabia. Só  fingia que não. O Artur estava se adaptando muito bem na cidade. Aquela cabecinha italiana vivia cheia de idéias. O Davi cuidava da loira pra mim,no tempo que passava com ela na empresa. Ele a mantinha no lugar,caso a sócia  dela a fizesse perder o pouco de sanidade que ela ainda mantém dentro de si. Tudo dava certo,e finalmente tomei coragem de ir fazer as pazes com meu pai. A Gisele me encorajou,ainda mais no estado que ele se encontra. Ah,e graças a Deus eu iria voltar a andar num carro,e não mais em algo que já se pareceu com um.

— Vai dar tudo certo. — Me disse,assim que descemos do meu carro. Eu assenti. Tranquei as portas,e passei pela frente do carro,e parei assim que a encontrei do outro lado.— Vamos?  — Eu assenti. A Gisele entrelaçou nossas mãos e sorriu,me encorajando a prosseguir até a porta. Eu a olhava e só conseguia pensar que eu era sortudo por tê-la na minha vida. Respirei fundo e nos aproximamos da porta. Estava tudo igual,da última vez que estive aqui. A Gisele estava surpresa por ver o tamanho que nossa cada tinha.

— Pensei que seria maior.
— Constatou e eu ri.

— A antiga era. — Comentei. — Não tinha porque ter tanto espaço, e tão pouca gente dentro dela.

— Se quiser,voltamos outro dia. — Ela notou que eu estava apreensivo com a situação. Eu estava tentado a ir embora,mas eu iria me arrepender amargamente se ele morresse nesse tempo que estávamos longe.

— Tá tudo bem. — Ela assentiu. Era mentira. Não estava nada bem. Eu lembrava de tudo que ele fez,lembrava da Fernanda, da Pérola, do bebê que era pra ter nascido e que não nasceu porque ele o matou. Ele tá doente, Nícolas. Ele é seu pai. Eu só pensava que eu devia abaixar a guarda e tentar manter alguma civilidade perto dele. Apertei a campanhia e aguardamos, de mãos dadas até que a mesma abriu -se. Dona Adriana sorria ,surpresa por me ver,e notar a bela jovem que permanecia com um sorriso suave nos lábios ao conhece-la.

— Adriana? — Minha mãe assentiu.
— Finalmente nos conhecemos. — Me soltou e se esticou para cumprimenta-la. Elas eram da mesma altura,alguns centímetros menores que eu. Minha mãe a abraçou e seus olhos viam de encontro ao meu com gratidão. 

— Fico feliz por conhecê -la também.  —Comentou dona Adriana. Sempre gentil,com todos. Assim que elas se soltaram, minha mãe me abraçou forte.

— Ela é linda. — Sussurrou no meu ouvido. Eu sorri,porque sabia que ela dizia apenas a verdade. A Gisele era realmente muito linda. — Que bom que veio,finalmente. — Me soltou e nos indicou para entrarmos. Entramos,e eu olhei para cada canto daquela sala ampla. Sorri feliz por finalmente voltar a pisar na casa onde passei boa parte da minha vida. Nos sentamos,e minha mãe cochichou algo com uma empregada nova. Ele sorria tímida para nos, e ouvia atenta tudo o que minha mãe dizia. Logo a jovem se foi e minha mãe se sentou a nossa frente. — Seu pai vai ficar feliz por te ver,meu filho. Ele ela tanto em você.  —Eu assenti.

— Ele tá onde? — Ela olhou pra escritório, que ficava numa porta no final da sala. — Ele tá no telefone,tá quase na hora dele tomar os remédios.

— É  muito grave? — Perguntou a Gisele. — A doença dele.

— É  câncer minha querida, essa doença é maldita. — Disse minha mãe com o coração apertado e os olhos marejados.

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