❤ Isso mesmo que você ouviu ❤

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Melissa

Pressenti demais. Pela cara de Henrique nada se resolveu, quero saber quem foi o orgulhoso da história.

— O ensaio encerra aqui! — diz ele batendo palmas.

— Ainda falta meia hora. — o baterista diz olhando pro seu relógio no pulso.

— Se quiserem continuar, não têm problema. — diz pegando sua mochila.

— Cara...o que aconteceu? — o guitarrista pergunta.

— Gente, eu preciso sair daqui. Não quero descontar minha raiva em nenhum de vocês. — se retira.

Fiquei com vontade de correr atrás dele, mas sei que vai descontar sua raiva em algum objeto, quem sabe assim se acalma. Porém, também sei que Taylor deve ter provocado ou dito algo que o deixou assim. Meu Deus! Por que esse menino tem ficado tão ciumento? Por que essa mudança tão radical?

Peguei minhas coisas e fui procurá-lo, e lá estava ele, encostado na porta do carro e mexendo no celular. Sua fisionomia estava totalmente tranquila, mas assim que reparou em mim logo mudou.

— Aconteceu alguma coisa? — pergunta preocupado.

— Mas é claro que aconteceu! — digo sem paciência. — Você falou o que pra Henrique? Por que ele saiu alvoroçado, enraivado daquele jeito?

— Eu posso explicar...se acalme, pra quê tudo isso? — arregala os olhos.

— Eu que pergunto! Esse ciúmes todo pra cima de mim, isso está acabando com nosso relacionamento, a gente fez as pazes hoje, Taylor! É demais pra mim... — meus olhos se enchem de lágrimas. Odeio ter que chorar por tudo.

— Você quer dizer o quê com isso? — cruza os braços e olha fixamente em meus olhos.

— Não coloca palavras na minha boca. Pelo amor! — digo.

— Eu não tô colocando palavras em lugar nenhum. Anda Melissa! Fala o que quis dizer com "É demais pra mim". — ironiza.

— Me leva pra casa. — dou a volta para abrir a outra porta.

— Eu não vou levar enquanto você não disser. — segue meus passos.

— Eu quero dar um tempo! Tá legal?! — perco a paciência. — Estou cansada do teu ciúme bobo, das suas expectativas!

Ele fica me encarando e rapidamente as águas vai preenchendo seu olhar. Droga! Por que você foi falar isso Melissa?! Sua burra! Burra!

— Tá bom, vou te levar pra casa. — suspira. Dá a volta e entra no carro.

🌻💭

Como o trajeto era curto, em nenhum momento abriu a boca para dizer algo. Isso já estava me deixando nervosa e com vontade de abrir a porta e pular na pista. Seu silêncio era doloroso. Chegamos em frente a minha casa, suspirei fundo e abri a porta.

— Melissa espera! — diz. Meu coração gelou. — Prometo não te incomodar, vou deixar você decidir o rumo da sua vida, mas se quiser me procurar... — respira. — sabe onde me encontrar.

Em nenhum momento olhou em meus olhos. É como se ele tivesse dizendo: "Até nunca mais". Porém não é assim, não quero um tempo, não quero perdê-lo. Seria o nosso último encontro?

Saio do carro e ele apressadamente acelera, continuo olhando até perder de vista. Ando lentamente até a porta de casa e foi só entrar que desabei ali mesmo.

— Melissa! — ouço minha mãe gritar. Porém tudo começa a ficar escuro.

🌺💭🌺

Taylor

Não posso contar dirigindo nesta condição. Está tão perto de casa, mas ao mesmo tempo longe. Preciso parar antes que eu sofra um acidente, não quero ficar em côma.

"— Estou cansada do teu ciúme bobo, das suas expectativas!"

Estaciono na praia onde a levei pela primeira vez. Desci do carro e caminhei pela areia.

Por que Deus? Por que? Justo hoje, fizemos as pazes. Eu não posso duvidar, claro que esse namoro é da Tua vontade. O Senhor não é homem que minta, não me deixaria enganado. Me sinto tão fraco nesse exato momento, não solte minhas mãos. Reconheço minha fragilidade diante de Ti, me afastei um pouco do alvo, mas eu já reconheci, já sei...só preciso de um empurrãozinho seu, um sopro da Tua boca. Agora entendo, que buscar a Tua face é preciso em todos os momentos. Sabe, não me ignore, sou de carne...me conhece melhor do que eu. Não me abandones.

(...)

— Taylor! — Lucy levanta do sofá correndo. — Deus seja louvado! Aonde você estava? Melissa desmaiou em casa, a mãe dela ficou desesperada, mas graças à Deus...

— Ela pediu tempo. — interrompo e me jogo no sofá. Meu estado está péssimo.

— Como é? — senta-se ao meu lado.

— Isso mesmo que você ouviu.

— Mas...o que aconteceu? Por que ela fez isso? — alisa minhas costas.

— Depois eu explico tia, preciso esfriar minha cabeça, preciso tomar um banho, deitar, dormir e esquecer o que aconteceu. — digo me levantando.

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Herdeira IOnde histórias criam vida. Descubra agora