❤ Se eu não ficar bem, eu finjo ❤

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Buscar Teu reino não se trata
de opção 🎶🌸


Estamos sentados na areia, observando a quebra das ondas, o sal da água pousando em meus olhos, fazendo arder. Que sensação de paz.

— Você é cheia de mistérios. — comenta fitando a areia.

— Como assim? — pergunto, bebendo a água de coco.

Continua fitando a areia e mostrando-se pensar numa resposta não ofensiva ou difícil de entender.

— És uma caixa de surpresas. — nossos olhos se encontram. O que me deixa desconfortável. — Até que eu gosto, sabia? — arqueia uma das sombrancelhas.

— Deveria não gostar. - desvio o olhar, não estava gostando nadinha do assunto. — Eu sou muito diferente de todos. Gostaria de ser como um ser humano normal.

— Eu te vejo com uma. — afirma.

— Mas eu não sou! — sou rude.

Ah, não! De novo, não!

Taylor curva a cabeça e brinca com a areia. Percebo que seu semblante muda.

— Desculpa se eu estrago tudo, afinal, é a única coisa que sei fazer. — lamento.

Ele suspira.

— Se for realmente a única coisa que sabe fazer, eu te peço... — nossos olhos se encontram novamente, fazendo com que uma onda de sentimentos percorressem todo meu corpo. — continue fazendo.

— O que? Estragar tudo? — franzi o cenho.

— Não, reconhecer que errou e consertar o erro. — sorriu.

Fito a areia e penso no que ele acabou de dizer. Verdadeiramente, eu nunca pedi desculpas a alguém por ter mudado de personalidade. Isso não machuca só a mim, mas aqueles que se preocupam comigo.

Sou uma burra!

— Não pensa, "tá"?

— Como sabe?

— Um ser humano "diferente", não reconheceria seus erros. — dá ênfase na palavra, me fazendo lembrar do que eu havia dito a minutos atrás.

Sorrio e apóio minha cabeça em seu ombro.

O que estou fazendo?

— Alô? — atendo o telefone.

A senhorita não acha que está na hora de voltar para casa? — pergunta meu pai.

— Mas cheguei aqui ontem!

Algum problema pai? — ouço a voz do meu irmão. — Não, estou falando com sua irmã. — ele responde.

Mana?

— Oi!

Pode ficar aí quanto tempo você quiser, divirta-se! Fazer o que aqui em casa? Encarar o teto? Você precisa se divertir, não acha mesmo pai?

Ouço um suspiro. — Claro, verdade.

— Ok, obrigada! Verdadeiramente preciso sair. — digo calma.

Beijos, mana!

— Beijos!

Por mais que concorde com meu irmão, ele ainda irá de me atormentar. Meu medo é dele resolver aparecer aqui na casa de Lucy e me levar a força.

Sentei na cama e fitei o chão. Soltei um imenso e profundo suspiro.

Flashback on ~~

Vem cá! - me agarra.

- Me solta! - grito desesperada.

Bonitinha você! - diz com um olhar malicioso.

Flashback off ~~

Não. Não. Não. Não posso pensar nisso: em nada sobre meu passado! Não posso chorar, nem...

— Melissa? - uma voz masculina chama meu nome com um tom de preocupação

— Oi. — olho pra ele assustada.

— Calma! — faz gestos. — Mantenha a calma, não pensa, não imagina... — se aproxima lentamente.

Respiro

— Eu "tô" melhor agora. — sorrio fraco.

— No dia que em que você sentir-se livre para desabafar, saiba que estarei aqui. — sorri.

Fiquei quieta por longos minutos. Meu corpo estava ali, mas minha mente estava em todos os lugares. Queria escapar desses sentimentos, desses turbilhões de sensações que ocorre dentro de um cérebro que não consegue pensar em nada positivo, a não ser a morte, porque isso será a minha saída. Talvez.

Por mais que os braços de Deus estejam sempre abertos pra uma alma como eu, minha mente sempre estará fechada. Não consigo acreditar que um dia as correntes que me aprisionam irão se quebrar para que eu tenha liberdade. Por mais que um dia eu seja feliz, no outro já vou estar triste de novo, porque pra mim não existe saída.

— Não precisa se preocupar comigo, eu sou assim, se eu não ficar bem, eu finjo. — suspiro.

— Não diga isso. — uma lágrima pinga em minha coxa. Era dele. — Posso não sentir o mesmo que você, as suas dores não podem ser as mesmas que as minhas, mas me dói. — sua voz fica abafada, sinto meus olhos encherem de lágrimas.

Não segurei por muito tempo e desabei.

— Já perdi tantos amigos, me afastei de tantas pessoas... não creio que aguentará ter uma depressiva ao seu lado. — soluço.

— Tenho certeza de que... — suspirou fundo. — o Amor pode curar qualquer ressentimento.

— O amor não existe! — grito desesperada querendo sair do seu lado, mas o mesmo me segura.

— Pra você possa ser que não, mas não pode provar a inexistência. — chora. — Deixa o Amor curar você!

— O amor de quem? O seu? — rio ironicamente em meio as lágrimas.

— Não. — me fita. — Mas tenho certeza que o amor de Deus, pode curar essas confusões que existe dentro de você.



Espero que estejam gostando! ❤🙏
Creio que existem muitas Melissa's precisando encontar a solução para seu problema.
E se você conhece uma assim, ajude-a, ame-a.

#TemCuraParaOsDepressivos.
#OAmorTudoSuporta. ❤🙌

Herdeira IOnde histórias criam vida. Descubra agora