capítulo 31-parte II

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Arthur

Por mais que eu quisesse mostrar pra Deus e o mundo que Sophia era minha, eu sabia que isso não era possível. Não enquanto Melissa estivesse por aí com toda aquela raiva dentro dela. Ela fez uma ameaça, e eu tinha que levar aquilo a sério, pois sabia todo seu histórico. Ela não era uma pessoa de bom coração, ou doce. Não, ela era tudo, menos doce. Diferentemente de Sophia, que era a melhor pessoa que já conheci na vida.
Eu não tinha medo por mim, mas sim por meu amor. Só de pensar no que Melissa poderia fazer com ela, meu coração já acelerava e um nó se formava em minha garganta.
Depois que dispensei-a, não tive mais nenhuma notícia, e aquilo estava me deixando maluco. Eu não podia falar da ameaça pra Sophia. Não queria que ela ficasse nervosa igual a mim, por isso resolvi omitir esse fato. Eu cuidaria de tudo e tudo ficaria bem. Pelo menos era isso que eu esperava.
Percebi que Sophia não tinha gostado do fato de eu ter ido pra Finlay enterprise sozinho.  Ela nem imaginava que aquilo doía mais em mim do que nela, principalmente depois da nossa noite incrível. Mas a verdade é que o medo me dominou de novo.
Decidi que iria conversar com ela e explicar-lhe toda a situação, e eu esperava que ela me entendesse.
Passei a manhã toda ocupado resolvendo questões  da construção de mais um conjunto habitacional.  Expandir os negócios sempre era bom.
Meu telefone tocou. Era Barney,  meu braço direito nos negócios. Tínhamos uma reunião de última hora pra resolver os últimos detalhes de mais essa aquisição.
Avisei Sophia,  que respondeu-me de forma totalmente profissional.
Eu gostava desse seu lado. Ela sabia a hora certa de tratar-me como chefe ou namorado.
A reunião durou mais ou menos duas horas. Como eu esperava,  tudo estava certo. Barney estava cuidando de tudo direitinho.

-A que horas venho buscá-lo, senhor?- Alberto disse,  abrindo a porta do passageiro.

-Às cinco e meia. Lembre-se de pegar Amanda e a Mel no parquinho.– disse. Elas tinham ido passear aquela tarde.

-Sim,  senhor. – sorri.  Alberto era  bom homem e muito responsável.  Mesmo que já tenha flertado com minha assistente antes de estarmos juntos. Esse era o único motivo pelo qual ainda trabalhava comigo.

-Boa tarde,  Srtª Morais.- falei, assim que os elevadores se abriram. Eu queria falar com Sophia, e sabia que Roberta sabia onde ela estava.  -Sophia está na sala?- ela parecia nervosa. Seus dedos tamborilavam na mesa, e ela mexia suas pernas rapidamente.
Me mantive em alerta.
-hã ... Boa tarde sr.  Finlay. Sophia teve que sair. – sair?  Como assim?

-Pra onde?- tentei não falar rispidamente. Ela não tinha culpa.

-Ela não me disse pra onde. Só pediu pra avisá-lo que ligaria assim que pudesse.- aquiesci e andei até minha sala a passos rápidos. As grandes janelas de vidro me faziam enxergar toda aquela paisagem exuberante de York Falls. Os carros andavam depressa lá embaixo, e,  de certa forma, aquilo me deixou mais ansioso.

Droga,  ela tinha que ter me avisado!  Como vou saber que não está em perigo?
Não esperei que ela me ligasse. Disquei seu número e o seu celular chamou até cair. Minha pulsação acelerou com o medo. Liguei outra vez. Mas que merda,  Sophia,  me atenda!
Continuei a ligar,  exasperado. O que quer que tenha acontecido, deve ter sido grave. Ela não largaria tudo por qualquer coisa. E o pior é que eu nem tinha ideia de onde ela estava.
Eu tinha o controle sobre todos, entretanto, neste momento sentia-me vulnerável. E o que eu mais queria ter era controle sobre ela.
Sophia tinha esse espírito de liberdade.  Talvez seja por isso que eu a amava. Ela não se submetia a mim igual a todos e isso me instigava.
Mas que porra, eu só queria que ela me avisasse! Que se foda tudo,  ela só precisava dar uma ligação. Uma maldita ligação.
Continuei, o pânico e a raiva se misturando.
Por mais que eu não  quisesse,  tudo me levava a Vanessa. O seu fim trágico,  mesmo que Sophia não tivesse nada haver, me fazia sentir um medo incontrolável de perder.
Mas que porra, Arthur,  não pense nessas bostas.
O tempo parecia não passar até que ouvi o toque de meu celular.
Graças a Deus!
Era ela.

Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora