capítulo 17

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Sophia

-Shiiii - Arthur põe o dedo em meus lábios, sinalizando que eu fique calada.

O "toc, toc" da porta continua.

Droga, e se formos pegos? Não sei nem onde poria minha cara. Arthur seria o principal afetado disso tudo, pois estaria quebrando suas próprias regras, e isso faria com que os outros também não quisessem respeitá-las.

A pessoa do outro lado insiste. E eu agradeço aos céus por Arthur ter fechado a porta com a chave.

-Oii, tem alguém aí? - não reconheço essa voz. Deve ser algum trabalhador querendo um pouco de cafeína.

Ouço cochichos lá fora. O que diabos está acontecendo?

-Está trancada. - a voz de antes diz.

-Vou pegar a chave com o porteiro, e já venho abrir. -o outro diz.

Droga, droga, droga. Estamos ferrados. Olho pra Arthur desesperadamente. Ele parece estar calmo, e não apresenta reações. Como consegue?

Seus olhos olham ao redor, à  procura de algo. Instintivamente também começo a procurar.  Seus olhos param em uma pequena porta de madeira.

Chega perto de mim, e murmura em meu ouvido me causando arrepios:
-entre lá dentro, já venho lhe buscar. -

não deveria, mas tudo isso me deixa excitada. Acho que esse medo de ser pega no flagra me faz ficar assim.

-Mas... - tento reclamar, mas Arthur não deixa.

-Confie em mim. - pronto, essa é a minha perdição.

Sem hesitar, vou até a porta e a abro. É um pequeno lavado que cabe somente uma pessoa. Entro lá, e fecho a porta.
Está quente, e eu logo começo a suar.

Encosto meu ouvido na porta em busca de alguma coisa, mas nada. Não ouço nada.

Sento no vaso, e me abano com a mão. A cólica aumentou durante esse tempo, vou ter que tomar um remédio.

Droga! Porque Arthur não volta?

Os minutos passam e quando já não aguento mais de calor misturado com dor, abro a porta por poucos centímetros somente o bastante pra eu olhar. Ninguém.  Não há ninguém lá dentro.

Terá Arthur esquecido de mim aqui?

Saio vagarosamente até chegar a porta de saída da copa. Novamente olho antes de sair,e não há ninguém. Todos devem ter voltado ao trabalho. Então porque Arthur não veio me buscar como tinha dito que faria?

Vou até minha sala, fazendo um pouco de careta. Nossa, como a dor aumentou de uma hora pra outra...

Depois de uns minutos sentada em minha cadeira, sem nenhuma aparição de Arthur, resolvo ir até lá saber o que aconteceu.

Não bato na porta, então assim que abro, me deparo com a razão de Arthur não ter ido me buscar.

-Então agora é assim? Os empregados não batem mais na porta? - Melissa falava, com aquela voz enjoativa de sempre. Não posso negar que ela é esplêndida. Seus cabelos castanhos brilham, e ela parece combinar muito bem com a sala de Arthur.

Muito mais que você, meu subconsciente diz.

-Cale-se Melissa. Quem decide o que os empregados fazem sou eu, não você. - Arthur está zangado, eu posso sentir isso em sua voz.

Mas o que ela está fazendo aqui? Ele a chamou? Ele não é assim. Ou é?

Estou atordoada, zangada , morrendo de ciúmes, e pra piorar, com uma baita dor.

Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora