Capítulo 17 - Eu te trouxe pro matadouro

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Nícolas




Eu só conseguia pensar no que a minha mãe, havia me dito. E eu me envergonhava do homem que Me tornei. Era sempre um choque, quando ela me enfrentava desse jeito. Coloquei-me de pé, mas não me esqueci de deixar sobre a mesa o dinheiro do café que ela tomava antes deu chegar, E saí, seguindo em direção ao meu carro. Destravei a porta e me sentei. Tirei o lenço do meu peito e o deixei sobre o banco do passageiro. Minha mãe tinha razão, por causa desse meu gênio difícil, eu perdi a Fernanda. Eu me tornei um cretino, mais eu estava cego. Cego pela amargura,mais acabei me deixando levar pelas coisas nas quais meu pai havia me dito. Tudo o que fiz, foi pela influência dele.

- Mais que droga! - Esbravejei irritado,batendo com as Mãos no volante do carro. Ele é meu pai, independente de ser um canalha. Aqueles pensamentos me consumiam a alma. Liguei o carro ,e o arranquei em direção a minha casa. Segui o caminho todo aflito,com as lembranças da conversa que tive a alguns minutos atrás e das lembranças que iam e viam com frequência. Assim que cheguei em casa estacionei o carro na frente da minha casa, e segui para dentro apressadamente. Eu queria me enfiar debaixo do chuveiro, e se possível numa água gelada.

- Nícolas, tá tudo bem?
- Indagou-me,A Helena, assim que me viu passar por ela com pressa.

- Eu preciso ficar sozinho.
- Murmurei antes de entrar no banheiro e trancar a porta. Me despi com pressa e rapidamente abri o chuveiro.

- Cadê os camarões?
- Murmurou,a Lena,pelo canto da porta. A água corria pelo meu corpo, enquanto a água me r3frescava , meus pensamentos ferviam. Eu estava uma pilha de nervos, e mentalizando na tentativa deu ser mais racional "ele é  meu pai". Eu não sabia o que iria fazer. Se eu o perdoava ou o ignorava.

- Mais que inferno! - Esbravejei de dentro do banheiro e logo ouvi batidas aflitas na porta dele.

- Nícolas o que aconteceu?
- Questionou-me, preocupada mais eu me calei e voltei a me enfiar a minha cabeça debaixo do chuveiro.
- Por que você tá me ignorando assim?
- Indagou-me impaciente. Ela forçou a maçaneta para tentar abrir a porta,mais estava trancada.
- Vamos conversar? - Eu respirei fundo.
- Quem sabe eu posso te ajudar?
- Murmurou.

- Eu realmente preciso ficar sozinho.
- Murmurei de volta.

- Então não tem mais nada pra mim fazer aqui! - Me disse insatisfeita.
- Sabe onde me encontrar,se quiser desabafar,me procure. - Eu não respondi e logo ouvi os passos dela se afastando de mim. Eu não falaria com a Helena, sobre esse assunto. Ela não entenderia. Pra ela,ele sempre teve as melhores das intenções. Independente de tudo,ele que me colocou no mundo, quem pagou por minha educação. Quem me deu forças pra ir atrás dos meus sonhos,por mim mesmo,quem investiu tudo o que tinha,e mesmo tendo algumas vezes perdido todo seu investimento,não desistiu e por mim,foi a luta pra me dar o melhor futuro que eu poderia ganhar. Passamos de uma família classe média,pra uma família bem sucedida e conhecida pela sociedade. Não existe um morador na cidade e no estado, que não conheça seu Lúcio Sarkozy. A Helena é a prova viva,do covarde que sou. Que larga as pessoas que ama, e as troca por outras que supõe ter mais valor. Eu fiz isso com ela,e não foi uma vez só, foi várias. Ela merece alguém melhor que eu,um amor mais fluido e que seja retribuído. Foi um erro eu ter me relacionado intimamente com ela, ela se envolve muito rápido quando isso acontece e se frustra mais rápido ainda. A saudade é uma merda,e quando a gente a mata,percebe que ela era mais bonita quando era imaginada.

Seu Lúcio Sarkozy, meu pai. Um homem de coração duro,não porque ele resolveu ser assim ,mais porque a vida o moldou assim. Ele sempre me disse que eu,meu irmão e minha mãe,éramos o bem mais valioso dele,e que ele faria de tudo para nos dar o que queremos. Ele nos prometeu e cumpriu. Eu queria muito ,que a Fernanda fosse minha,que ela não tivesse um filho do Erick,que ela fosse ligada somente a mim,e não a ele. O Homem digno que ele é, que não a recusou da forma que eu a recusei. Ele a abraçou e se meteu na vida dela,sem medo. Não se frustou,com as ameaças do Sidney,e ainda por cima conseguiu o que eu não consegui,o afeto dele. Por isso eu o odiava. Ele era melhor que eu em tudo,e possuía uma condição financeira abaixo da minha. Ele lutou pra chegar onde chegou,ele se doou, e mesmo assim amou de forma incondicional a minha menina. Eu fui culpado,e não meu pai. Eu o influencie, eu que fui chorar no colo dele e pedir ajuda. Eu queria vingança, eu queria sair Por cima. Eu fiz de tudo pra separar a Fê do Erick , Mais o veneno saiu pela culatra. Quem se feriu fui eu,quem se perdeu no caminho, fui eu. Quem ficou sozinho e assistiu a felicidade deles,fui eu. Por que eu insisto em culpa-lo? Se meu pai fez tudo aquilo,e porque ele me ama incondicionalmente, que não ligou se iria ir preso,ou se iria se machucar. Ele apenas fez. Ele Se jogou de corpo e alma, e mesmo assim ,eu o culpo. Eu sou um cretino! Um covarde! Um grande merda!

Um Pedaço  De Mim ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora