Capítulo 4

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Voltamos pra empresa quase correndo. Ainda bem que a lanchonete que fomos,fica perto da empresa. Me despeço da Beta e olhei novamente o relógio, 6 minutos atrasada.

Entrei na minha sala,dei um leve gritinho de susto e pus a mão no coração ao ver Arthur (a Beta me disse que somente a família e os amigos mais próximos o chamam pelo primeiro nome).

-Está atrasada Srt.ª Alencar- ele diz sério, me analizando.

-Desculpe-me sr. Mas só foram uns 6 minutos de atraso,não achei que faria diferença- tento ser indiferente.

-Bom,em 6 minutos podem acontecer muitas coisas Srt.- ele me olha com uma expressão impassível, impossível de saber o que se passa por aquela cabeça.

-Desculpe sr. Finlay, isso não irá mais acontecer-  falo olhando pra baixo.

-Pare de se desculpar. Você tem que me provar com atitudes. - ele tem razão. Levanta de minha cadeira  e vem a minha frente,olho no seu maravilhoso rosto,e em seus olhos alucinantes.

-sabe Srt. Alencar, eu não aceito falhas. E isso não irá mudar com a Srt. Apesar de....Tudo.

Como assim apesar de tudo?

-Com sua licença. -Ele diz e dirige-se a porta,me deixando com um ponto de interrogação na cabeça.
Vou a minha mesa em meio a devaneios, pensando no que ele quis dizer com isso.

A tarde passa rápido e logo chega a hora de ir embora. Recolho minhas coisas e saio vendo que Beta não está mais na sua mesa. Vou até o elevador que está aberto, e entro. Arthur sai de sua sala e vem com uma loira ,alta com porte de modelo. Eles entram no elevador junto a mim.
Ele está com a cara entediada, enquanto a modelete diz,com uma cara nojenta e enjoada.

-Ai amor,porque você não quer sair comigo? Na última vez foi tão bom...- fala dando um sorrisinho. Ambos me ignoram por completo,como se eu não estivesse alí. Eu me mantenho calada e com a cabeça baixa olhando para minhas mãos.

-Já disse pra você não me chamar assim,melissa. -diz sério, apertando o botão do térreo.

-mas da última vez que você estava me fodendo na sua sala,você não se importou em eu te chamar de amor-

Acho que dei um míni enfarto dentro desse elevador. Senti minhas bochechas esquentarem, tenho certeza que estou da cor de um tomate.
Olho pra Arthur e ele está com um olhar repreensivo pra ela.
O elevador chega ao térreo e eu saio andando rapidamente sem olhar pra atrás. Vou até o táxi que já está a minha espera. O caminho todo fico pensando no que aconteceu. Será que é verdade o que aquela mulher,  melissa como ele a chamou, disse?


Olho pela janela do carro e vejo que começou a chuviscar. Os pingos de chuva batem no vidro do carro e escorrem. Lembro-me de quando era pequena,cerca de 8 anos,e eu e minhas irmãs  saíamos correndo pelo quintal quando chovia,pra brincar de pegador, Caíamos e nos melavamos de lama. Minha mãe ficava brigando com a gente depois,pois podíamos pegar um resfriado, mas sempre dava bronca de maneira contida. Ela é uma ótima pessoa. A melhor pessoa do mundo, eu diria. Mas sou meio suspeita  pra dizer.

Sorrio ao lembrar desses momentos. Bons tempos. Queria ter aproveitado muito mais enquanto era criança. Não que eu não tivesse aproveitado, pois fui muito feliz,mas é que quando crescemos também vem mais responsabilidades,e quando se é criança você não tem nada com o que se preocupar.

Pago o táxi e entro em casa. Minha tia está  na cozinha arrumando a mesa pro jantar.

-Oi tia- a cumprimento com um sorriso.

-Oi querida,como foi seu dia? - minha tia pergunta.

-Foi bem,é... Legal. -Falei pensando em como tinha sido.

Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora